Creatures of Ava capa

Review Creatures of Ava (Xbox Series S) – Apostas e incertezas

Sendo o segundo jogo de uma pequena desenvolvedora indie, Creatures of Ava parece promissor em suas propostas. Sua temática mescla elementos de várias outras obras com um toque de personalidade própria, mas é o suficiente para agradar? Veremos aqui.

Desenvolvimento: Inverge Studios
Distribuição: 11 bit studios
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura, Exploração
Classificação: Livre
Português: Legendas e interface
Plataforma: Xbox Series X|S, PC
Duração: 10 horas (campanha)/21 horas (100%)

O fim do mundo

Nim’ar, um simpático e providencial guia
Nim’ar, um simpático e providencial guia

Vic e Tabitha recebem a missão de catalogar e coletar as criaturas e toda a população do planeta Ava, pois a Mazela está infestando as formas de vida, e se continuar o mundo sucumbirá devido à corrupção. Após um pouso difícil, Vic vai até uma ruína deixada pela misteriosa civilização dos Antaris, que sumiram há muito tempo. Lá, ela encontra Nim’ar, um arqueólogo do povo de Naam, os habitantes de Ava, que a recebe, dá informações locais e auxílio. 

A exploradora encontra um antigo artefato chamado Nafitar, que é capaz de eliminar a corrupção da Mazela. Apesar disso, ela continua sua missão de catalogar e coletar as criaturas do mundo enquanto investiga outras ruínas dos Antaris para, quem sabe, encontrar uma forma de salvá-los da decadência sem precisar retirar todos do planeta.

Vic encontrando o Nafitar, capaz de purificar a Mazela
Vic encontra o Nafitar, capaz de purificar a Mazela

Creatures of Ava possui uma história simples, com um desenvolvimento que deixa o jogador curioso. Existem mistérios a serem revelados como parte da descoberta desse simpático mundo. Tirar fotos das criaturas, visitar novos lugares e conhecer pessoas acrescentam dados no compêndio do jogo, que é muito rico em detalhes.

Os Naam guiam a personagem e, apesar de não desejarem ajudá-la no começo, cedem devido a sua simpatia. Eles possuem uma espécie de “individualidade conjunta”, tratando a si mesmos como “nós”, mas cada um deles é único. Isso, somado ao amplo conhecimento linguístico deles e estranheza aos costumes humanos, gera ótimos diálogos – muitos deles cômicos, que fazem o jogador dar um agradável sorriso lateral.

Luta desleal

Vic em sua luta para purificar as criaturas corrompidas
O combate do jogo é dificultado pelos comandos confusos, mira e câmera

Vic precisa coletar dados e teletransportar as criaturas enquanto conhece o mundo e revela os mistérios dos Antaris, na esperança de não ser necessário mover toda a vida para fora de Ava. O planeta é um mundo aberto que libera acesso a novas áreas aos poucos. Apesar de ser grande, vistoso e propício para a exploração, não existem recompensas que incentivam o jogador a conhecê-lo – na verdade, ela é quase desencorajada devido à jogabilidade.

Por mais que existam coisas a serem feitas, fazer isso é penoso. Os comandos são estranhos, as funções para cada botão parecem não encaixar com o todo e não é possível alterá-los de forma nenhuma. A mira é desalinhada e o projétil do Nafitar é atirado para baixo do centro, sensação que piora devido ao limite de colisão confuso das criaturas e da câmera que não a acompanha. Tudo isso torna o combate frustrante e lento, e nem ajustar a dificuldade resolve o problema.

Vic tirando foto de uma criatura
Tirar fotos é uma das poucas atividades satisfatórias

Existe uma árvore de habilidades para auxiliar Vic, mas mesmo evoluindo bastante, o combate não se torna satisfatório. Dentro da premissa da obra, é dito que o combate não é o foco, porém ele existe e o mínimo que se espera é que seja agradável, o que não ocorre devido aos problemas listados.

De olhos fechados

Uma bela vista de Ava
As cores são quentes com uma saturação alta

Ava é um mundo vivo. Existem locais altos que possibilitam uma exploração vertical com visões panorâmicas amplas e belas. Os habitantes, por mais que sejam parecidos, possuem detalhes, como seu formato e acessórios, que os tornam únicos – às vezes até mais condizentes a sua personalidade. Assim como os animais, que são realmente alienígenas a nossa realidade ao ponto de ser até satisfatório observá-los por um tempo.

Entretanto, estar próximo a eles por algum tempo gera uma certa impaciência, pois o barulho que emitem é cansativo, chegando ao ponto de ser irritante, e o mesmo ocorre com outros objetos e o som ambiente.

Vic atraindo criaturas para transportá-las
Vic atraindo criaturas para transportá-las

Considerando as imagens da obra, os desenvolvedores colocaram um filtro que deixa as cores mais quentes e a saturação muito alta, o que cansa a vista, sendo necessário jogar aos poucos. Ressalto que a imagem da minha televisão foi otimizada com o padrão solicitado nas configurações do Xbox.

Por fim, houveram bugs de imagem e outros mais severos de áudio em que era necessário reiniciar o jogo.

Promessas e despesas

Creatures of Ava promete muitas coisas, mas mal cumpre sua premissa na história. É inspirado em muitos outros títulos, formando um amálgama que se perde na tentativa de buscar originalidade. Apesar disso, posso recomendar para quem está disposto a mudar as configurações da imagem da televisão e gostar de tirar fotos de criaturas.

Cópia de Xbox Series S cedida pelos produtores.

Revisão: Julio Pinheiro

Creatures of Ava

4

Nota final

4.0/10

Prós

  • Criaturas variadas
  • Personagens simpáticos
  • Compêndio rico de informações

Contras

  • Má otimização dos comandos
  • Combate frustrante
  • Imagem com alta saturação
  • Sons irritantes
  • Exploração desencorajada