Capa de ArcRunner

Review ArcRunner (PC) – Um roguelike cyberpunk

ArcRunner é um jogo de tiro em terceira pessoa criado pela Trickjump Games em parceria com a PQube. O shooter coloca até três jogadores para lutar contra ondas de ameaças robóticas, contando com uma jogabilidade no estilo dos roguelikes que pode se tornar frustrante por conta de vários fatores distintos.

Desenvolvimento: Trickjump Games
Distribuição: PQube
Jogadores: 1 (local) e 1-3 (online)
Gênero: Tiro
Classificação: 10 anos
Português: Interface e legendas
Plataformas: PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X|S, Switch
Duração: 8 horas (campanha)

Um roguelike longo

Luta contra chefes em ArcRunner

Uma estação foi prejudicada por um metavirus que acabou com toda a vida em um local, restando um chip que trouxe três soldados de volta dando a eles uma missão suicida de ativar um backup e evitar que esse vírus cause um estrago maior. É preciso assumir o papel de um dos lutadores e atravessar uma grande cidade, derrotando todos os inimigos e chefes no caminho. Se os personagens morrerem, eles retornam para o começo da missão, precisando tentar até conseguir cumprir esse objetivo.

É possível optar entre três classes: o soldado, útil para eliminar ameaças à distância; o ninja, especialista em combates corpo a corpo; e o hacker, que pode manipular objetos e usá-los em favor da equipe. Esse sistema torna ArcRunner em praticamente um hero shooter, uma vez que os personagens têm suas habilidades especiais úteis para os confrontos.

Missão em ArcRunner

A missão, em geral, possui uma estrutura linear. As quatro fases são extremamente semelhantes entre diferentes tentativas, o que faz com que a experiência se torne gradualmente repetitiva. Em contraponto, essa similaridade ajuda no planejamento das rodadas, que podem durar até 3 horas para serem finalizadas.

No entanto, essa longa duração para um roguelike é o principal problema de ArcRunner. Morrer depois de duas horas de jogo e ter que voltar diretamente para o começo da aventura é irritante. Porém, é permitido escolher a dificuldade e adaptar a aventura tanto para uma jogatina casual quanto para um verdadeiro desafio. Ainda assim, o shooter é frustrante, não importa a opção escolhida.

Jogabilidade lenta, confrontos rápidos

Tiroteio em ArcRunner

ArcRunner foi pensado para ser jogado em um trio, visto que a experiência não é muito balanceada no modo single player. Encontrar jogadores é uma tarefa complicada, já que não há suporte para o crossplay e nem pessoas nas salas da versão de PC, que costuma ter apenas 10 players online simultaneamente na Steam.

O shooter tenta trazer uma jogabilidade metódica, mas isso não combina com sua própria proposta, que tende a ser mais frenética. A movimentação e gunplay são lentos, e as animações têm prioridade em detrimento da responsividade. É sempre necessário aguardar sua execução antes de realizar qualquer ação, o que tira uma agilidade que seria bem-vinda para a gameplay. Apesar dessas limitações, dá para combinar ataques corpo a corpo com o tiroteio e a destruição do cenário, que pode ser conveniente em certos duelos contra as máquinas.

Aprimoramentos disponíveis em ArcRunner

Como em todo roguelike, o fracasso é sinônimo de progresso. Após cada morte, é possível conseguir melhorias nos atributos com os pontos recompensados durante a rodada. Eliminar oponentes também desbloqueia um arsenal melhor, mas muitas dessas melhorias poderiam estar disponíveis desde o início, dado que isso daria um dinamismo maior para a jogabilidade. Até uma das classes é bloqueada inicialmente, sendo preciso progredir por duas longas fases para desbloquear o hacker. Além disso, dá para liberar aprimoramentos temporários e aleatórios no final das fases, o que é comum para o gênero do jogo.

Problemas prejudicam a jogatina

Mapa de ArcRunner

Embora limitada, a jogabilidade de ArcRunner pode ser até divertida, mas o estado técnico ruim torna o shooter em uma frustração dupla. Existem travamentos constantes que atrapalham a fluidez do tiroteio, além de crashes aleatórios ao finalizar uma fase. Pelo menos, o sistema de salvamentos não é punitivo, pois é possível pausar, salvar e retornar de onde parou em outro momento.

Há problemas na interface, que não tem uma legibilidade satisfatória, além de uma tradução repleta de termos sem sentido e com uma concordância péssima. Apesar disso, os visuais são bonitos e o mapa é bem detalhado, com a chuva noturna e o neon orientalista típico de obras inspiradas pela estética cyberpunk marcando presença na cidade retratada pelo game.

Recomendado para quem quer se irritar

ArcRunner não chega a ser exatamente ruim, mas o título é prejudicado por várias das escolhas de design que não encaixam com sua proposta. A falta de um balanceamento satisfatório entre uma experiência desafiadora e recompensadora aliado com a ausência de uma gameplay mais intensa resulta somente em um jogo sem muita identidade e que não atinge o seu potencial.

Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Ailton Bueno

ArcRunner

7

Nota Final

7.0/10

Prós

  • Dificuldades diferentes
  • Bons gráficos

Contras

  • Performance ruim
  • Duração longa
  • Jogabilidade travada