The TakeOver é um jogo que se inspira em clássicos do beat ‘em up, e isso é possível de se notar desde o design dos personagens até o gameplay em si. Porém, o que torna este jogo diferente da maioria é que sua jogabilidade é uma junção de várias boas práticas do gênero.
Desenvolvimento: Pelikan13
Edição: Antonios Pelekanos
Jogadores: 1-2 (local)
Gênero: Arcade, Ação, Multiplayer, Luta
Classificação indicativa: Livre
Português: Não
Plataformas: PC, Switch e PS4
Duração: Sem registros
Clichê, mas quem liga?
A história em The Takeover é bastante do que já se viu por aí. Basicamente, a filha dos protagonistas super policiais é sequestrada por bandidos e você tem a tarefa de ir atrás dela distribuindo bordoadas em todo o tipo de inimigo.
Bom, mas quem liga pra história num jogo destes? Isso nada mais é do que um mero capricho para títulos do gênero “briga de rua”. Aliás, o final é bem ruim, preciso dizer.
Os títulos beat ‘em up sempre fizeram sucesso por causa de seus detalhes minuciosos – upgrades, por exemplo – e uma jogabilidade competente. Fora isso, as trilhas sonoras também são uma parte importante para games deste estilo.
Por aqui podemos encontrar, nas faixas musicais, nomes da indústria como Little V Mills, Richie Branson, James Ronald e, pasmem, o lendário Yuzo Koshiro – sim, da série Streets of Rage. Por isso, obviamente as músicas não decepcionam em The TakeOver.
Mas, se tratando de desbloqueáveis, o jogo decepciona um pouco. Após o final do enredo, você libera um novo personagem sem contexto nenhum com a história além do modo challenge, o qual contém desafios por cenário.
Também não existe nada muito estimulante para começar o modo arcade novamente, a não ser experienciar tudo de novo com um novo personagem ou colocar seu nome no ranking local.
Selecione seu personagem
Como não podia faltar, antes de entrar no jogo podemos escolher um personagem e experienciar a história sozinho ou em modo cooperativo. São 4 selecionáveis ao todo, sendo três os inicialmente prontos para jogar:
Ethan: o personagem balanceado da equipe e pai da garota raptada.
Megan: a mãe da garota e a personagem com foco em velocidade.
Connor: o amigo ex-militar da família, com grandes pontos de força bruta, mas com velocidade um pouco lenta.
Todos eles são clichês e uma cópia bem descarada de vários outros ícones que já vimos por aí em jogos deste estilo. Isso serve também para os inimigos, que são bastante “padrão de jogos beat ’em up“.
As boas ideias
Parece bobo, mas você consegue correr neste jogo, coisa que games atuais do gênero decidem não adicionar ou simplesmente colocam isso como uma habilidade única para algum personagem – você sabe de quem estou falando.
Mas, melhor ainda, existe um botão mapeado para tal ação. E todo mundo sabe que fazer isso nos analógicos do joycons do Switch é um verdadeiro desastre.
Algumas outras ideias também fazem bonito em The TakeOver, como a possibilidade de executar combos diferentes fazendo uso dos chutes e socos. Além disso, também existe a clássica barra do “especial” que permite utilizar um ataque de fúria e ficar invencível por algum tempo, como também uma barra individual para que cada personagem utilize seu próprio golpe que acerta todos os inimigos na tela.
Obviamente não podia faltar o famoso golpe que custa sua saúde. Cada jogador tem duas versões diferentes de um mesmo poder, utilizando comandos diferentes para executar a ação.
Além dos golpes corpo-a-corpo, cada personagem conta com uma arma de fogo que pode ser recarregada com munições encontradas após derrotar inimigos e destruir caixas.
Caso queira entender como executar os melhores combos e combinações, existe um modo tutorial e um outro livre para praticar os golpes aprendidos, ambos ao som de um jukebox tocando músicas que pode ser acertado para pular a faixa.
Lançando fora a mesmice
Já em relação às fases, a quantidade existente em The TakeOver é bem grande, contando com mais de 20 cenários diferentes. Em meio ao progresso é contada a história por meio de cenas estáticas, balões de fala e narração. Os ambientes são bem trabalhados e o fundo dos cenários possuem elementos que compõe os detalhes do local, mas confesso que prefiro a arte existente nas cutscenes.
Para quebrar o ritmo, também temos uma fase conduzindo um veículo, onde o personagem fica acima do carro atirando nos alvos na estrada numa visão que lembra os jogos de corrida de antigamente.
Falta algo
O jogo, como falei, é a junção de boas práticas. É como se os desenvolvedores tivessem jogado vários títulos do gênero, pegado o que cada um faz de melhor e depois feito um jogo a partir disso.
The TakeOver é realmente um jogo acima da média em muitas coisas, já em outras não.A repetição também toma conta por aqui, além da falta de desbloqueáveis divertidos que faça o jogador querer cada vez mais.
Por isso, ao ser finalizado, não existem muitos motivos para voltar a jogar além dos modo challenge e survival – o que considero pouco.
Esta review foi feita com uma cópia de Switch cedida pelos produtores
Revisão: Bia Bock e Samuel Leão