review-reynatis-switch-1

Review Reynatis (Switch) – Hack ‘n’ slash que não se destaca no seu gênero

Reynatis é uma mistura de RPG de ação com hack ‘n’ slash ambientado em Tóquio que, apesar de boas ideias e intenções, infelizmente é apenas mediano.

Desenvolvimento: Natsume Atari, FuRyu
Distribuição: NIS America
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, RPG
Classificação: 16 anos (violência, conteúdo sexual, drogas)
Português: Não
Plataformas: PC, PS4, PS5, Switch
Duração: 16 horas (campanha)/28 horas (100%)

Cuidado com seus poderes mágicos

No site dos desenvolvedores é possível ver comparações entre cenários do jogo e a vida real
Gráficos não são de primeiro nível, mas direção de arte é ótima

Reynatis se passa em uma realidade alternativa no bairro de Shibuya, em Tóquio, cenário de tantos outros jogos (inclusive, há uma colaboração com The World Ends With You). Nesse mundo, alguns indivíduos são capazes de usar magia para diversos fins. Devido a isso, é proibido sair de casa à noite, e apenas as forças policiais têm autorização para usar magia. Quem usar magia sem ser membro da polícia é reprimido e atacado pelas autoridades. A história acompanha um grupo de forças especiais e um grupo de magos clandestinos, cada qual com seus objetivos, cujos caminhos eventualmente se cruzam.

O jogo se passa em diferentes áreas de Shibuya e em um mundo paralelo e genérico, semelhante a florestas e alguns outros ambientes. A construção do bairro japonês é bastante fiel e inclui mais de 100 lojas e restaurantes que existem na realidade. Mas, como veremos, talvez o orçamento gasto em todo esse licenciamento poderia ter sido aproveitado de melhores formas.

Tentando ser Bayonetta, mas sem o mesmo refino

Mesmo em cenas os gráficos não são muito bons
Sari Nishijima é uma das protagonistas, do lado das forças de segurança

Reynatis é um RPG de ação, com pitadas de hack ‘n’ slash. Sua principal mecânica é semelhante ao Witch Time da série Bayonetta, isto é, esquivar do golpe dos adversários no último instante para congelar o tempo. Você controla equipes de até três personagens e pode trocar entre eles durante o combate. Os personagens podem se encontrar em dois estados: suppressed e liberated. No estado suppressed, você pode apenas esquivar, o que aumenta a sua barra de MP. No modo liberated, você pode então atacar com ataques normais e magias especiais, tudo gastando sua barra de MP. Também pode esquivar, mas não há nem o efeito de “Witch Time”, nem é possível carregar o MP.

O sistema de combate é relativamente simples, pois é basicamente apenas isso que já descrevi. E mesmo o que se tem não é muito divertido. Apesar de eventualmente você poder se empolgar na dinâmica de alterar entre os dois estados, vai ser comum ficar apenas parado esperando o inimigo atacar para poder esquivar e carregar seu MP, o que pode ser bastante enfadonho. O fato de você só poder atacar no modo liberated torna as coisas sem graça às vezes. Você pode usar itens, equipar habilidades passivas e duas magias por personagem – que são relativamente variados na jogabilidade básica, ainda que vários possam usar as mesmas magias.

Repetitivo e tedioso

Esses cenários tendem a ser genéricos e lineares
Além de Shibuya, game também é ambientado em cenários imaginários

Durante o jogo, você anda pela cidade indo atrás de objetivos principais ou missões secundárias. Shibuya está dividida em várias partes pequenas, com telas de carregamento cada vez que muda de mapa, o que vai ficando chato com o tempo. Quando você está andando pela cidade com personagens “ilegais”, há um sistema de procurado, semelhante a GTA. Ao ser encontrado, você cai em uma luta impossível de se vencer contra as autoridades. O que resta é pedir para desistir, e você retorna ao mapa. Ou, se estiver sendo procurado, basta usar o fast travel para outra parte do mapa, e tudo volta ao normal. É um sistema sem sentido e que não acrescenta nada de bom à experiência.

Em suma, o game é bastante repetitivo e essa repetição não é divertida. Há muitas conversas e você estará sempre apenas andando de um ponto a outro em Shibuya (ou no outro mundo, que são cenários essencialmente lineares) para chegar em algum objetivo, conversar e/ou lutar e continuar. Há muitas missões secundárias, que são sem graça também.

Boa arte, mas não bem implementada in-game

Lutas contra chefes não são muito melhores que as normais
É possível intercalar entre os três personagens a qualquer momento

Apesar da ótima direção de arte, que pode ser vista nas artes promocionais, design dos personagens e vídeos em CG, os gráficos do jogo em si deixam a desejar, mesmo para o Nintendo Switch. Além disso, o desempenho é ruim, com quedas de FPS e travadas aleatórias ao longo da jornada.

Vale destacar a trilha sonora da incrível Yoko Shimomura mas, para além disso, Reynatis acaba entregando uma experiência apenas mediana. Por fim, o preço na eShop é simplesmente absurdo, ainda mais para o que está sendo entregue – sendo até mais caro que os jogos AAA da própria Nintendo.

Devia ser melhor trabalhado

Num mercado que ultimamente tem lançado tantos jogos no estilo soulslike, fico sempre feliz ao ver o lançamento de um game mais hack ‘n’ slash tradicional. Infelizmente, apenas a boa intenção não é suficiente, e Reynatis nos deixa com a sensação de que temos um jogo com grande potencial, mas que não chega lá.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Julio Pinheiro

Reynatis

6

Nota final

6.0/10

Prós

  • Trilha sonora
  • Design dos personagens

Contras

  • Sistema de combate limitado
  • Gráficos fracos e desempenho problemático
  • Preço alto