Yooka-Replaylee é uma continuação vibrante e cheia de energia que mantém a alma dos clássicos de plataforma 3D viva e pulsante. O remaster traz de volta o lagarto Yooka e o morcego Laylee em uma nova jornada repleta de mundos coloridos, colecionáveis e habilidades aprimoradas. A trama gira em torno de recuperar novamente as preciosas Pagies espalhadas por diversos cenários — mas, dessa vez, o caminho é mais ágil, divertido e cheio de mecânicas repaginadas que valorizam a exploração e a sensação de domínio sobre o controle.
Desenvolvimento: Playtonic Games
Distribuição: PM-Studios
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Plataforma, Aventura
Classificação: 10 anos (Violência, Linguagem Imprópria)
Português: Legendas e interface
Plataformas: PC, Xbox Series X|S, Switch 2, PS5
Duração: 6 horas (campanha)/17.5 horas (100%)
Mecânicas de plataforma que realmente recompensam a habilidade
O maior triunfo de Yooka-Replaylee está na jogabilidade. A nova habilidade, claramente inspirada no spin-dash do Sonic, muda tudo. Com ela, é possível vencer corridas, alcançar penhascos distantes e até pular sobre buracos que pareciam impossíveis. A fluidez dessa técnica é deliciosa e faz você sentir que está quebrando o jogo de forma criativa — o tipo de sensação que só bons jogos de plataforma conseguem transmitir.
Além disso, rolar não consome mais energia. Isso, embora pareça um detalhe, transforma completamente o ritmo, já que antes isso impedia o avanço sem necessidade. A movimentação agora é mais dinâmica e natural, eliminando aquela sensação artificial de lentidão. As novas fases também introduzem obstáculos e desafios inéditos, com layouts que incentivam a experimentação e o uso inteligente das habilidades de Yooka e Laylee.
Fast travel, colecionáveis e mais motivos para explorar
Outro ponto positivo é o sistema de fast travel, uma adição muito bem-vinda. No game original, percorrer longas distâncias a pé acabava esticando o tempo de jogo de maneira forçada. Agora, com a viagem rápida, o foco permanece na agilidade e liberdade. O NPC responsável por esse sistema também vende localizações de Pagies — um toque genial para quem quer completar tudo sem precisar vasculhar cada canto do mapa por horas.
O remaster também adiciona um novo tipo de colecionável, oferecendo mais atividades e recompensas aos jogadores. Isso ajuda a manter o interesse em revisitar os mundos, que estão mais variados e criativos do que nunca. Cada um traz uma identidade própria, tanto visual quanto mecânica, e conta com Tonics, roupas e modificadores visuais — como modos monocromáticos ou com contornos destacados — que deixam a experiência com um charme retrô moderno.
Transformações criativas e mundos cheios de personalidade
Um dos elementos mais divertidos é a possibilidade de se transformar em diferentes objetos ou criaturas de acordo com o mundo. No primeiro, Yooka pode se disfarçar de flor para interagir com outras plantas e enganá-las. Já no segundo, o lagarto assume a forma de um caminhão de remoção de neve, abrindo caminho para missões e minijogos específicos. Essas transformações são um prato cheio para a criatividade e mantêm a jogabilidade variada, ainda que o núcleo permaneça simples.
As melhorias gráficas também chamam atenção. As animações estão mais suaves, os shaders bem mais detalhados e até as comemorações ao coletar uma Pagie ganharam um brilho extra. Pequenos detalhes, como as trilhas deixadas na neve e a física ajustada, tornam o mundo mais crível sem perder o tom cartunesco que define a série.
O ponto fraco: a repetição
Apesar de todas as evoluções, Yooka-Replaylee ainda sofre com um problema recorrente: a repetição. As missões, por mais bem construídas que sejam, tendem a seguir padrões muito parecidos de um mundo para outro. O sentimento de “já fiz isso antes” aparece com frequência, especialmente após algumas horas de jogo.
O T-Rex Arcade, por exemplo, deixou de lado o minigame de corrida do título anterior para adotar uma estrutura mais única. Agora, você entra em um minigame cujo tema muda a cada mundo, mas cuja essência é sempre a mesma: coletar três moedas e finalizar. A comparação com Captain Toad é inevitável, especialmente pelo estilo de exploração e ângulo de câmera, mas a falta de variação nas tarefas torna o modo rapidamente esquecível.
Um retorno divertido, com alguns poucos hábitos ruins
Mesmo com alguns deslizes, Yooka-Replaylee é um remaster que entende o que faz um bom platformer: movimento, ritmo e recompensa. A sensação de domínio sobre o personagem, aliada a mundos visualmente encantadores e repletos de segredos, mantém o prazer de jogar alto por boa parte da aventura. A repetição das missões pode cansar os mais exigentes, mas quem busca diversão leve, colecionáveis em abundância — como na era Nintendo 64 e PS1 — com uma boa dose de nostalgia vai encontrar aqui um ótimo exemplo de como modernizar um clássico sem perder o espírito original.
Cópia de Xbox Series X|S cedida pelos produtores
