Temos um novo jogo baseado no universo de O Senhor dos Anéis, intitulado de The Lord of The Rings: Return to Moria. Seu conceito aposta no gênero de sobrevivência, que estava tão na moda há pouco tempo no mundo dos jogos. Embora cumpra a maioria de seus aspectos, o jogo é praticamente esquecível por ser mais do mesmo.
Desenvolvimento: Free Range Games
Distribuição: North Beach Games
Jogadores: 1-4 (online)
Gênero: Ação e aventura
Classificação: 12 anos
Português: interface e legendas
Plataforma: Xbox Series X|S, PS5, PC
Duração: 35 horas (campanha)
Sobrevivente de um novo mundo
The Lord of The Rings: Return to Moria se passa na Quarta Era, a era da dominação dos Homens que começa após os eventos narrados em livros ou filmes. Essa foi uma época de florescimento, especialmente para os humanos, mas também para o resto das raças e povos da Terra-Média, após a destruição do Um Anel.
Aproveitando esse tempo de prosperidade, Lord Gimli, agora senhor das Montanhas Sombrias, pede aos anões que retornem a Moria para descobrir seus tesouros e recuperar o que já foi o maior e mais prolífico reino da raça até que o Balrog os expulsou desta terra. Balrog, que foi derrotado por Gandalf, deixou Moria livre de seu maior perigo.
No entanto, muitos goblins e outras criaturas continuam a habitar as minas, e o anão que controlamos (ou o grupo de anões se jogarmos cooperativo) deve explorar Moria, coletar recursos e sobreviver. O jogo é fiel à obra de Tolkien, com inúmeras referências e detalhes, apesar de ter tomado algumas liberdades, uma vez que o escritor não deixou claro o que aconteceu com Moria na Quarta Era.
Início complicado
Durante as horas em que joguei The Lord of The Rings: Return to Moria, me diverti e, de forma geral, tudo funcionou mais ou menos como deveria. É divertido explorar uma Moria gerada processualmente, garantindo que nunca haja dois jogos iguais, além de encontrar recursos, lutar pela sobrevivência e construir um grande acampamento ou uma nova fortaleza.
Na verdade, o problema com o jogo é que ele não se destaca em nada além do cenário. Enquanto jogava, senti que estava diante de um título de sobrevivência que, embora cumpra o que propõe a fazer e use bem o universo de Tolkien, não traz nada de novo, parecendo ser mais um daqueles projetos que surfam na onda do momento e chega massivamente junto de outros títulos com a mesma proposta nos consoles.
Você pode esperar a mecânica clássica de coleta focada na mineração e ferraria, sendo capaz de escavar rochas e construir todos os tipos de túneis para extrair metais ou joias e construir grandes fortalezas, bem como forjar novos equipamentos. A propósito, criar as armas mais avançadas foi tão difícil que, em certo ponto, me questionei se realmente conseguiria.
O combate não se destaca em nada e, embora seja funcional, é muito básico. Pelo menos, tive que lutar muito enquanto explorava as minas, sendo muitas vezes surpreendido por inimigos que surgiam do nada.
Pequenos problemas
Falando da parte técnica, The Lord of The Rings: Return to Moria não se destaca muito e apresenta vários problemas que um mundo cavernoso e apertado pode gerar. O título foi criado por um estúdio pequeno, embora experiente em trabalhos com um melhor acabamento técnico, como The Callisto Protocol ou Oddworld: Soulstorm. Entretanto, podemos ver em vários momentos que o jogo talvez precisasse de um pouco mais de capricho.
Existem bugs sonoros em que o áudio simplesmente fica mudo, personagens travados nos cenários ou presos em objetos, além de algumas mecânicas de interação com o inventário que mais atrapalham do que ajudam. Os menus poderiam ter sido melhor adaptados, pois é complexo navegar pelo inventário. O mapa é um dos piores que já vi em toda a minha vida. É apenas um desenho com alguns ícones sem nenhum senso de direção, tornando difícil saber onde está.
Você pode ficar preso em rotinas enquanto se esforça para descobrir e acumular os materiais necessários para criar itens mais poderosos. Da mesma forma, como este é um jogo focado em uma exploração horizontal com mapas extensos, você gastará uma quantidade enorme de tempo simplesmente caminhando de sua base para os próximos objetivos – pelo menos até descobrir novos locais de base ao longo do caminho ou encontrar materiais raros necessários para criar marcadores de viagem rápida.
O jogo também é péssimo em explicar suas próprias complexidades, e metade do desafio é descobrir o que cada material faz e onde encontrá-lo. The Lords of The Rings: Return to Moria é um jogo de tentativa e erro, e isso afeta severamente o ritmo do game.
Um pouco cansativo, mas divertido
O combate é um pouco básico, a narrativa é, na melhor das hipóteses, mediana, e a IA, assim como as ações dos inimigos são horríveis e altamente previsíveis. Há uma quantidade de falhas quando você minera e abre uma parede com sua picareta. Contudo, apesar desses problemas, Return to Moria é um bom retorno no mundo dos jogos quando se trata do universo de O Senhor dos Anéis. O game está longe de ser ruim, mas é simplesmente mais um jogo de sobrevivência que não se destaca em quase nada – exceto por tratar a obra de Tolkien com respeito.
Cópia de Xbox Series X|S cedida pelos produtores
Revisão: Júlio Pinheiro