Project Tower é um jogo de tiro em terceira pessoa criado pelos franceses da Yummy Games, um estúdio indie composto por quatro desenvolvedores. Ainda em produção, o título apresenta uma proposta diferenciada envolvendo uma interação bastante inovadora com o ambiente. E antes do lançamento, os responsáveis estão divulgando uma prévia rápida do game, na qual o Jogando Casualmente teve a oportunidade de testar.
Desenvolvimento: Yummy Games
Distribuição: Yummy Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Tiro
Classificação: 16 anos
Português: Interface
Plataformas: PC, PS5
Duração: 40 minutos (campanha)
Preso numa torre
Situado em um período pós-apocalíptico e próximo do fim da humanidade, Project Tower coloca seus jogadores para cumprir um desafio proposto por uma força extraterrestre que invadiu a Terra. É preciso assumir o controle de um soldado que caiu em uma torre de treino alienígena e agora tem a missão de recolher dados de combate para ajudá-los. Partindo disso, é necessário derrotar inimigos para alcançar o topo dessa torre aos poucos, cumprindo cada um dos andares – todos sempre diferentes entre si e com condições totalmente inóspitas.
O shooter é focado em uma jogabilidade frenética que combina o tiroteio com ataques corpo a corpo, com controles responsivos que resultam em uma gameplay funcional e divertida. Os adversários principais atacam no estilo bullet hell, disparando uma infinidade de golpes que precisam ser esquivados rapidamente pelos mapas, no melhor estilo Returnal. Naturalmente, esses confrontos acabam possuindo uma dificuldade relativamente alta, mas que é igualmente recompensadora.
Hora de morfar
O grande diferencial de Project Tower é a mecânica que permite que o protagonista se transforme em inimigos encontrados nos cenários. Essa habilidade é útil para explorar os andares da torre sem chamar a atenção dos oponentes, e, claro, derrotá-los furtivamente. Essa funcionalidade também se estende aos quebra-cabeças que surgem no decorrer da campanha, permitindo que o jogador morfe em objetos para resolver travas específicas do mapa e prosseguir na missão.
Contudo, Project Tower é, nesse momento, apenas uma prova de conceito que mostra que as ideias apresentadas realmente funcionam. Não há um grande uso dessas mecânicas nessa versão demonstrativa, que não faz um bom desenvolvimento narrativo e promete somente mostrar algo muito maior do que exibido ao longo dos 40 minutos de jogatina. Pelo menos, o potencial é surpreendentemente alto, ainda mais que esse jogo em questão não é um roguelike. É possível jogar tranquilamente, sem perder equipamentos ou ter que ficar constantemente retornando ao começo da aventura.
Câmera pode enjoar
Produzido através da Unreal Engine 5, a versão de PC de Project Tower tem um bom desempenho e visuais satisfatórios. Mesmo com texturas em uma definição baixa, os gráficos agradam devido ao ótimo jogo de luzes mostrado nas cenas de bullet hell, casando perfeitamente com a proposta do título. Porém, certas animações dos inimigos e do próprio protagonista são feias e esquisitas, gerando uma experiência com uma aparência um tanto quanto inconsistente.
Entretanto, o grande problema de Project Tower é a sua câmera. Além dela ficar muito próxima ao personagem principal, ela balança demais durante toda e qualquer ação, sem nenhuma forma de atenuar esses efeitos. Por conta disso, a jogatina se torna desnorteante nos momentos mais intensos da jornada, como nas batalhas contra os chefes.
Além disso, o lado sonoro é quase inexistente, sem uma representação aceitável dos elementos do jogo, e a tradução para o português é incompleta e mal feita, com diversos termos incompreensíveis – sendo esses alguns aspectos nos quais os produtores precisam melhorar para o lançamento final.
Proposta intrigante que funciona
Previsto para chegar ao PC e ao PlayStation 5 no quarto trimestre deste ano, a versão completa de Project Tower oferecerá uma campanha de cerca de 7 horas de duração, mesclando conceitos interessantes numa fórmula já conhecida. É uma experiência para se prestar atenção no futuro, ideal para quem gosta de games mais frenéticos e não se importa em jogar títulos mais limitados, que foram produzidos com um orçamento claramente baixo.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Ailton Bueno