FreeJack Online é um título gratuito que combina a estética consagrada por Jet Set Radio com corridas multiplayer no estilo parkour. Inicialmente lançado em 2010 e desligado em 2012, o jogo está retornando através de um remake produzido pela Inner Engine sob a chancela dos desenvolvedores originais, trazendo uma experiência revitalizada e um tanto excêntrica para os jogadores da Steam.
Desenvolvimento: Inner Engine
Distribuição: Inner Engine
Jogadores: 1-8 (online)
Gênero: Corrida, Esportes
Classificação: Livre
Português: Não
Plataformas: PC
Duração: Sem registros
Correndo e pulando
FreeJack Online é simples e direto. O título coloca oito jogadores em percursos situados em ambientes urbanos, espaciais e até psicodélicos. As partidas são majoritariamente focadas na criação de combos que alimentam um medidor, que cresce conforme o sucesso nos saltos sobre os obstáculos do mapa. É preciso conseguir sucessivos pulos perfeitos para atingir a velocidade máxima e deslanchar nas corridas. O vencedor, claro, é quem alcançar a linha de chegada na primeira posição.
Esse ciclo de gameplay apresentado é de alto risco, porque os jogadores são punidos instantaneamente caso errem esses pulos, o que gera na perda imediata de agilidade por alguns momentos. Por consequência, a jogabilidade é muito frenética, recompensando a precisão de quem está no controle. Devido a isso, FreeJack Online têm uma notável curva de aprendizado, e é necessário aprender a jogar na marra, já que as dicas e tutoriais presentes no título são confusos e pouco compreensíveis.
Nessa versão prévia, podemos selecionar quatro corredores, cada um trazendo seus atributos especiais, vantagens e capacidades específicas nas pistas. Eles podem ser customizados com roupas, embora algumas dessas opções cosméticas sejam limitadas para quem apoia o Patreon dos desenvolvedores – o que pode indicar como o jogo será monetizado quando for oficialmente lançado.
Bons gráficos e um online surpreendente
No geral, FreeJack Online conta com bons gráficos graças ao estilo cel shading inspirado por Jet Set Radio, um dos maiores clássicos da SEGA. Essa inspiração, obviamente, não se limita apenas aos visuais, pois a trilha sonora lembra as músicas do game lançado em 2000. Além disso, há uma narração para cada ação realizada, o que também remete aos jogos de fliperama. De certa forma, esses aspectos tornam FreeJack Online numa viagem no tempo, dado que essa combinação de características não é tão popular atualmente – o único outro título recente que se influenciou nessa estética foi o decepcionante Bomb Rush Cyberpunk.
A nova equipe de desenvolvimento refez todo o jogo no motor gráfico da Unity, resultando em um departamento técnico diferente, apesar da jogabilidade e direção artística serem as mesmas da versão original. Os produtores implementaram diversos efeitos que complementam perfeitamente o lado estético, elevando os gráficos ao mesmo patamar dos jogos atuais que usam esse estilo cartunesco. Contudo, falta uma otimização satisfatória, uma vez que há muitas quedas na taxa de quadros que afetam a responsividade da gameplay no decorrer das corridas.
A qualidade da conexão durante as partidas em rede é o que realmente surpreende, porque o título funciona bem até em salas hospedadas em locais distantes do Brasil, como na costa leste dos Estados Unidos e certos países europeus. A comunidade é bastante dedicada ao título, e os jogadores estão felizes com esse retorno. Mas como há vários corredores de longa data experientes em FreeJack e nenhum sistema de matchmaking baseado no ranking de cada conta, as partidas sempre serão desafiadoras para quem está jogando o título pela primeira vez. Apesar disso, o jogo não deixa de ser agradável, divertido e, acima de tudo, estiloso.
É legal
FreeJack Online é um jogo nichado, com uma jogabilidade específica que mantém vivo um estilo característico da época do Dreamcast que não vemos tanto hoje em dia. O título ainda não ganhou uma data de lançamento para consoles e PC, mas certamente já é algo que merece a atenção dos fãs desse espírito da saudosa sexta geração de videogames.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Ailton Bueno