Sete anos após o lançamento do primeiro jogo, que fez muito sucesso e conquistou uma legião de fãs – incluindo a mim -, Dying Light 2 retorna trazendo muito conteúdo para agradar novatos e veteranos, preenchendo uma lacuna deixada por franquias como Dead Island.
O título aprimora o que já era bom e ainda implementa novas mecânicas que deixam a exploração do cenário pós-apocalíptico mais fluida e orgânica, porém, sem perder a essência que cativou os fãs. Mas, mesmo em meio a tantos acertos, ainda podemos nos deparar com alguns pequenos tropeços que podem incomodar alguns jogadores.
Desenvolvimento: Techland
Distribuição: Techland
Jogadores: 1 (local) 1-4 (online)
Gênero: Ação, RPG
Classificação: 18 anos
Português: Dublagem, legendas e interface
Plataformas: PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S
Duração: 23 horas (campanha)/96 horas (100%)
Matança e exploração
Dying Light 2 continua fiel ao seu antecessor no quesito gore, já que ainda podemos destrinchar zumbis e humanos com nossas armas. É comum banhar o chão com pedaços de carne e muito sangue, e definitivamente não é o tipo de jogo aconselhado para aqueles que procuram uma experiência mais leve.
A exploração continua como um fator muito importante na obra. Explorar as ruínas espalhadas pelo mundo aberto nos permite encontrar armas melhores e equipamentos de alto nível que facilitam a jogatina, pois a dificuldade pode ser bastante injusta em alguns momentos. Portanto, é comum morrer rapidamente com alguns poucos ataques se formos pegos de surpresa.
Uma novidade que podemos destacar é a liberdade para tomar decisões durante as missões da campanha. Nossas escolhas ditam quem irá dominar a cidade e quem morrerá ou sobreviverá, fazendo com que até mesmo pequenas decisões possam impactar no rumo da história. Entretanto, não espere um desenvolvimento tão grande assim, já que Dying Light 2 não traz tanta liberdade como a vista em jogos de RPG. É algo bem mais contido, porém, muito interessante por fugir da linearidade e entregar finais diferentes, tornando a experiência de cada jogador única.
Novas mecânicas e elementos de RPG
Quem jogou o primeiro Dying Light vai se deparar com novas mecânicas bem interessantes nessa sequência como, por exemplo, o planador, que permite que o jogador sobrevoe longas distâncias pelo ar. Como demoramos um pouco para liberar os pontos de viagem rápida pelo mapa, ele se torna ainda mais útil para facilitar nossa locomoção pela cidade.
Outra coisa muito interessante é o medidor de imunidade, que funciona da seguinte forma: ao ficarmos no escuro um contador começa a diminuir e, caso ele chegue a zero, iremos nos transformar e falhar. Para evitar isso, precisamos ficar sob a luz do sol ou encontrar alguma fonte de luz UV, mantendo nossa transformação sob controle. Isso faz as noites do Dying Light 2 ainda mais implacáveis que as do primeiro, já que aquelas eram assustadoramente perigosas, pois o período noturno é o momento em que os zumbis estão mais ativos e saem para caçar.
As armas continuam escassas e com uma barra de durabilidade, e não é mais possível reparar nosso equipamento – uma decisão bem questionável por parte dos desenvolvedores. Até conseguimos dar uma sobrevida equipando mods que aumentam a durabilidade em alguns pontos, porém, não é definitivo. Agora, podemos equipar roupas no nosso protagonista, e cada uma delas tem diferentes níveis e aumentam um determinado status, sendo possível até mesmo criar builds que facilitam o estilo de jogo de cada pessoa.
Fórmula Ubisoft
Ultimamente é comum ver pessoas que torcem o nariz para jogos com a famosa fórmula da Ubisoft, que se resume a um grande mapa aberto cheio de ícones, locais para dominar e objetivos para cumprir. Isso é compreensível devido a tantos jogos aderirem a tal estrutura, e não seria surpresa ficar um pouco enjoado em algum momento.
Para essas pessoas, Dying Light 2 talvez não seja a melhor opção no momento, pois ele possui muito daquilo visto em títulos como os da franquia Far Cry: bases inimigas para conquistar, torres para ativar e pontos de interrogação para explorar. Mas, para aqueles que ainda gostam dessa fórmula, Dying Light 2 é um prato cheio e vai conseguir entreter por horas a fio, com seu mundo repleto de coisas para se fazer, além das missões principais.
Mantendo a qualidade
Como alguém que estava aguardando ansiosamente pelo lançamento desse título, posso afirmar que fiquei bastante satisfeito com o que foi entregue pelos desenvolvedores da Techland. É muito interessante acompanhar o protagonista Aiden, um peregrino em busca de sua irmã perdida. E tudo isso foi desenvolvido de uma forma que mantém o jogador instigado a descobrir um pouco mais das conspirações e reviravoltas que vão acontecendo durante a jogatina.
Com uma jogabilidade aprimorada, boa dublagem, belos gráficos, boa trilha sonora e um parkour bem construído que te faz querer ficar por aí pulando de prédio em prédio, o jogo consegue entregar uma experiência memorável, que deixa bem claro o talento da equipe de desenvolvimento. Dying Light 2 é uma obra repleta de ação e conteúdo de qualidade, que definitivamente vai agradar aos fãs do primeiro e a qualquer novato que gosta de uma boa aventura com muita ação e exploração.
Cópia de Xbox Series X/S cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong