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Review Diesel Legacy: The Brazen Age (PS5) – Unindo tradição e inovação em um ótimo jogo de luta 2D

Diesel Legacy: The Brazen Age é um jogo de luta que mistura elementos dos games tradicionais do gênero com algumas novidades, trazendo um resultado bastante interessante em um título com elenco diversificado e ótimo combate online.

Desenvolvimento: Maximum Entertainment
Distribuição: Maximum Entertainment
Jogadores: 1-4 (local e online)
Gênero: Luta
Classificação: 12 anos (drogas lícitas, conteúdo sexual, violência)
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, PS5, Switch, Xbox Series S|X
Duração: 6 horas (campanha)

Mundo poluído e corrupto

As duplas podem lutar separadamente entre si ou dois jogadores se unirem contra outro
Lutas com 4 personagens podem se tornar caóticas

Diesel Legacy se passa em um passado indefinido, em uma sociedade muito afetada por indústrias e poluição, quase um steampunk. Uma empresa em particular, a Falcorp, é onipresente na vida dos cidadãos, controlando inúmeros aspectos de suas vidas, sempre para o seu próprio benefício, às custas da população. Nesse contexto, temos um elenco de personagens que estão em diversas posições nesse mundo, desde operários que sofrem nas mãos da empresa até executivos e robôs.

O game é um jogo de luta 2D com sprites, como os clássicos dos anos 90, mas com alguns aspectos diferenciais significativos. Primeiro, as lutas são de 2×2 simultâneos, onde cada jogador controla um dos 4 personagens. Ainda que isso seja comum em títulos de plataforma como Smash Bros. ou MultiVersus, é algo novo para um game com jogabilidade mais tradicional. Além disso, ainda que 2D, os cenários possuem três “pistas”, em que os personagens podem alternar livremente entre elas, de forma semelhante ao que ocorria no Fatal Fury original – essa mecânica faz mais sentido quando temos mais de dois personagens ao mesmo tempo em combate.

Sistema de batalha competente

Modo história possui histórias únicas e bem desenvolvidas para cada um
Os 10 personagens são ótimos, com diferentes personalidades e jogabilidades

Para além desses diferenciais, Diesel Legacy é um jogo com jogabilidade mais próxima do que estamos acostumados a ver no gênero. Temos quatro botões de ataques normais e golpes especiais para cada personagem. Os golpes são executados com comandos tradicionais, como meia luas, junto com um ou mais botões de ataque. Há também um botão de dash e golpes especiais que usam recursos. Além disso, há alguns comandos especiais para as lutas em dupla, podendo realizar combos em dupla ou chamar um personagem já derrotado para ajudar o companheiro que ainda está em combate.

Não há muitas mecânicas mais aprofundadas no game, ainda que o sistema permita fazer combos complexos e as mecânicas de time e de pistas adicionem camadas de complexidade. No geral, o sistema de batalha de Diesel Legacy é bastante bem feito e divertido, com as partidas podendo ser bastante frenéticas e empolgantes. Se você notar alguma coisa familiar em certos elementos da interface de Diesel Legacy, provavelmente é porque o game foi dirigido por Mike Z, conhecido por dirigir Skullgirls (e por várias polêmicas). Boa parte do time de desenvolvimento é formado por brasileiros, então vale destacar mais esse bom título desenvolvido com talento nacional.

Elenco pequeno, mas excelente

Infelizmente, faz muita falta a ausência de desafios de combo
Modo treino é bastante completo

O elenco relativamente pequeno de 10 personagens é compensado pela grande variedade entre eles – não só bastante variados entre si, mas boa parte deles são bem diferentes do que estamos acostumados a ver em jogos de luta no geral, não sendo apenas representações dos arquétipos clássicos do gênero. O design de todos é bem legal e com muita personalidade.

Enquanto o modo arcade é bastante básico, o modo história é muito bom. Cada personagem possui sua própria história (com várias interações entre eles), contada em diversas cenas e artes e, além de lutas tradicionais, também há algumas partes semelhantes a um beat ’em up. As histórias são interessantes, acima da média para o gênero, com cada personagem sendo bem desenvolvido.

O modo treino oferece tudo o que esperamos de um título moderno de um jogo de luta, incluindo frame data. Já o modo tutorial, além de bastante escondido, já não é tão bom. Ele mostra todo o básico e as mecânicas mais elaboradas, mas de um jeito estranho e pouco intuitivo de praticar. O que realmente faz falta é um modo de desafios de combos, que seria necessário para aprender cada personagem com mais profundidade. No estado atual do game, esse é o meu principal pedido para uma futura atualização.

Visual e online de primeiro nível

O mesmo vale para o modo online
É possível fazer tanto lutas 2×2 quanto 1×1

Os gráficos do game são compostos por sprites 2D de alta definição muito bonitos, estando do lado dos melhores do gênero, junto com títulos como Skullgirls e The King of Fighters XIII. Cada personagem tem cerca de 800 frames desenhados à mão e as animações são fluidas e dinâmicas, exalando personalidade em  todos os golpes. Por fim, o online do jogo é excelente, e até lutas com quatro jogadores simultâneos e de diferentes partes do mundo rodam lisas, sem problemas de latência.

Um ótimo título para os fãs do gênero

Diesel Legacy: The Brazen Age é uma nova e agradável experiência disponível para os entusiastas de jogos de luta. Sendo um produto muito competente já em seu lançamento, com bom sistema de luta, gráficos, músicas, online, modo história e modo treino, junto com futuras atualizações o game tende a se destacar como um dos melhores jogos de luta indie dos últimos tempos.

Cópia de PS5 cedida pelos produtores

Revisão: Julio Pinheiro

Diesel Legacy: The Brazen Age

8

Nota final

8.0/10

Prós

  • Sistema de batalha une inovação e tradição
  • Ótima ambientação e história
  • Gráficos 2D excelentes

Contras

  • Não há desafios de combos para aprender cada personagem
  • Não suporta controles arcade de PS4 no PS5