We Were Here Forever é o mais novo título da franquia focada inteiramente na cooperatividade, desenvolvido pela Total Mayhem Games. Conforme as continuações foram sendo feitas, sendo este o quarto jogo, o tamanho da aventura foi aumentando e os puzzles ficaram melhores estruturados. Essa constante ainda ocorre aqui. O que era pouco visível eram as melhorias técnicas, que em We Were Here Forever são notórias. Porém, apesar das novidades, há problemas maiores que os outros títulos não apresentavam, e que prejudicaram muito minha experiência.
Desenvolvimento: Total Mayhem Games
Distribuição: Total Mayhem Games
Jogadores: 2 (online)
Gênero: Aventura, Quebra-cabeça
Classificação: Livre
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S
Duração: 11 horas (campanha)
Para sempre presos
We Were Here sempre foi sobre a história de uma dupla de aventureiros que precisam, em algum momento, escapar do reino de Castle Rock. Sempre ambientado na Antártica, esse reino sofreu muito na mão do rei e agora existe junto com maldições. Embora We Were Here Forever seja o quarto jogo da franquia, a história é contada em pequenas partes, mas não é preciso jogar todos para entender a narrativa. Há uma série contando completamente as crônicas de Castle Rock, que é altamente recomendada.
O que é possível dizer aqui, sem dar muitos spoilers sobre toda franquia, é que novos aventureiros estão presos nos calabouços do castelo. Isso sempre ocorre e, logo, não é uma novidade. O diferencial é que alguma presença maligna os acordou e abriu suas portas. Agora, com o objetivo de chegar à superfície, a dupla não sabe que são apenas a peça para um quebra-cabeça muito maior que toda sua escapatória.
Depois de quatro jogos, apesar de haver um mistério enorme envolvendo a história, a real questão é: será que é possível escapar de Castle Rock? We Were Here Forever, assim como tudo aqui nessa análise, melhora a narrativa. De pouco em pouco, os puzzles vão contando a trágica história do local, começando já na introdução. Independentemente disso, os episódios sobre Castle Rock são altamente recomendados, pois fazem com que toda a experiência seja ainda mais densa.
Aperfeiçoando as próprias ações
Ao jogar We Were Here Together novamente antes de lançar Forever, percebi como alguns puzzles eram extremamente difíceis, ou até com pouco sentido. A ferramenta principal para resolução deles é a comunicação feita através de walkie-talkies, que realmente funcionam aqui. O desafio é comunicar exatamente o que é visto para sua dupla, de uma forma que ambos possam encontrar padrões e o que é necessário fazer para solucionar o obstáculo.
We Were Here Forever é o maior em comparação com os antecessores. Enquanto Together levava 6 horas para ser finalizado, Forever é finalizado em 11 horas, apresentando muitos capítulos e subcapítulos. Portanto, os puzzles são complexos e demandam tempo para serem solucionados, mas não são difíceis.
Um exemplo é a arena dos gladiadores, na qual uma pessoa fica na plateia e a outra na arena em si. Quem está em cima recebe uma lista de símbolos sobre os quais o outro jogador pode pisar e precisa indicar onde estão. No decorrer do capítulo, esse desafio vai evoluindo e exigindo diferentes abordagens, mas com as mesmas regras.
Além dos puzzles, há adições e melhorias que fariam toda diferença nos jogos antecessores da franquia. Em Forever, temos uma tocha para iluminar nosso caminho e acender outras tochas. Também é possível aproximar a câmera a todo momento, o que facilita a leitura de documentos e a observação de imagens distantes. Aliás, tudo isso é explicado com um intuitivo tutorial em uma área com puzzles simples, fora que também podemos mudar os comandos nas configurações. Desta forma, é possível jogar da melhor forma, pois nos outros títulos pulávamos com o triângulo ou R3.
Problemas que matam uma experiência
We Were Here Forever é longo e necessita de duas pessoas para jogar. Depois de 6 horas jogando com um amigo, o que seria mais da metade do jogo, fomos desconectados do servidor e o save foi perdido. O desânimo foi enorme, uma vez que é difícil encontrar dias e horários para jogarmos juntos. Quando voltamos em outro save, meu companheiro estava invisível para mim, dificultando ainda mais as coisas.
Um dos motivos que talvez explique esse acontecimento é a forma como as configurações funcionam com a mudança de servidores. A quantidade deles é maior, mas, sempre que o jogo é iniciado, We Were Here Forever volta a se conectar com o servidor da Europa. Há um botão que não permite a mudança automática, contudo, ainda assim ele volta para o mesmo servidor. Talvez, sem perceber, ao iniciar um novo jogo em um outro servidor, o outro save é apagado.
Uma boa evolução
We Were Here Forever, assim como seus antecessores, é um ótimo jogo cooperativo de resolução de puzzles. As melhorias e evoluções presentes aqui são diferenciais muito bem vindas que facilitariam outros jogos da franquia. Os puzzles foram melhorados e reforçam a necessidade de uma comunicação certeira, em que ambos os jogadores compreendem os padrões. Porém, agora eles são maiores e mais complexos, exigindo paciência da dupla.
Da mesma forma que é extremamente recompensador avançar na história, ficar preso em um puzzle é um teste de calma. No meu caso, esse teste passou dos limites, e fez com que eu repetisse boa parte do game novamente, sendo um ponto muito negativo para um jogo muito bom. Portanto, da mesma forma que We Were Here Forever evoluí bem, ele cometeu um erro comigo, mas ainda é uma boa evolução.
Cópia de PS4 cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong