The Astyanax Capa

Review Arcade Archives: THE ASTYANAX (Switch) – Um homem e seu machado

Desenvolvido pela Jaleco, incrivelmente famosa nos anos 80 e 90, The Astyanax foi um game de máquinas arcades bastante obscuro, tanto que nunca ouvi falar sobre. Em uma onda de experimentações trazidas pela Hamster através do Arcade Archives, resolvi ver qual a proposta desse desconhecido jogo de plataforma e ação e conferir se ele ainda consegue se sustentar bem nos dias de hoje. The Astyanax também recebeu um port para NES na época, mas com uma abordagem bem diferente que, apesar de manter a jogabilidade, puxa o estilo visual e toda a direção de arte para um lado mais oriental.

Desenvolvimento: Jaleco
Distribuição: HAMSTER
Jogadores: 1-2 (local)
Gênero: Ação, Arcade, Plataforma
Classificação: 12 anos
Português: Não
Plataformas: PS4, Switch
Duração: 1 hora (campanha)/2 horas (100%)

Um produto desconhecido

Plataforma e ação

Em The Astyanax controlamos um guerreiro grego – com influências árabes – chamado Roche, que usa um saiote, um machado gigante e um escudo que aparece de vez em quando e serve para se defender de ataques inimigos. A justificativa é que o rapaz encontrou seu machado divino em uma pedra e, removendo-a, tornou-se um guerreiro. Sua aparência traz um quê de Conan misturado com Hércules e outros heróis bombados bastante estereótipos da época. 

A premissa é muito simples em termos de narrativa: invada a torre do mal e destrua o que há lá, algo bem clichê dos anos 80 que, atualmente, não é o suficiente para um produto dos videogames. Mas deixando isso de lado e dando o perdão por ser um fruto de sua época, The Astyanax mostra sua qualidade por meio de sua jogabilidade sólida.

Simples e direto ao ponto

Luta contra chefes

Assim como sua história, a forma de jogar The Astyanax é bem direto ao ponto. Basta andar da direita para esquerda, eliminar monstros com seu machado, pular plataformas e fim de papo. Sério, simples assim, sem complicações ou firulas. O que podemos dizer que existe como um diferencial aqui é a mecânica do machado, que aumenta o dano causado pelos golpes caso levemos mais tempo entre ataques. Isso preenche uma barra verde no canto inferior da tela para indicar o nível de eficácia do machado, criando um efeito de chamas na arma. Além do mais, existem pilares que fornecem pontos para realizar o ataque com raios, fora joias que ajudam o jogador a manter sua saúde sempre alta.

Também existem momentos de plataforma, com desafio leve como pedras que desaparecem em meio a uma cachoeira e cenários levemente verticais. Logo abaixo, no Hud, existe uma barra de vida que precisamos ficar de olho para não receber um game over. Porém, como felizmente trata-se de uma versão de Arcade trazida com recursos modernos, podemos utilizar quantas fichas for necessário.

Depois de avançar bastante na fase e deixar um rastro de destruição para trás, é hora da famosa batalha contra o chefe. Esses são os momentos mais desafiadores de todo o game e, mesmo com uma quantidade infinita de fichas disponíveis, certamente o esforço demandado é inegável. Fora os ataques normais que desferimos com a arma padrão, também podemos utilizar o poder do trovão a nosso favor, causando altos danos nos inimigos.

Caravan Mode

Além do modo comum de jogo, também podemos experienciar a versão japonesa da ROM, cujo nome muda completamente para The Lord of King, sem diferenças de gameplay. Como padrão na coleção de Arcade Archives da Hamster, também há um modo de competição em leaderboards por pontuações mais altas, além de um modo intitulado Caravan que foca justamente em rankings locais.

Algo inesperado para a época e que vale a pena destacar, The Astyanax vai na contramão da maioria ao implementar um modo co-op para até 2 jogadores. Aqui, fazemos dupla com uma pessoa para lutar simultaneamente contra os diversos monstros ao longo das fases. Como esperado, o segundo jogador não é tão diferente do personagem principal, sendo praticamente um palette swap (troca de paleta de cores), algo bastante comum para salvar memória de consoles e máquinas do início da história dos videogames.

Sobreviveu ao tempo

Posso dizer que The Astyanax sobreviveu bem ao tempo e ainda consegue ser um bom jogo, mesmo em dias atuais. Sua duração é bastante curta se focarmos apenas na história principal, cerca de 2 horas através de 6 fases. Sua mecânica de aguardar entre um golpe e outro para aumentar a eficácia da arma é bem-vinda e torna The Astyanax um pouco diferente da maioria, sem contar com o seu inesperado modo cooperativo e alguns elementos de plataforma aqui e ali. A jogabilidade, de forma geral, é satisfatória e desafiadora, rendendo boas horas de diversão que podem ser expandidas em várias outras caso você seja alguém do tipo que gosta de competir por rankings. Por fim, foi uma grata surpresa e uma grande satisfação conhecer esse game tão obscuro e poder contar para amigos sobre esse achado.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Kiefer kawakami

Astyanax

9

Nota final

9.0/10

Prós

  • Jogabilidade sólida
  • Modo co-op
  • Rankings
  • Elementos de plataforma

Contras

  • Não faz nada de novo
  • Um pouco repetitivo