Kiborg é um jogo de ação no já famoso estilo de briga de rua que incrementa sua jogabilidade com o também já conhecido roguelike. Pode até não parecer, mas a mistura deu certo.
Desenvolvimento: Sobaka Studio
Distribuição: Sobaka Studio
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação
Classificação: 14 anos (violência)
Português: Sim (Interface e legendas)
Plataformas: PC, PS5, PS4, Xbox Series X|S
Duração: 7 horas (campanha)
Uma mistura maluca que funciona

Kiborg aposta em uma combinação curiosa: o clássico estilo de briga de rua, o beat’em up, com mecânicas de roguelike. Pode soar estranho à primeira vista, mas a verdade é que a mistura funciona melhor do que se imagina.
No jogo, é preciso enfrentar inimigos em combates corpo a corpo ou com armas de longo alcance, podendo equipar diferentes implantes, além de armaduras e melhorias que são desbloqueadas ao vencer desafios. A progressão se dá com pontos adquiridos após cada tentativa, que servem para aprimorar uma árvore de habilidades simples, mas eficiente.
As mecânicas são bem implementadas. O tutorial cobre bem os conceitos básicos, e há um NPC recorrente que oferece dicas úteis ao longo da jornada. A movimentação pode parecer estranha no início, mas rapidamente se torna natural.

O grande destaque de Kiborg está na personalização de armaduras. Divididas em cabeça, braços, pernas, torso, coração e coluna, as peças podem ser combinadas livremente. Essa liberdade instiga o jogador a buscar conjuntos completos ou experimentar diferentes sinergias, o que adiciona bastante valor à rejogabilidade.
No entanto, o conteúdo deixa a desejar. Após concluir a campanha principal, resta apenas o modo arena, onde o jogador enfrenta hordas de inimigos sucessivamente. Para quem não é fã assíduo de roguelikes, a ausência de um modo história mais elaborado pode tornar a experiência repetitiva.
Parado no tempo

Kiborg, graficamente, é razoável: funciona bem, tem uma boa performance, mas não encanta, e parece que isso se dá pelo próprio conceito do jogo, que esteticamente parece ter saído da 7ª geração de consoles, do PlayStation 3 e do Xbox 360.
Temos um tom mais sóbrio, design de personagens mais “turrões” e um clima que lembra e muito os filmes de ação brucutu dos anos 80. Embora pareça um demérito, a estética de Kiborg anda de mãos dadas com o seu conceito, que não espanta, mas diverte.
Um fiapo de roteiro

No futuro, prisioneiros mortos são reconstruídos para cumprir penas intermináveis. Um desses condenados, acusado injustamente, tem sua única chance de liberdade ao participar de um reality show violento chamado “O Último Bilhete”, onde deve vencer outros detentos e alcançar uma nave de fuga.
A história é rasa e direta, como um filme B dos anos 80. Não espere profundidade narrativa, mas sim um pano de fundo que justifique a pancadaria desenfreada.
Um blockbuster dos anos 80 em formato de jogo
Kiborg é diversão pura para quem curte ação arcade com toques modernos. Embora tenha conteúdo limitado e um visual datado, ele compensa com jogabilidade sólida, alto fator de customização e uma vibe nostálgica de filmes brucutu. Um bom passatempo, especialmente para fãs de roguelike e beat’em up, mas que pode perder o fôlego rapidamente para jogadores mais casuais.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro