Urban Trial Tricky é um jogo com pegada arcade em que você participa de corridas, realiza manobras radicais que desafiam a gravidade e combos insanos, sobre uma motocicleta, em plataformas bidimensionais. O game desenvolvido e publicado pela Tate Multimedia foi lançado agora no final de junho – exclusivamente – para o console da Nintendo.
Desenvolvimento: Tate Multimedia
Distribuição: Tate Multimedia
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Esporte, corrida
Classificação indicativa: Livre
Português: Legendas e interface
Plataformas: Switch
Duração: Sem registro
Uma jogatina descompromissada
Assim que botei os olhos no game, lembrei do clássico Excite Bike e da série Mat Hoffman’s Pro BMX. O jogo tem lá seu charme, apresenta uma pegada bem descolada e casa – perfeitamente – com a proposta do Switch. É aquele game que você bota pra rodar esporadicamente no console para bater uns recordes, montar combos e se distrair de forma descompromissada. Acho que esse é o principal charme de Urban Trial Tricky.
Quando iniciamos o game entramos em contato com um menu simples e pouco inspirado que apresentam quatro opções: jogar, personalizar, opções e controles. Pelo menos ele está todo em português, apesar de conter alguns poucos erros de tradução. Só há um personagem jogável e – como era de esperar de um bom jogo arcade – apenas uma experiência single player sem nenhuma história. Nada de multiplayer local ou on line. Uma lástima! Se houvesse alguma dessas opções, o game ganharia uma sobrevida. Mas, infelizmente, o máximo que temos de interação com outros jogadores é um ranking mundial contendo suas pontuações e nada mais.
Visual cartunesco e mecânica fluida
O jogo é bem fluido e não apresenta engasgos ou qualquer queda de frame rate, tanto em modo dock quanto em modo portátil, rodando suave a 60 FPS. Os gráficos são simples, coloridos e cartunescos. Nosso personagem – curiosamente – lembra o visual dos avatares do console da Microsoft. Os cenários são modestos e sem muita criatividade no level design. As músicas, apesar de genéricas (um punhado de batidas de hip hop), são boas e se encaixam na proposta do game e podem ser trocadas a qualquer momento durante a partida.
Os controles – não configuráveis – respondem bem. A jogabilidade – assim como todo jogo – é simples: existe um botão para acelerar (ZR) e outro para frear (ZL), o botão B pula, o botão A gira a moto em 180º, os demais botões (X e Y) servem para você fazer as manobras e com o stick analógico esquerdo equilibramos a moto. Temos ainda uma barra de especial que se enche conforme combinamos manobras (combo) e que pode ser ativada (pressionando os botões ZL+ZR) quando a moto está no ar. Existe uma boa variedade de manobras listadas em diferentes níveis de dificuldade e distribuídas em três estilos diferentes: no ar, wheelie e stoppie. Porém, raramente você usará mais do que três ou quatro variações de manobras para criar os combos.
Desafios simples
No jogo temos quatro opções de motocicletas (Ziggy, Argo, Flint e Booster), desbloqueadas conforme você avança nas fases. Elas possuem status específicos, variando em potência e controle. Cada fase apresenta um conjunto de desafios que devem ser batidos. Nada muito complicado. Até porque, as variações são sempre as mesmas: cronometrado (corrida contra o tempo), manobras (deve realizar manobras para ganhar pontos) e competição (cumprir as manobras listadas para vencer).
A sua performance é medida por estrelas que você recebe ao final de cada nível. Para desbloquear os níveis seguintes, o jogo exige uma quantidade específica delas. Durante o gameplay você pode ainda coletar sacos de dinheiro e ícones de “lanches” (que são convertidos em dinheiro quando se pega todos) espalhados pelo cenário, que servem para comprar algumas skins ou manobras no menu de personalização do jogo.
Um jogo curto e modesto
Urban Trial Tricky é uma distração efêmera. Após concluir as poucas fases que lhes são oferecidas, dificilmente você se sentirá encorajado a voltar a jogá-lo. Digo isso porque o jogo possui apenas trinta e cinco níveis. E desses, seis se tratam de tutoriais. Fechou? Parabéns! Sobem os créditos e… acabou! Não há nada que te faça voltar nele. A não ser que queira desbloquear itens de perfumaria, como skins para o personagem, novas cores para sua moto, novas manobras e por aí vai.
Se eu pudesse resumir em uma palavra o Urban Trial Tricky, eu o chamaria de “modesto”. E isso não é um elogio! Ele possui uma simplicidade despretensiosa que acabou transformando um jogo que poderia alcançar uma posição interessante, dentro da vasta biblioteca do Switch, numa experiência genérica e esquecível com o tempo.
Esta review foi feita com uma cópia de Switch cedida pelos produtores