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Review Winter Ember (Xbox One) – É um dos jogos lançados

Desenvolvido pela Skymachine Studios e publicado pela Blowfish Studios, Winter Ember é um jogo de ação e aventura repleto de elementos stealth. É necessário pensar antes de agir, caso contrário sofrerá severas consequências.

Imagine acordar no meio da noite e se deparar com invasores dispostos a destruir todo o legado que sua família construiu, perder tudo e, ainda assim, tirar forças para vingar aqueles que amava. Esta premissa chamou minha atenção, mas o que vem a seguir deixou um gosto amargo na boca.  

Desenvolvimento: Skymachine Studios

Distribuição: Blowfish Studios

Jogadores: 1 (local)

Gênero: Ação e Aventura

Classificação: 18 anos

Português: Legendas e Interface

Plataformas: PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One e Xbox Series S/X

Duração: Sem registro

O massacre de Anargal

O enredo é interessante, mas mal explorado.
Arthur contempla um inimigo em chamas.

No início do game somos apresentados a Arthur Artorias, um típico jovem burguês do século XIX, mas com um ar de rebelde dos anos 80. Ele retorna para casa, após um dia repleto de farra e bebedeira, trazendo consigo duas belas companhias. Durante a noite algumas figuras misteriosas invadem a residência e começam um verdadeiro massacre. Arthur é dado como morto, mas consegue sobreviver ao ataque dos algozes de sua família. 

Oito anos se passam e Arthur resolve voltar à sua cidade natal, jurando vingança contra aqueles que destruíram tudo e todos que ele amava. Esgueirando pelas sombras, seu objetivo principal é chegar ao seu antigo lar e reviver os fantasmas de seu trágico passado.

Corra, cheire e disfarce!

Winter Ember deixa a desejar em diversos aspectos.
O combate é estimulante. Estimula você a jogar outra coisa

A jogabilidade de Winter Ember é um de seus pontos fracos. Frustrante e imprecisa são alguns adjetivos que podem descrever o emaranhado de problemas aqui presente. Tive a impressão que os desenvolvedores não revisaram coisas básicas como a inteligência artificial e o alcance dos golpes desferidos por Arthur.

É muito difícil combater os inimigos de frente, não porque eles possuem técnicas de combate apuradas, mas sim porque Arthur precisa colar junto a seu adversário para golpeá-lo. Além disso, as opções de movimentação durante os combates corpo-a-corpo são limitadas: golpear com a espada, defender e aparar. E por conta do tempo de resposta dos comandos ser lenta, muitas vezes perdemos uma quantidade significativa de vida simplesmente porque o personagem não respondeu ao comando dado pelo jogador. 
Os elementos stealth presentes funcionariam melhor caso os controles fossem mais responsivos às nossas solicitações. Perdi a conta de quantas vezes fui descoberto após Arthur se recusar a tomar cobertura ou até mesmo eliminar o inimigo que está à sua frente.

Outro ponto negativo para destacar é o controle impreciso da mira ao utilizar o arco. Me via movimentando com todo o cuidado possível o analógico direito para que a mira não subisse mais do que o necessário. E mais uma vez me encontrava em situações desfavoráveis devido aos problemas durante a jogatina.

Luz, câmera, decepção

Boas idéias mal executadas, o resumo de Winter Ember.
Utilzamos diversos tipos de flechas durante nossa jornada.

Winter Ember buscou inspiração em Metal Gear em diversos pontos de sua produção. Infelizmente ele falhou miseravelmente em praticamente tudo, e a câmera é mais uma destas falhas terríveis. Não é possível aproximar ou afastar a câmera que se posiciona por cima do cenário, e os ângulos que podemos selecionar são pré-estabelecidos prejudicando completamente a exploração na bela ambientação vitoriana do game, que fica perdida em meio à tanta bagunça. 

Por se tratar de uma obra para ser jogada de maneira furtiva, Winter Ember nos estimula a andar pelas sombras, apagando lampiões e tochas para encobrir nossos rastros, e dificultar que os inimigos nos percebam. Isso pode ser ainda mais frustrante, já que diversas vezes os inimigos enxergam absolutamente nada que está ao seu redor, ou utilizando olhos de águia sabem exatamente onde você está antes de se cogitar chegar até ali. Nestes momentos, a única saída é fingir que nada aconteceu e dançar conforme a música. 

Na teoria, Arthur é um excelente arqueiro. Muito astuto, nosso justiceiro tem à sua disposição uma grande quantidade de flechas que podem ser criadas utilizando itens que coletamos em gabinetes, armários e baús. Fora flechas envenenadas, flechas que lançam fumaça, flechas com corda para alcançarmos lugares altos e até mesmo uma flecha específica para abrir estruturas frágeis. Devemos utilizar sabiamente nossos ingredientes, pois, apesar dos diversos problemas, existem maneiras diversas de entrar e sair de prédios, campos e estruturas exploráveis presentes no mapa. Ou seja, existe mais de uma maneira de se decepcionar.

Podemos encerrar por aqui

Winter Ember é repleto de boas ideias mal executadas. Quando vi o primeiro trailer, me enchi de expectativas, pois nos prometeram uma verdadeira experiência stealth, mas nos entregaram uma história curiosa envolta de camadas de erros e problemas que precisavam de uma maior atenção de seus desenvolvedores.

Cópia de Xbox One cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Winter Ember

3

Nota final

3.0/10

Prós

  • Ambientação interessante
  • Diversos locais para explorar
  • Múltiplas maneiras de concluir objetivos

Contras

  • Jogabilidade deplorável
  • Câmera atrapalhada
  • “Desinteligência” artificial
  • Os comandos são imprecisos