Riftstorm

Preview Riftstorm (PC) – Um jogo para se evitar

Riftstorm coloca até 3 agentes para eliminar ameaças sobrenaturais em missões curtas. Desenvolvido pela Mythic Protocol, o jogo de tiro traz uma experiência em testes que chega a ser divertida, mas com várias falhas de design, além de uma implementação desnecessária da tecnologia blockchain.

Desenvolvimento: Mythic Protocol

Distribuição: Mythic Protocol

Jogadores: 1-3 (online)

Gênero: Ação, Tiro

Classificação: Livre

Português: Não

Plataformas: PC

Duração: Sem registros

Tiroteio isométrico

Jogabilidade de Riftstorm

A jogabilidade é uma mistura de ingredientes diferentes, mas conhecidos. Com visão isométrica, o shooter apresenta sistemas responsivos, envelopados em missões que exigem a eliminação dos perigos existentes nos cenários. Apesar de simples, a gameplay requer muita atenção por conta dos ataques dos oponentes, que são fáceis de lidar graças aos diversos indicadores exibidos na tela quando estão prestes a realizar alguma ação.

As mecânicas de tiro e esquiva não fogem da normalidade de shooters desse tipo, mas a jogabilidade é bastante lenta, até nos duelos mais intensos. Essa escolha criativa faz com que Riftstorm seja extremamente casual em todos os momentos da jogatina, mas, como consequência, retira todo o fator de desafio dos confrontos, especialmente nas lutas contra os chefes.

O jogo está em um estágio embrionário, possuindo apenas quatro operações que podem ser completadas em menos de uma hora em sua versão atual. As fases seguem sempre uma estrutura parecida, com um chefe a ser eliminado no fim das operações. O jogo incorpora aspectos de roguelike em sua fórmula, permitindo que os jogadores obtenham vantagens aleatórias após eliminar uma onda de oponentes. 

Experiência meio quebrada

Vantagens

É possível adentrar as operações com uma equipe composta por até três jogadores. Jogar sozinho é uma possibilidade, mas as missões foram projetadas com partidas cooperativas em mente. Alguns rivais exigem a assistência de um membro da equipe para serem eliminados, e isso prejudica a jogatina quando só uma pessoa está no campo de batalha. A existência dessa falha denota uma falta de cuidado dos responsáveis na hora de construir a experiência solo, já que o título pune o jogador por jogar sozinho ao incluir inimigos que não podem ser assassinados por uma pessoa.

Um outro problema em Riftstorm é a ausência de um sistema de criação de partidas, o que impossibilita a conexão com jogadores aleatórios. Isso resulta na falta de um senso de comunidade dentro do jogo, porque não é fácil encontrar pessoas para jogar – não existem nem muitos interessados em Riftstorm, que conta com cerca de 50 players em seu teste aberto na Steam. A falta dessa funcionalidade é uma grande falha para um jogo multiplayer, que deveria ter essa função como prioridade dado a sua importância para a experiência.

NFTs, por algum motivo

Fase do jogo

A progressão se dá através do loot descoberto nas fases. É possível desbloquear o acesso a armas melhores, e eliminar inimigos também aprimora o nível do protagonista, tornando gradualmente a aventura em algo mais fácil ainda devido ao seu poderio superior em relação aos adversários.

Porém, o pessoal da Mythic Protocol decidiu adotar uma abordagem de blockchain que é um tanto sem sentido e, que obviamente, não se encaixa bem no jogo. Além de utilizar servidores que rodam por meio de uma plataforma descentralizada, os desenvolvedores consideram os personagens jogáveis como NFTs, tratando cada agente de cada jogador como uma singularidade no blockchain. Cada evolução e ascensão de nível funciona como uma espécie de uma NFT única dentro da rede.

Essa aplicação da tecnologia é totalmente inútil. Riftstorm não precisa de nada disso, pois consegue se destacar com seus próprios méritos, sem precisar recorrer a esse esquema que não agrega em nada para a experiência propriamente dita. A implantação da Web3 não está na versão do jogo disponível na Steam, que justamente veta games que envolvam elementos desse tipo em sua loja. Por conta disso, esses controversos aspectos estarão presentes somente em uma versão do jogo que é distribuída fora do launcher da Valve, mas que se comunica diretamente com os jogadores da Steam graças ao crossplay. 

Situação complicada 

Apesar de ser simples e um pouco repetitivo, Riftstorm não é um jogo ruim. Seu lançamento final pode até atrair uma boa atenção se ele tiver um bom plano de marketing, funcionalidades online completas e um esquema de monetização saudável. Contudo, é uma pena que o foco da produtora esteja em ideias naufragadas, como as NFTs. Além de trazer uma confusão desnecessária para o jogo, isso só afasta a comunidade do game e a equipe de desenvolvimento de uma experiência de qualidade.

Cópia de PC cedida pelos produtores

Revisão: Ailton Bueno