The Texas Chain Saw Massacre tenta adaptar o clássico do cinema em um tradicional jogo de terror assimétrico, onde 7 pessoas são colocadas em uma grande casa para entrar em um desafio brutal de gato e rato. Desenvolvido pela Sumo Digital, o título, que tem previsão de lançamento para agosto de 2023, passou por um fim de semana de testes em preparação para a versão final, no qual tive a oportunidade de participar.
Desenvolvimento: Sumo Digital
Distribuição: Gun Interactive
Jogadores: 7 (online)
Gênero: Terror, Ação
Classificação: 18 anos
Português: Não
Plataformas: PC, Xbox Series X/S, Xbox One, PS4, PS5
Duração: Sem registros
Vítimas contra uma família
Atuando como uma prequela dos filmes, The Texas Chain Saw Massacre se passa em 1973 e retrata o drama de um grupo de amigos capturados pela família Slaughter após uma viagem ao Texas em busca de uma pessoa desaparecida que terminou mal. Agora, as vítimas precisam lutar para escapar da morte em partidas longas com uma série de desafios: antes de tudo, é necessário se manter em silêncio e encontrar itens. Em seguida, é preciso abrir as portas da casa e, por fim, conseguir fugir do pesadelo. É claro que a família fará o impossível para impedir com que as vítimas sobrevivam, usando diversas armas e obstáculos para garantir que os civis não saiam vivos dessa caçada.
O legal é que os personagens possuem uma dublagem com reações a cada situação da experiência, o que dá um carisma único para todo o elenco. No entanto, as falas constantes vão contra a furtividade, um aspecto importante do jogo. Muitas ações são associadas ao barulho que elas podem fazer, o que dá um fator estratégico que torna a coordenação e a calma em exigências para a sobrevivência. A proposta é simples, e essas mecânicas abrem espaço para um título altamente rejogável, com partidas que nunca são iguais.
Jogabilidade maçante
Apesar de The Texas Chain Saw Massacre ter boas ideias, existem problemas de balanceamento que impedem que elas atinjam seu verdadeiro potencial, e essas falhas precisam ser corrigidas antes do lançamento final. Assumir o papel da família é chato, já que somente Leatherface pode interagir com boa parte do mapa, deixando o restante do elenco sem o que fazer durante as perseguições. A jogabilidade dos parentes é pesada e repleta de limitações, tornando o ato de assassinar pessoas uma tarefa maçante e entediante. Como todos estão no bico do corvo, as quatro vítimas são justificadamente mais lentas, mas elas contam com uma agilidade que a família não tem, fazendo com que a experiência, em geral, seja inconsistente.
A versão de testes não proporcionou uma grande liberdade de customização, pois todas as opções foram desativadas pelos desenvolvedores, restando uma seleção automática e aleatória de cada papel que os jogadores podem assumir. Porém, quando o jogo for disponibilizado oficialmente será possível editar as habilidades dos personagens, o que possivelmente pode acabar tornando a jogabilidade em algo mais dinâmico do que o apresentado pela beta.
É só uma beta
Não é à toa que o jogo indica constantemente que nada está finalizado. Toda a interface precisa de aprimoramentos, porque não há sequer uma forma de alterar as configurações técnicas antes de iniciar uma partida. Além disso, a performance nos computadores é ruim, com os momentos iniciais da jogatina sendo prejudicados por quedas aleatórias na taxa de quadros, algo que está se tornando uma tradição nos games que utilizam a Unreal Engine.
A equipe de desenvolvimento também precisa criar bons tutoriais, visto que tudo é explicado diretamente por meio de vídeos no menu principal, sem interatividade alguma por parte do jogador. Embora os visuais sejam ótimos devido ao estilo artístico que remete às obras do cinema setentista, as animações não são sangrentas. A falta de um bom gore tira todo o impacto do terror e transforma tudo em uma experiência cartunesca.
Não empolgou
Apesar do foco na furtividade, The Texas Chain Saw Massacre é apenas mais um jogo de terror assimétrico que não traz grandes inovações na fórmula popularizada por títulos como Dead by Daylight e Friday the 13th. É difícil acreditar que os problemas presentes nesta beta serão consertados no lançamento, dado o pouco tempo suficiente para arrumar as decisões de design feitas pelos produtores. Estar no Game Pass garantirá atenção ao jogo, mas será complicado ver as pessoas ficando engajadas com ele por um longo período.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Ailton Bueno
