The Rumble Fish 2 está oficialmente chegando aos consoles e PCs pela primeira vez desde seu lançamento para os arcades japoneses, há 17 anos. Focado na estratégia, o jogo de luta 2D criado pela DIMPS traz mecânicas de embate interessantíssimas, mas dentro de um conjunto datado, que não faz frente aos nomes atuais do gênero.
Desenvolvimento: DIMPS
Distribuição: 3goo
Jogadores: 1-2 (local e online)
Gênero: Luta
Classificação: 12 anos
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, Switch, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S
Duração: Sem registros
Lutas complexas
Seguindo à risca um dos principais elementos dos games de porradaria, The Rumble Fish 2 coloca dois personagens para lutarem entre si, vencendo quem conseguir ganhar dois rounds, cada um com duração de até 75 segundos. Com cinco botões, a jogabilidade apresentada é simples, e não foge de nenhum padrão. No entanto, o grande diferencial é o sistema de gerenciamento de recursos, que dá ênfase ao lado estratégico de cada confronto.
Em todo instante, o jogador é forçado a encontrar alternativas para quebrar a ofensiva adversária por causa da existência do Guard Crush, um medidor gasto quando o personagem defende algum golpe. Se esgotado, o lutador fica atordoado por um determinado período, abrindo espaço para combos devastadores por parte do inimigo. Porém, existe uma ótima sacada: bloquear golpes aumenta um segundo medidor de defesa, vital para suceder nas batalhas.
É preciso calcular quais golpes podem ser tomados para evitar que o Guard Crush aconteça, a fim de liberar o acesso aos especiais, usados em conjunto com o medidor de ataques, concedido sempre após realizar ataques com sucesso. O funcionamento dos sistemas é explicado por meio das telas de carregamento. É difícil ler e absorver as informações, pois o processo de loading costuma ser absurdamente rápido. Embora essas mecânicas sejam muito bem pensadas, a gameplay é devagar e pouco responsiva. O balanceamento questionável combinado com animações estáticas e robóticas proporcionam batalhas chatas e decepcionantes.
Pacote incompleto
Apesar do lançamento publicado pela 3goo disponibilizar uma boa quantidade de conteúdo jogável, os responsáveis optaram por forçar a venda de três bonecos extras através de DLCs. Uma decisão de negócios bizarra para um game antigo, que faz parte de uma franquia desconhecida que não tem nenhuma relevância fora dos fliperamas nipônicos. O título conta com um modo arcade, que revela a narrativa por trás dos 13 personagens jogáveis em oito lutas distintas. Existem também funcionalidades adicionais, tanto para terminar tudo o mais rapidamente possível quanto para derrotar o maior número de inimigos em uma única vida.
Jogos de luta são melhores quando deixamos de combater a inteligência artificial e partimos para a jogatina contra uma pessoa real. Para isso, os desenvolvedores implementaram o suporte para confrontos locais e via internet. Nas partidas em redes, existe um sistema de lobbies para convites e o tradicional matchmaking, para achar jogadores aleatórios. Baseado na tecnologia de Rollback, a estrutura de rede implementada garante partidas livres de lag e problemas nos atrasos nos comandos.
Port ruim
O game ganhou uma mera conversão, ao contrário de uma verdadeira remasterização. Por conta disso, The Rumble Fish 2 não está no estado técnico esperado para um jogo de 2022. O título exibe visuais extremamente serrilhados, apresentados em uma resolução baixíssima, impossível de ser mudada. A apresentação estilosa acaba sendo prejudicada pela falta de um menu de opções técnicas. A única novidade técnica é o formato de tela em widescreen, já que antes a experiência era restrita ao 4:3. Toda a interface foi localizada em português, mas os diálogos, dublados em japonês, não foram legendados. Por ter diversas linhas em inglês e diversos termos sem sentido, a tradução preparada não é boa.
Embora a página na loja da Steam diga que não é possível jogar com um mouse e teclado, o suporte para o método de entrada padrão dos computadores está presente no jogo. A funcionalidade é limitada, pois apenas as teclas de combate podem ser alteradas, sem configurações disponíveis para os botões de movimentos. O jogo funciona adequadamente quando prestigiado com o controle normal ou um Arcade Stick.
Decepcionante
Mecanicamente, The Rumble Fish 2 é um game com muitos conceitos interessantes. Mas tudo passa longe de ser chamativo devido ao pouco cuidado dos produtores na hora de modernizar a experiência que foi originalmente lançada em 2005. As ideias apresentadas são sensacionais, e certamente deveriam ser aproveitadas pelo prolífico estúdio em algum título realmente novo.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Ailton Bueno
Prós
- Sistema de gerenciamento de recursos diferenciado
- Modo online com Rollback
Contras
- Pacote incompleto
- Tradução ruim
- Faltam opções técnicas
