Observer: System Redux Capa

Review The Observer: System Redux (Xbox One) – Um completo demaster

Quando joguei pela primeira vez Observer, tive o prazer de ter toda a experiência na versão de Switch. Diria que não foi algo ruim, mas definitivamente o console da Nintendo não possui todo o poderio em termos de hardware para suportar um game como esse em sua máxima performance. Pensando em beleza gráfica e em um alto grau de framerate, a Bloober Team trouxe no final de 2020 a versão definitiva de The Observer, com a adição de System Redux no título. O objetivo era agir quase como um remaster, porém, feito pensando na nova geração de consoles que viria no final do mesmo ano. Tempos depois, ele foi trazido também para a geração anterior de consoles (Xbox One e PS4), porém, a que custo?

Desenvolvimento: ‪Bloober Team S.A
Distribuição: ‪Bloober Team S.A
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Terror, Aventura, Ação
Classificação: 16 anos
Português: Legendas e interface
Plataforma: PC, Xbox One, PS4, Xbox Series X/S, PS5
Duração: 6 horas (campanha)/16 horas (100%)

Terror Cyberpunk com toques de jumpscare

Corredor escuro que dá calafrios

Em Observer: System Redux somos Daniel Lazarski, um detetive neural de elite pertencente a um grupo chamado Observers, da KPD (Krakow Police Department), dublado pelo já falecido ator Rutger Hauer – famoso por Bladerunner. Daniel recebe uma estranha chamada de seu filho dentro de seu carro, este que ele já não via há anos. Porém, depois de um pedido de socorro e uma repentina queda na ligação, Lazarski rastreia a origem do sinal e decide ir atrás para ver o que aconteceu com o rapaz.

Chegando no local, ele se depara com um bloco de apartamentos gigantesco, sujo e com o sistema de lockdown ativado. Após pegar algumas pistas com o porteiro, o protagonista começa a procurar o apartamento de seu filho até encontrar uma cena não muito agradável com um corpo decapitado. Sem ter certeza de que aquele é o corpo do rapaz, ele passa a interrogar os inquilinos do local para traçar o caminho e resolver a situação, mas descobre que o lugar guarda muitos segredos.

Observer é um adventure com toques de terror. Digo isso porque nem sempre temos uma ambientação que transmite medo, mas sim desconforto. Apesar de não ser um grande fã de jumpscare, as poucas vezes que Observer utiliza esse recurso felizmente não resulta em momentos de estresse e raiva, já que o uso não é excessivo. Porém, o game investe bastante no clima de suspense, colocando locais extremamente vazios, escuros e, muitas vezes, com uma grande incerteza do que iremos encontrar lá dentro.

Interações com NPCs

Apesar de toda essa preparação para que a atmosfera colabore para o clima de terror, Observer brilha mesmo na mecânica de investigação neural. Lazarski possui um conector em seu pulso que permite com que ele entre na mente de pessoas através de seus respectivos chips neurais. Com isso, ele consegue investigar todos os eventos passados de alguém, e pode apostar que as histórias são ridiculamente macabras e assustadoras, com cenários perturbadores e recheados de glitches para combinar com a temática futurista.

Estes momentos são os mais divertidos de toda a trama, e oferecem alguns puzzles bem simples como entrar na porta certa ou conectar objetos a pontos de energia, mas que resultam em locais e diálogos ainda mais amedrontadores. Também há trechos de furtividade, que são a maior queda de toda a jogabilidade. São desafios maçantes de esconder-se de uma criatura – ou de luzes – e realizar alguns quebra-cabeças, através de uma movimentação bastante lenta e irritante. É um alívio quando esses percursos acabam.

System Redux e suas mudanças

Dentro da cabeça das pessoas

Ao contrário da geração atual de consoles, para qual originalmente esta versão foi feita, o Xbox One roda Observer: System Redux com uma resolução dinâmica com visuais relativamente borrados (e engasgos) para segurar os quadros por segundo, sem ray tracing e qualquer sinal de um framerate estável. Até mesmo no Xbox Series S System Redux possui algumas quedas de framerate em cenários onde há uma maior concentração de elementos na tela, então já era de se esperar a performance inferior nos consoles da antiga geração, batendo por volta de 30 fps como acontece aqui. Os personagens também foram remodelados com melhor efeitos de luz e sombra, porém, é indiscutível que o rosto de Lazarski é ridiculamente de baixa qualidade.

Felizmente, a mudança técnica não é a única coisa que acompanha a atualização. Existem três casos novos, o Errant Signal, ambientado inicialmente no quarto 108, um local com objetos sexuais por todos os cantos, além de bonecas; Her Fearful Symmetry, em que precisamos encontrar “altares de adoração” (pelo menos pareciam ser isso); e It Runs in the Family, que se passa nos fundos do estúdio de tatuagem e permite mais uma investigação neural. Todos os casos juntos resultam em um pouco menos de uma hora adicional.

Em termos de mudança, as partes chatas de stealth agora são menos punitivas, não resultando em um game over instantâneo, ao mesmo tempo que equilibra melhor a inteligência artificial do inimigo – mas elas ainda existem. Mecânicas de hacking também agora se transformam em minigames mais simples, exigindo menos consumo de informação que existe nos registros espalhados pelo jogo. Porém, os modelos e animações dos personagens deixam a desejar bastante, entregando que o jogo é algo originalmente da geração passada – às vezes com cara de duas gerações atrás.

Nada de muito novo, se você já conhece o observador

Observer era um excelente jogo na época em que foi lançado, e posso dizer que a System Redux é sua versão definitiva. Porém, aconselho a focar na experiência da geração mais recente, já que o port para o Xbox One e PS4 deixa a desejar no quesito performance. Porém, a história e a jogabilidade são excelentes, sendo um daqueles games que faço questão de contar para amigos fãs de terror sempre que possível.

As poucas mudanças foram muito bem-vindas, porém, totalmente injustificáveis para ser algo vendido à parte. Definitivamente, Observer: System Redux deveria ter sido algo menos caro – ou até mesmo grátis -, considerando que ele custa R$ 112 reais no Xbox, contra R$ 59 do jogo de 2017 na mesma plataforma. É um update bacana, porém, se você já jogou Observer em sua primeira versão, essa daqui é completamente ignorável, a não ser que você tenha interesse em resolver alguns poucos – e curtos – casos extras.

Cópia de Xbox One cedida pelos produtores

Observer: System Redux

7

Nota final

7.0/10

Prós

  • História cativante
  • Ambientação extraordinária
  • Performance aceitável
  • Conteúdo adicional

Contras

  • Resolução não é das melhores
  • Poucas mudanças
  • Preço injustificável
  • Conteúdo extra é curto demais