Wuchang Fallen Feathers capa

Review Wuchang: Fallen Feathers (PS5) – Esquive e use o poder celestial

Wuchang: Fallen Feathers é mais uma grande aposta de desenvolvedores chineses para o mercado de games, dessa vez na forma de um soulslike. Ainda que não supere os grandes nomes já estabelecidos do gênero, é um ótimo jogo com méritos próprios.

Desenvolvimento: Leenzee
Distribuição: 505 Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, Aventura, RPG
Classificação: 16 anos (drogas lícitas, violência)
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, PS5, Xbox Series X|S
Duração: 24.5 horas (campanha)/50 horas (100%)

Lutando ao longo da China

Causa o mesmo efeito de realizar um ataque forte carregado por trás
Cair de uma altura atacando oponente causa altíssimo dano, mas o jogo não tem um botão de pulo

Wuchang: Fallen Feathers segue a história de Bai Wuchang, uma pirata que sofre de Plumagem, uma doença que tem se espalhado pelo reino, causando deterioração da sociedade e do ambiente. Bai, no entanto, possui certa resistência à Plumagem, e dessa forma, parte para desbravar o reino em busca de uma cura e entender o que acontece. Tanto a história quanto a ambientação são baseadas no reino de Shu, na China da dinastia Ming (1368-1644) e, como comum no gênero, boa parte do lore está descrito em documentos e em diálogos com personagens espalhados pelos cenários, que são em boa parte opcionais.

A jogabilidade é bem semelhante à dos games típicos do gênero. Controlamos Bai em terceira pessoa em um grande mundo, com inimigos normais e diversos chefes. O combate é lento e difícil, com foco em armas enormes e poucos golpes, mas poderosos. Ao morrer, você derruba parte do recurso que é usado como dinheiro e como pontos de experiência, e deve voltar lá para recuperá-los. O que diferencia Wuchang são algumas de suas mecânicas, além da ambientação histórica.

Ao invés de defender, esquive

Várias opções são disponíveis apenas nos santuários
Santuários servem como ponto de transporte, é onde se revive e pode-se trabalhar a árvore de habilidades

São cinco tipos de armas, que variam bastante entre si na jogabilidade. Você pode equipar duas ao mesmo tempo e trocá-las rapidamente ao toque de um botão. Cada uma delas possui um golpe fraco e forte, uma técnica específica de cada arma individual e uma “habilidade disciplina”, que pode ser escolhida e utilizada com qualquer arma daquele tipo, desde que liberada na árvore de habilidades.

Não há um botão de defesa (mas existem habilidades disciplina de bloqueio e parry), já que o jogo é focado em esquivas. Os desvios são essenciais, pois estão atrelados aos poderes celestiais. Ao se esquivar de um golpe no último momento, você ganha um ponto de poder celestial (podendo acumular até 5), que podem ser gastos para usar feitiços ou fortalecer os golpes das armas, o que é muito importante para vencer os inimigos mais difíceis. Por vezes, principalmente em chefes, o combate pode consistir em basicamente esperar o inimigo atacar, desviar para juntar pontos de poder celestial, e atacar de volta. Ou, pelo menos, é a estratégia que eu apliquei na maior parte das vezes para sobreviver nesse mundo inóspito.

Personalização ampla

É possível chamar um NPC para te ajudar em alguns chefes
Como esperado, batalhas contra chefes são um dos destaques

A árvore de habilidades é vasta e permite uma grande personalização da sua personagem. São seis ramos, sendo um para cada arma e um para habilidades gerais. Os ramos das armas também incluem melhorias diversas, como de vida e fôlego. É possível resetar a árvore a qualquer momento (estando em um santuário) e redistribuir os pontos sem nenhum custo, o que é ótimo para experimentar na sua build e se preparar de forma específica para um adversário que está dando problemas.

Outra mecânica presente é a de loucura. Cada vez que você morre ou mata certos tipos de inimigos, o medidor de loucura de Bai aumenta. Isso interfere em propriedades de certas habilidades e, nos níveis maiores, aumenta o dano causado e recebido. Se você morrer em 100%, um demônio interno aparece no lugar onde você morreu pela última vez, e se vencida sua loucura volta para 0. Particularmente, não vi muita graça ou aplicação interessante nessa mecânica, geralmente apenas ignorando e esperando resetar.

Difícil de navegar

É possível redistribuir os pontos sem nenhum custo
Árvore de habilidades é muito grande e permite grande personalização

O jogo se passa em áreas interligadas, como se fosse tudo um único grande mapa. A exploração é não-linear, sem indicações óbvias de por onde seguir. Assim, você pode ir para outro caminho caso esteja tendo problemas em determinado chefe ou área, por exemplo. Isso é bem interessante, criando uma liberdade de exploração que costuma ser bem recompensada, com muitos itens espalhados por todos os lados. Porém, creio que a falta de um mapa ou qualquer forma de localização complica um pouco as coisas, pois à medida que você avança, é difícil manter em mente os caminhos que seguiu e os que deixou de visitar. Isso me ataca um pouco a ansiedade, mas, pelo menos, há o transporte rápido entre santuários.

Os gráficos são incríveis, tanto os cenários quantos os personagens, incluindo chefes com designs muito criativos. As paisagens são bem variadas, desde cenários totalmente imaginados quanto outros baseados em lugares reais, mas sempre muito bonitos. De forma semelhante, o design das roupas e armas também é baseado na cultura local e é bem variado.

Mais uma ótima opção para quem gosta do gênero

Wuchang: Fallen Feathers é uma abordagem que não se propõe a revolucionar os soulslikes, mas apresenta novidades e qualidades próprias para se garantir como mais um bom jogo do estilo, mas que dificilmente agradará quem já não é fã do gênero.

Cópia de PS5 cedida pelos produtores

Revisão: Julio Pinheiro

Wuchang: Fallen Feathers

8

Nota final

8.0/10

Prós

  • Combate desafiador e divertido
  • Armas são variadas
  • Visual sensacional
  • Mecânica de poder celestial é interessante

Contras

  • Pode ser confuso navegar pelo mundo
  • Mecânica de loucura adiciona pouco