Capa de 2XKO

Preview 2XKO (PC) – O jogo de luta da Riot

Lembra de 2XKO? Inicialmente apresentado pela Riot Games como Project L em 2019, o título que transforma League of Legends num jogo de luta finalmente está disponível, mas em uma versão prévia e não finalizada. Com mecânicas simplificadas, gráficos agradáveis e um foco em uma experiência online, o jogo, por enquanto, é apenas decepcionante – justamente por toda essa demora e pela falta de conteúdo.

Desenvolvimento: Riot Games

Distribuição: Riot Games

Jogadores: 1-4 (local e online)

Gênero: Luta

Classificação: 12 anos (violência, compras online, interação de usuários)

Português: Interface, dublagem e legendas

Plataformas: PC

Duração: Sem registros

É para ser acessível

Yasuo e Ekko em 2XKO

Ao contrário das principais desenvolvedoras do gênero, que criam títulos caros para consoles de última geração e PCs poderosos, a Riot opta tradicionalmente por atender um público deixado de lado por esses jogos, trazendo experiências gratuitas que funcionam em praticamente qualquer máquina. É o exemplo seguido por 2XKO, que tem visuais limitados, mas, ainda assim, bonitos, em um estilo cartunesco que se adapta bem ao universo de League of Legends e também lembra os games da Arc System Works.

Junto a essa ideia de ter um jogo compatível com todo tipo de hardware, entra também o modelo de negócios. 2XKO é um jogo gratuito com uma monetização baseada na liberação de novos personagens e skins por meio de créditos obtidos durante a jogatina ou com a compra de moedas, que ainda não estão disponíveis na loja. O título, pelo menos, permite o treinamento com esses personagens bloqueados, sendo muito mais justo do que outros games do tipo. E, claro, nisso tudo entra a jogabilidade simplificada, visando atrair quem não é fã do gênero – mas, infelizmente, é nesse aspecto que 2XKO acaba tropeçando.

Pensado para iniciantes

Ahri em 2XKO

Os desenvolvedores de 2XKO decidiram por uma abordagem que foge do tradicional para um jogo de luta, tentando inovar no gênero. E, pela inovação, se refere exatamente à jogabilidade, que coloca até quatro jogadores no campo de batalha, em confrontos no esquema 2v2, com a possibilidade de dois jogadores assumirem o mesmo time através do modo offline – sim! Um ponto positivo é que, apesar de focar em uma experiência online, 2XKO pode ser jogado sem uma conexão aos servidores, embora o jogo fique bastante limitado dessa forma, sem progressão nas missões diárias. Mas já é um avanço inesperado, dado o modelo de negócios escolhido pela Riot.

2XKO utiliza pouquíssimos comandos no decorrer das batalhas, com três botões principais para ataques, dois dedicados a golpes especiais e um outro para acionar a assistência do personagem da equipe escolhida – tudo isso aliado a um sistema de movimentação que não utiliza comandos de movimentos, como a famosa “meia-lua”, mas apenas direcionais. Isso reduz consideravelmente a habilidade necessária por parte do jogador para executar os ataques em si e resultaria em um jogo mais dinâmico… se as lutas fossem mais rápidas.

Batalhas simples e longas

Luta com Ahri e Darius

Assim como em outros jogos do estilo, as lutas são divididas em múltiplos rounds, sendo necessário derrotar os dois personagens para ganhar um dos três confrontos que decidem o vencedor de uma batalha. Isso, dependendo sempre de ambos os jogadores, claro, pode demorar bastante, o que acaba resultando em partidas um pouco desinteressantes por causa da facilidade na execução dos golpes – um especial, por exemplo, requer apenas que o jogador aperte o botão de ataque forte várias vezes seguidas.

A facilidade é uma faca de dois gumes. Enquanto novatos no gênero podem gostar de não ter que decorar combos enormes e comandos altamente específicos, jogadores experientes podem acabar ficando entediados em 2XKO, que não oferece nenhum modo de gameplay mais complexo – como é o caso de Street Fighter 6, que conseguiu apelar para dois públicos diferentes com sucesso incontestável. Só há uma forma de jogar 2XKO, que conta com um elenco de personagens jogáveis limitadíssimo.

Ainda sem muito a oferecer

Lutadores de 2XKO

Há somente nove lutadores disponíveis: Ahri, Blitzcrank, Braum, Darius, Ekko, Illaoi, Jinx, Vi e Yasuo. E, como é necessário jogar com dois personagens em uma única equipe, as possibilidades de confrontos distintos acabam sendo relativamente baixas em comparação a outros jogos de luta no estilo tag, como Dragon Ball FighterZ ou The King of Fighters. Ao selecionar uma equipe, é preciso escolher um Fuse, que determina como deve funcionar a sinergia entre os combatentes ao longo da batalha, sendo uma boa adição que, pelo menos, faz com que nem toda luta seja totalmente parecida.

2XKO, atualmente, está em estado de beta fechado, mas nem tão fechado assim, já que qualquer um com o game em mãos pode liberar acesso para outros três jogadores. Os desenvolvedores pretendem deixar o título nesse estado até o lançamento da versão “final”, que também estará disponível para PS5 e Xbox Series X|S.

Lobby de 2XKO

Durante esse período, os produtores estarão realizando diversas atualizações e melhorias no jogo, como aprimoramentos nas mecânicas e a adição de mais um personagem jogável – eles prometem só 10 lutadores no elenco da versão inicial. A beta fechada é tratada como o início da liberação completa do jogo, que será disponibilizado oficialmente, em acesso antecipado, no dia 7 de outubro de 2025.

Uma espera sem fim

2XKO é uma alternativa para quem busca um jogo de luta que demande menos dedicação para aprender como tudo funciona. Os responsáveis fizeram um ótimo trabalho na transição de personagens de MOBA para lutadores de um fighting game tradicional, mas falta muito para que o jogo seja realmente interessante. Há 171 campeões em League of Legends, e ver só nove deles (com um misterioso faltando) em um jogo de luta da franquia é decepcionante. Já se passou bastante tempo desde o anúncio inicial, e a sensação é que, mesmo com o jogo finalmente existindo, os desenvolvedores vão demorar um tempão para tornar 2XKO em um jogo de luta tão completo quanto qualquer outro do gênero.

Revisão: Ailton Bueno