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Review Agatha Christie: The ABC Murders (Switch) – Famosa investigação literária agora nos jogos

Agatha Christie: The ABC Murders foi originalmente lançado em 2016 para todas as plataformas, e agora em outubro de 2020 o querido Switch recebeu uma versão melhorada. Agatha Christie foi uma famosa romancista britânica muito conhecida por seus romances policiais, onde assassinatos emblemáticos são investigados e solucionados de maneira minuciosa. Contendo um final surpreendente assim como outras obras, “Os Crimes ABC” é um livro incrivelmente memorável. Agora a incisiva questão é: quão bom o jogo será em contar a mesma história? 

Desenvolvimento: Artefacts Studios, Tower Five
Distribuição: Microids
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura
Classificação: Livre
Português: Interface e legendas
Plataformas: PC, PS4, Switch e Xbox One
Duração: 7 horas (campanha)/ 9.5 horas (100%)

Elementar, meu caro Watson

Sendo sempre educado, minucioso e acompanhado pelo Capitão Arthur Hastlings durante suas investigações, Hercule Pairot é um renomado detetive belga que soluciona os crimes mais complicados pelos desafios que proporcionam. Essa dupla traz, em certos momentos, à tona a famigerada frase: “Elementar, meu caro Watson” – fazendo uma brincadeira com sua óbvia inspiração.

Então Pairot recebe uma misteriosa carta prevendo um crime com o remetente se nomeando como “ABC”, claramente desafiando o intelecto do detetive e iniciando uma caçada. Vindo de uma adaptação da obra homônima de Agatha Christie não poderia faltar romances, traições e muitos – literalmente muitos – segredos que são expostos em momentos cruciais com o intuito de engajar o jogador na trama.

Pairot lendo uma carta enviada pelo ABC.

Por consequência, é de se esperar que contenha muitos diálogos, cartas e informações para se prestar atenção, detendo grande importância nas decisões que serão tomadas. Por sorte, o jogo todo é legendado em português, facilitando a imersão da história e sua compreensão.

Sempre é possível melhorar

Por se tratar de um relançamento é impossível não o comparar com seu original e os melhoramentos ocorridos na versão de Switch são muito bem-vindos. Nessa versão deram mais atenção àqueles jogadores não muito experientes, deixando bem claro uma série de explicações que facilitam a compreensão do método investigativo e seus processos.

Outro ponto modificado é no design visual e sonoro. No primeiro caso há uma melhora nos efeitos de luz e também no antisserrilhamento, tornando muitos cenários mais bonitos e visíveis. Já no segundo, foram refeitas as músicas que complementam cada cenário e investigação, existindo um som de novidade para cada segredo descoberto – ba dum tss. 

Uma loja onde é visível a luz e o antisserrilhamento.

A jogabilidade teve uma leve suavizada comparada a outros consoles. Tanto a movimentação do personagem quanto a lupa são bem fluídos e correspondem bem aos comandos. E mesmo não sendo algo facilmente perceptível, para os mais atenciosos pode ser uma tremenda diferença.

Neurônios a milhão

Em Agatha Christie: The ABC Murders existem momentos bem separados e extremamente relevantes para o progresso. Eles são organizados em: pensando, observação, respondendo e reconstrução. Durante esses momentos, há sempre um puzzle pequeno ou grande a ser resolvido, desde um relógio que deve ser aberto até encontrar pontos marcantes nos assassinatos. Enquanto isso, Pairot relata suas deduções, auxiliando na compreensão do que se passa na mente do grande detetive.

Dando uma maior atenção aos puzzles que indicam manipulação de itens, estes aparecem pelo menos uma vez em cada cena e são maravilhosamente memoráveis. Conseguem ser desafiadores, mas não a ponto de frustrar, mantendo um bom equilíbrio. Eles também apresentam pistas chaves para que perguntas sejam respondidas – o que leva à uma outra mecânica muito bem pensada pelos produtores.

Em certos momentos da investigação é preciso responder perguntas com as pistas encontradas, instigando até o último minuto para encontrar cada uma delas, o que me fez sentir como se eu realmente fosse um verdadeiro detetive. Porém existem pontos específicos que me fizeram ficar confusos com a decisão do protagonista, deixando bem claro o que Watson sentia com as estranhas deduções de Holmes que só se afirmavam com o passar do tempo.

Perguntas a serem respondidas.

Um detetive e seu ego

Certamente o maior desafio de Agatha Christie: The ABC Murders e o que mais implementa imersão ao jogar são os Pontos de Ego. Essas belezinhas são pontos recebidos conforme suas escolhas batem com o tipo de personalidade que Poirot possui, sendo um total de 600 pontos. 

Para cada fala escolhida, ação feita na cena do crime ou dedução feita de maneira correta, a grande recompensa são esses pontos. Para quem só quer saber a história e jogar numa boa eles não significam nada. Contudo, para uma maior imersão dos fatos isso facilmente encoraja a querer analisar cada decisão tomada para receber o máximo de pontos possível.

Existe também a área de bônus, onde podemos revisitar os ocorridos na linha do tempo, recriar as cenas dos crimes e visualizar os troféus recebidos, sendo um total de 50 deles.

Alguns dos troféus inicias ainda bloqueados.

Desfecho surpreendente

Agatha Christie: The ABC Murders consegue fazer jus ao nome que carrega, ampliando ainda mais toda a sensação investigativa que as obras de Christie exprimem. Em nenhum momento todas as informações expostas se tornam demasiadamente fáceis ou difíceis de acompanhar, tendo um nível certíssimo para engajar o jogador e conectá-lo aos pensamentos de um detetive. Ao manter sempre tudo claro e intuitivo até para os menos atenciosos, Agatha Christie: The ABC Murders é uma obrigação caso a pessoa seja um fã da escritora ou simplesmente alguém que gosta de um satisfatório desafio.

Review foi feita com uma cópia de Nintendo Switch cedida pelos produtores

Revisão: Bia Bock

Agatha Christie - The ABC Murders

10

Nota final

10.0/10

Prós

  • Melhoramentos gráficos
  • Jogabilidade fluida
  • História envolvente
  • Desafiador na medida certa