Se Hotline Miami e Max Payne se misturassem com uma pitada oriental, The Hong Kong Massacre poderia ser o resultado final dessa nova junção. Sendo um jogo de tiro frenético com estilo top-down, é impossível não reconhecer suas claras inspirações. Quase dois anos após seu lançamento para outras plataformas, nosso pequeno Switch recebeu um port nesse fim de ano. Portanto, venha decidir se The Hong Kong Massacre será um bom presente de Natal para aquele seu amigo fã desse estilo de jogabilidade.
Desenvolvimento: VRESKI
Distribuição: Untold Tales
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Arcade, Luta
Classificação: 16 anos
Português: Não
Plataformas: PS4, Xbox One, Switch e PC
A vingança policial é simples
Citar Max Payne não foi um acaso, pois em The Hong Kong Massacre temos outro policial atrás de vingança, mas apenas pela morte de seu parceiro. A história é contada pelos depoimentos desse policial ao ser preso, variando entre os dias anteriores à sua prisão e o presente. Sendo assim, as fases são flashbacks da chacina feita pelo policial contra a máfia chinesa e para saber quem era o seu companheiro – caso fosse um cachorro, John Wick também seria uma ótima inspiração.
Infelizmente, The Hong Kong Massacre se limita apenas a isso: um enredo como plano de fundo. Não há reviravoltas, complexidades ou diálogos com personagens fundamentais para a trama. A maior parte das informações recebidas são com o dono de um bar que informa os locais onde as facções chinesas estão. Algo que senti falta foram conversas com os chefes, pois eles são personagens mais complicados de se derrotar e, por conta disso, uma conversa antes de eliminá-los seria bem interessante.
Hong Kong
Mesmo utilizando Hotline Miami como comparação, as semelhanças ficam apenas pelo posicionamento de câmera – o famoso top-down -, pois os detalhes em The Hong Kong Massacre são bem maiores. As janelas, portas de madeira ou até as de papel, quando destruídas, possuem um detalhamento bom mesmo com o Switch no modo portátil, o que aumenta a sensação de realidade, principalmente com o slow motion ativado.
Os cenários variam entre pequenos, médios e grandes, enquanto alguns são só pequenos quartos como uma casa simples, já outros são restaurantes enormes ou até diferentes prédios, podendo pular entre um e outro. Mesmo com essa variação de tamanho, em um certo momento os cenários se tornam cansativos por parecer que você já viu aquele local anteriormente.
Chuva de balas em câmera lenta
Quando falamos em vingança e citamos Max Payne, já é de se esperar que muita bala voe. Essa expectativa aumenta ainda mais quando é necessário matar todos os inimigos para passar de fase. Levando isso em consideração, The Hong Kong Massacre dá ao jogador duas habilidades que devem ser utilizadas com cautela para que ele se mantenha vivo: o dive e o slow motion.
O dive é uma manobra básica que pode ser utilizada para desviar de tiros, atravessar janelas, portas frágeis ou coberturas. Essa manobra pode variar entre um deslizamento no chão, uma cambalhota para frente ou até um mortal para trás. Já o slow motion dispensa apresentações, certo? Deixar o tempo mais lento auxilia no desvio de tiros e também ao mirar, contudo essa ferramenta possui uma barra que limita seu uso, não facilitando tanto para o jogador.
O maior problema da jogabilidade de The Hong Kong Massacre é a repetitividade, mesmo sendo frenética e, em certos momentos, desafiadora. Não há uma grande variação dos inimigos, pelo menos nos primeiros capítulos, pois apenas no final aparece um novo tipo. Os chefes são os mais “diferentes” por possuírem uma barra de vida, mas não são marcantes e nem diferentes dos demais, parecendo um looping até o final do jogo. Levando tudo isso em consideração, o sentimento de novidade se esvaece conforme as fases vão passando, desgastando a experiência do jogador.
Estrelas de montão
A existência de desafios para cada fase podem ampliar a dificuldade em conseguir um 100% rápido em The Hong Kong Massacre. Em cada fase encontramos desafios referentes ao tempo em que ela é concluída, o uso do slow motion e a precisão dos tiros. Caso o jogador consiga fazer tais proezas, ele é recompensado com uma estrela por desafio concluído.
Essas estrelas também podem ser adquiridas apenas ao completar as fases, porém apenas 1 é recebida. Elas servem unicamente para adquirir e melhorar nossas queridinhas “cuspidoras” de fogo, as armas. Nosso arsenal é composto por pistola, escopeta, fuzil de assalto e uma submetralhadora, podendo escolher com qual iremos iniciar a fase – mas também é possível pegar as armas dos inimigos mortos.
Massacrando as expectativas
Comparar The Hong Kong Massacre com Hotline Miami e Max Payne é um grande elogio, pois ele apenas pega elementos semelhantes de ambos e não implementa em nada. Com uma história simplista, trazendo um final já esperado e não muito surpreendente, é de se esperar que a jogabilidade segure toda a barra. Porém, isso ocorre apenas nos primeiros capítulos, pois após um tempo você só quer saber quem matou seu parceiro e acabar com tudo. Isso ocorre principalmente pela falta de novidades, que se arrasta até os minutos finais do jogo. Talvez o ponto mais consistente aqui seja o gráfico e os detalhes do tiroteio, e mesmo assim eu não arriscaria presentear alguém com ele, apenas um fã fanático pelo gênero e que gosta de muita ação.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong