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Review Alwa’s Legacy (Switch) – Desbrave um mundo mágico

Em meio a tantos avanços tecnológicos que permitem a renderização de gráficos ultra-realistas, é um alento perceber que ainda podemos apreciar jogos que fazem uso do saudoso e estiloso pixel art. Boa parte dos estúdios indies, atualmente, são os responsáveis por carregar esse legado, produzindo títulos que fazem uso do estilo imortalizado nas primeiras gerações de consoles. Desenvolvido e publicado pelo estúdio Elden Pixels – composto por apenas quatro pessoas – Alwa’s Legacy, nesse sentido, veio para somar. O jogo chegou no dia 17 de Junho para PC e dia 29 do mesmo mês para Nintendo Switch. Trata-se de um bom e divertido game de aventura e exploração side-scroller (continuação de Alwa’s Awakening), que nos apresenta um mundo mágico moldado em charmosos gráficos em pixel art.

Desenvolvimento: Elden Pixel
Distribuição: Elden Pixel
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura, Ação, Plataforma
Classificação: 10 anos
Português: Não
Plataformas: PC e Switch
Duração: 8 horas (campanha)/12 horas (100%)

Guerreira mágica de Alwa

No jogo controlamos Zoe, uma simpática e misteriosa feiticeira, de capa roxa, que desperta sem memória na terra mágica de Alwa. A história gira em torno de um livro mágico (Book of Terra Incognita) – antes guardado na Grande Biblioteca – e que contém todo o conhecimento sobre o passado, presente e futuro de Alwa. Saga, a anciã da cidade, incube Zoe da missão de proteger o livro das mãos do maligno mago Vicar. O vilão de “olhos assustadores” pretende tomar para si tal livro e em sua empreitada trás monstros, demônios e criaturas mágicas para Alwa. Cabe a nossa guerreira mágica Zoe impedir que o livro caia nas mãos de Vicar e trazer paz ao local, livrando-o das criaturas que assombram seus moradores.

O livro guardado por Zoe, a princípio em branco, vai sendo preenchido no decorrer de nossa jornada. Devemos percorrer por toda Alwa atrás dos demônios espalhados em quatro castelos. Esses castelos guardam armadilhas que exigem certas habilidades para serem ultrapassadas. Essas habilidades são chamadas de encantamentos e ao longo do jogo podemos obter até quatro delas (Tempus, Robustus, Orbis e Umbra). Em nossa missão contamos ainda com três gemas mágicas (Gemstones) que nos concedem poderes de invocação para que consigamos ultrapassar as armadilhas das dungeons. A cada demônio (boss) derrotado, uma nova página é adicionada ao livro, trazendo também fragmentos das lembranças de Zoe e da própria história do jogo.

Simples, mas divertido

Os gráficos em pixel art são muito bonitos

Os controles em Alwa’s Legacy são simples, apesar da mecânica em si – como veremos mais à frente – se utilizar de uma espécie de quebra-cabeça que dá um pouco mais de complexidade ao jogo. Basicamente, Zoe pode pular, desferir ataques, usar magia e habilidades desbloqueáveis (encantamentos) que conferem poderes especiais como andar sobre espinhos e desacelerar o tempo, por exemplo. Não há um botão de corrida, pulos duplos, ataques nervosos com combos variados ou coisas do tipo. Os desenvolvedores jogaram no seguro e projetaram um game que não tenta ser mais do que realmente é. Dessa forma, tudo é muito simples (isso é bom), apresentando uma pegada que lembra um pouco Wonder Boy (isso é muito bom) e é divertido pra caramba.

Graficamente falando – como já citado na nota introdutória – o game é uma volta ao passado. O design em pixel art é colorido, detalhado e muito bonito. As melodias acompanham o visual retrô do jogo e também nos transportam para os jogos das primeiras gerações de consoles. O game performa maravilhosamente bem no Switch seja no modo dock ou portátil, sem apresentar lags, travamentos ou qualquer problema que possa estragar a nossa experiência. Pode parecer bobeira apontar isso para um jogo tão comedido quanto Alwa’s Legacy, mas é um problema que tem acometido certos jogos, infelizmente.

O jogo segue a estrutura clássica de games que bebem nas águas dos Metroidvanias. O mapa não é gigante como os de Ori, Blasphemous ou Hollow Knight, mas apresentam a mesma estrutura não-linear de exploração. Dessa forma, devemos vasculhar cada canto para obtermos itens ou objetos que permitem a exploração de uma área antes inacessível ou que incremente força e vitalidade à nossa personagem. Apesar de não termos a opção de colocarmos marcadores, um ponto positivo é a clareza do design do mapa. Ele apresenta nitidamente nossa localização, itens importantes, pontos de save e fast travel, assim como o percentual de segredos descobertos de cada uma das áreas. Ah! As mortes são todas computadas. E por ser demasiadamente curto ele te instiga a repetir a run para tentar melhorar seus números.

Conjurando magias

Conjure blocos para alcançar escadas e plataformas

Felizmente, o senso de progressão em Alwa’s Legacy não é arrastado como geralmente acontece em jogos do tipo. Encontrar itens diversos e habilidades acontecem de forma bastante natural. Inicialmente, contamos somente com um cajado mágico que serve apenas para desferir ataques físicos nos inimigos. Conforme avançamos podemos encontrar Lágrimas (que permitem transformar os pontos de salvamento em locais de viagem rápida); Pétalas (que a cada quatro aumentam nosso ponto de vitalidade); itens como o elixir que nos permite segurar por um tempo maior a respiração em baixo d’água; e gemas mágicas (verde, azul e amarela) que nos permitem conjurar magia com nosso cajado.

Com a gema verde podemos conjurar blocos que podem ser usados como plataforma. Com a azul conseguimos conjurar uma espécie de bolha que nos permite alcançar áreas mais elevadas. Já a gema amarela conjura um ataque de fogo. Podemos alternar entre essas três gemas a qualquer momento do jogo. A utilização dessas magias consomem parcial ou totalmente uma barra de energia azul que fica localizada no canto superior esquerdo da tela. Isso cadencia e limita um pouco o uso desse recurso, apesar da barra ser preenchida rapidamente logo após o seu uso.

Cada uma dessas gemas possui uma pequena árvore de habilidade (com quatro variações) que acrescentam poderes extras às suas propriedades mágicas. Para que possamos fazer esse upgrade é necessário que encontremos Orbs escondidos pelo mapa do jogo. Ao todo podemos coletar até noventa e nove Orbs para distribuí-los da forma que melhor nos convir. Esses upgrades – convém mencionar – não são definitivos. Podemos habilitá-los ou desabilitá-los a qualquer momento com um feiticeiro que fica na cidade de Westwood.

Recompensador e divertido

Termine mais de uma vez e melhore seus números

Em linhas gerais as conjurações que fazemos com nosso cajado mágico são peças chaves para o progresso no jogo. Explorar as dungeons, fugir das armadilhas e vencer os bosses requer bom uso dessas ferramentas. Às vezes precisamos utilizar os três poderes da gema ao mesmo tempo para resolver certo puzzle. O level design faz bom uso de todos os poderes e recursos à nossa disposição. Dessa forma, nada fica de lado ou esquecido durante a aventura. Todo esse dinamismo torna nossa experiência com o jogo algo muito agradável.

Apesar do visual fofo presente no jogo, ele pode ser bem desafiador, principalmente para aqueles que desejarem fechá-lo com 100%. A dificuldade maior, na verdade, está na resolução de certos puzzles durante nossa exploração. As batalhas contra os chefões, por exemplo, são bem tranquilas (inclusive o chefe final), basta decorar os movimentos. Alwa`s Legacy encanta pela simplicidade. Até mesmo a história, focada no embate maniqueísta do bem contra o mal, é leve assim como todo o jogo. É seguro afirmar que explorar os segredos de Alwa e defendê-la de Vicar é recompensador e divertido.

Esta review foi feita com uma cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Bia Bock

Alwa`s Legacy

10

Nota final

10.0/10

Prós

  • Gráficos em pixel art
  • Puzzles divertidos
  • Desafio na medida