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Revisitando Resident Evil – Relembrando o primeiro Remake

Antes da Capcom pegar gosto e investir pesado nas reimaginações dos clássicos jogos da série Resident Evil nos últimos anos, a empresa trouxe para o mundo dos games o remake do primeiro jogo intitulado apenas como Resident Evil para o Nintendo GameCube no ano de 2002. O jogo foi muito bem recebido pela mídia e por fãs. Infelizmente, tais elogios ficaram presos apenas ao público da Nintendo, cujo console da época não teve muito êxito. Apenas em 2015 que esse título pôde ser apreciado por jogadores de outras plataformas, e o resultado foi tão bom que chegou a desencadear outros remakes.

Desenvolvimento: Capcom
Distribuição: Capcom
Jogadores: 1 (local) 
Gênero: Ação, Terror
Classificação: 18 anos
Português: Não
Plataforma: Xbox 360, Xbox One, PS3, PS4, PC, Switch
Duração11 horas (campanha)/14.5 horas (100%).

(Re)contando o primeiro jogo

O inesquecível primeiro zumbi

Lançado originalmente em 1996 para o PlayStation 1, Resident Evil se tornou o jogo mais vendido do seu gênero Survival Horror, causando a impressão que não haviam títulos desse gênero antes dele – o que é um erro. O game contava a história de 4 policiais das forças armadas STARS que estavam em busca da equipe BRAVO desaparecida, mas que logo são atacados em meio à floresta e, para salvar a própria pele o quanto antes, acabam entrando em uma mansão abandonada infestada de zumbis e outras criaturas.

Já o Remake veio seis anos depois com a promessa de ser o game definitivo e cumpriu o seu papel, pois não retirou nada da história original, e ainda adicionou a drama de Lisa Trevor que só fez a trama ficar ainda mais rica em sua narrativa. Também mudou a posição de inimigos nos cenários, trazendo novos sustos além da surpresa dos zumbis que, se não tiverem a cabeça explodida, ao levantar,  eles correm atrás de você. É difícil pensar em outro remake de jogos eletrônicos que se saiu melhor que sua obra original, igual a este título.

(Re)adaptando para um novo público

Jill com sua faca

Não é exagero dizer que muitos jogadores, que conheceram a série a partir do quarto título numerado, sequer sabiam da existência desse remake devido ter sido lançado originalmente para um console da Nintendo há mais de uma década, contando com uma jogabilidade tanque usando os direcionais e câmera fixa. Algo extremamente ultrapassado que precisava de uma repaginada, e a Capcom fez o seu melhor dentro do possível.

Aqui, temos a opção de usar os analógicos da forma atual, e eles vêm com mais uma ajuda que é não precisar apertar outro botão para correr. Sim: é só empurrar o direcional totalmente para frente para seu personagem acelerar. Também podemos escolher a opção Widescreem para encher as telas atuais.

Novos ambientes

Apenas essas mudanças, aliadas a uma remasterização em 1080p, já são o suficiente para trazer um novo frescor e tentar facilitar para os novatos. Contudo, se você for do outro grupo que já conhece a série desde o PS1 e é uma pessoa saudosista, pode manter o formato igual das televisões antigas e jogar com os controles tanques, mas já te aviso que não tem glamour algum jogar com a tela com suas listras pretas nas laterais e ficar com o dedão doendo de tanto usar o direcionais – os analógicos se tornaram muito úteis para desviar de inimigos, me fazendo perguntar como ninguém havia pensado nisso antes no próprio lançamento original. 

A mansão Spencer nunca esteve tão bonita

Outras adições são as novas skins que podemos usar da Jill e do Chris, que são as mesmas do DLC Lost Nightmare do Resident Evil 5. Elas são ao mesmo tempo uma sensação nova e um dejavú, principalmente a do Chris musculoso que outrora dava soco em rocha, agora tendo que abrir portas com cuidado dentro da mansão Spencer. Outra mudança bem sutil é a câmera que resulta em leves movimentações antes de seu personagem sair daquele quadro e ir para outro, fazendo-nos perguntarmos como seria esse jogo se não fosse câmera fixa.

Chega a ser engraçado esse Chris na mansão

Acertos, erros e sucesso tardio

Novos sustos

Inicialmente, o jogo foi anunciado como Resident Evil HD Remaster, mas o subtítulo logo sumiu deixando apenas Resident Evil e foi um sucesso de vendas nos consoles daquela época, a exemplo da PSN que confirmou que o jogo da Capcom havia sido o game mais vendido em janeiro daquele ano. Era um feito e tanto para um jogo datado em uma época que o gênero estava respirando por aparelhos.

E posso afirmar que, com a idade que tem, Resident Evil envelheceu como vinho com essa remasterização que deixou os modelos mais nítidos, jogabilidade atualizada e a mansão mais bonita. Quase tudo aqui é bem feito, e a trilha sonora também ganhou um novo tratamento para acompanhar esse ótimo trabalho. Entretanto, nem tudo são flores devido às CGIs pré-renderizadas parecerem não ter o mesmo tratamento do restante do jogo, deixando à mostra as rugas da idade.

Ambientação suprema

A gameplay não é longa, podendo, em uma primeira jogatina, o jogador zerar com menos de 4 horas. Mas o fator replay é excelente, devido você querer se aventurar em níveis mais altos ou apenas querer desbloquear novas roupas para seus personagens, como Sarah O’connor do Exterminador do Futuro e a clássica roupa do Resident Evil 3 para Jil; ou a roupa que o Chris usou em Code Veronica. Além desses extras, após terminar uma campanha, você pode ir para níveis mais altos, como um em que todos os inimigos são invisíveis.

Excelente clássico à moda antiga

Este é um game obrigatório para quem é fã do gênero, mas saiba que ainda assim é um jogo do começo da 6ª geração de consoles. Então, certamente você vai estranhar o suspense das portas a cada sala que entrar, a câmera fixa, o fato de precisar organizar seus suprimentos e, muitas vezes, deixar nos baús para usar mais à frente. Foi uma sensação ímpar a primeira vez que joguei esse clássico no Xbox 360 e, agora, no PC – ainda acho estranho a resolução máxima ir até 1440p –, e me divertir admirando cada aspecto do jogo, sobre como ele é envolvente e desafiador na medida certa. Seu único defeito de fato é não resolver falhas de roteiro que são difíceis de ignorar, que são furos que existiam no original, mas que aqui poderiam ser corrigidos. De resto, tudo é uma experiência única.

Cópia de PC adquirida pelo autor

Revisão: Jason Ming Hong