Awaken: Astral Blade, embora competente na maioria dos aspectos, não tem criatividade e autenticidade suficientes para se destacar no mar de jogos do gênero disponíveis atualmente.
Desenvolvimento: Dark Pigeon Games
Distribuição: ESDigital Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura, Plataforma
Classificação: 14 anos
Português: Interface e legendas
Plataformas: PC, PS4, PS5
Mais um metroidvania na praça
Awaken: Astral Blade é mais um jogo no subgênero metroidvania, já familiar para a maioria dos jogadores. O objetivo consiste em concluir missões interligadas a um enredo principal, explorando diversas áreas, descobrindo segredos, adquirindo habilidades e progredindo no jogo.
Embora a jogabilidade de Awaken não seja especialmente inovadora, ela é eficaz. O planejamento do design das áreas evita uma jogatina confusa e proporciona uma experiência de exploração suave e divertida. O combate é satisfatório, com destaque para o sistema de combos, que apresenta uma certa complexidade e uma curva de aprendizado interessante.
A curva de dificuldade do jogo equilibra-se, começando de forma acessível e tornando-se mais desafiadora, especialmente nas batalhas contra chefes. Além disso, o jogador adquire novas habilidades que facilitam a exploração de áreas, e há itens disponíveis para aprimorar os status dos personagens.
A jogabilidade de Awaken não apresenta grandes problemas, exceto por pequenos bugs que os desenvolvedores devem corrigir rapidamente, graças ao seu suporte. No entanto, o jogo não traz nada de particularmente novo ou diferente em comparação com outros títulos do gênero, o que pode ser frustrante para jogadores mais experientes em metroidvanias.
Uma estética sem brilho
Os gráficos de Awaken causam uma primeira impressão estranha. Diferentemente da maioria dos jogos do gênero, ele é feito em 2D, mas com uma profundidade visual nos objetos e cenários que inicialmente pode parecer incomum. Felizmente, o jogador se adapta rapidamente, sem que isso prejudique a experiência.
A direção de arte, porém, deixa a desejar. Ambientado em uma ficção científica biomecânica, o visual do jogo, embora agradável, parece genérico. Isso é especialmente perceptível nos cenários, nos inimigos e no design de alguns personagens, como a protagonista Tânia, cujo conceito lembra muito a 2B, de Nier: Automata.
O conceito visual de Awaken é o mais decepcionante entre suas características. Embora o jogo seja divertido, a estética genérica impede-o de se destacar.
Em busca do Eu
Em Awaken: Astral Blade, acompanhamos Tânia, uma biônica criada por Dr. Herveus, que recebe a missão de resgatar uma equipe de investigação desaparecida na floresta tropical das Ilhas Horace, onde a misteriosa energia Karpas transforma a fauna e a flora locais em mutantes agressivos.
Essa introdução dá início a uma história interessante. Embora não seja original ou inovadora, a narrativa é bem desenvolvida, com reviravoltas envolventes e temas recorrentes na ficção científica, como autodeterminação e liberdade.
A construção do mundo é outro ponto forte. Durante o jogo, encontramos colecionáveis que ajudam a contar a história do universo de Awaken, aprofundando os conceitos apresentados. Além disso, há cenas e diálogos ao longo da jornada que esclarecem mais a trama e desenvolvem os personagens.
Uma trilha sonora que faz seu papel
A trilha sonora de Awaken é funcional. Não se destaca, mas também não atrapalha a experiência. Há poucos momentos do jogo em que a música realmente chama a atenção. O jogo inclui diálogos dublados, o que é um ponto positivo. No entanto, a dublagem em inglês soa artificial e exagerada, o que pode irritar jogadores mais exigentes, prejudicando a construção dos personagens em alguns momentos.
Bom, mas sem brilho
Awaken: Astral Blade, embora competente, é mais um indício de que o subgênero metroidvania está começando a se desgastar. Sem uma característica marcante que o diferencie dos demais, o jogo corre o risco de ser rapidamente esquecido.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Julio Pinheiro