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Review Dysmantle (Switch) – Sobrevivendo ao apocalipse

Dysmantle é um jogo de sobrevivência desenvolvido pela 10ton que preza pela simplicidade em seus sistemas e mecânicas. Com visual colorido, variedade de itens para serem criados e um mapa vasto para exploração, o jogo oferece uma experiência convidativa para novatos e veteranos do gênero.

Desenvolvimento: 10tons Ltd
Distribuição: 10tons Ltd
Jogadores: 1-2 (local)
Gênero: Aventura
Classificação: 12 anos
Português: Legendas e Interface
Plataformas: Switch, PS4, Xbox One, PC
Duração: 39 horas (campanha)/72 horas (100%)

O último sobrevivente

Coletando pedaços de madeira

Dysmantle se passa em uma ilha infestada de zumbis e monstros. Como o último sobrevivente, o protagonista tem como objetivo principal sair dessa terra pestilenta após passar muito tempo  escondido em seu bunker subterrâneo.

Trechos da história e informações sobre o mundo de Dysmantle são elucidados por meio de transmissões de rádio encontradas pelos cenários. Não há diálogos, visto que não há NPCs no jogo para interagir. Toda a narrativa é focada na exploração e descoberta, e isso funciona bem para o clima de isolamento apocalíptico.

Colete, crie e sobreviva

Coletando materiais

Como algo focado em sobrevivência, Dysmantle possui uma jogabilidade que gira em torno da coleta de materiais para a criação de itens de todos os tipos, desde os mais simples, como foices, machetes e tacos de beisebol, até opções mais avançadas, como chapéu e roupa resistentes ao frio, joelheiras protetoras e torretas automáticas para proteção de uma área.

O ponto mais forte do jogo está na simplicidade com que lida com coleta de materiais e criação de itens, mas sem banalizar o sistema com uma infinidade de materiais. Há uma boa quantidade de tipos de materiais disponíveis, como restos de madeira, sucata de alumínio, barras de ferro e componentes eletrônicos. Embora alguns destes sejam mais raros, Dysmantle oferece oportunidades mais do que suficientes para encontrar materiais de todos os tipos, dando ênfase ainda maior nos cenários e na recompensa por explorá-los.

Explorar a ilha, coletar materiais e criar equipamentos para cumprir objetivos são apenas algumas das atividades disponíveis aqui. Por toda a ilha, em suas casas tomadas pela natureza, postos de gasolina destruídos e fazendas abandonadas, é possível encontrar receitas e ingredientes para preparar comidas que melhoram as características do protagonista. Também é possível pescar e cultivar sementes em solo demarcados para o crescimento de alimentos e ingredientes.

A construção de itens pode ser feita em uma das várias fogueiras espalhadas pela ilha. Novas opções ficam disponíveis conforme a história progride e o personagem sobe de nível. Itens mais avançados exigem maiores quantias de materiais e de raridade mais alta.

A sensação de progressão em Dysmantle é muito boa. Novos equipamentos são desbloqueados com frequência, criando organicamente a necessidade de buscar novas áreas para explorar e coletar materiais. Além disso, alguns desses equipamentos, como gazuas e cordas com gancho, permitem que o protagonista acesse áreas previamente inacessíveis, além de panelas maiores que permitem o uso de mais ingredientes para preparar receitas mais avançadas.

Evoluindo no apocalipse

Enfrentando chefe com ataques de ácido

Várias ações em Dysmantle concedem pontos de experiência. Destruir o cenário para coletar materiais de criação, derrotar zumbis e monstros e concluir missões principais e secundárias ajudam o protagonista a subir de nível. Cada nível alcançado permite o desbloqueio de uma habilidade passiva que aumenta as capacidades de sobrevivência, como mais força para carregar mais materiais de criação, maior capacidade do medidor de saúde, e até mesmo algumas habilidades ativas importantes como a capacidade de coletar itens naturais, como frutas, ovos de pássaros e cogumelos selvagens

Uma outra forma de progredir é melhorando os equipamentos criados. Cada melhoria criada aumenta as capacidades do equipamento, como poder de dano e eficiência do bônus passivo concedido. Essas melhorias são essenciais para enfrentar os perigos da ilha.

A variedade de inimigos é decente. Chamados de ex-humanos, as criaturas podem ser desde pessoas “mirradinhas” e mais fracas, até grandões cuspidores de ácido e ex-prisioneiras com garras afiadas. 

Apesar de a simplicidade de Dysmantle beneficiar seu sistema de exploração e criação, o mesmo não pode ser dito de seus combates, ao menos não totalmente. Cada arma principal possui um ataque fraco e rápido e um ataque carregado lento que causa mais dano. Há também arremessáveis e até mesmo um rifle de caça. A padronização dos ataques e uso de arremessáveis é um ponto positivo; já a execução das batalhas, especialmente contra chefes, nem tanto.

Os chefes em Dysmantle, em sua maioria, são apenas versões em esteróides de inimigos menores. Houve várias ocasiões em que o chefe encontrado por mim não ofereceu desafio algum, não apenas por eu já estar com equipamentos evoluídos e fortes, mas também por ter pleno conhecimento de seus padrões de ataque.

O mapa de Dysmantle é imenso. Cada região conta com uma torre de inteligência que desbloqueia a visão completa de seu mapa. Essas torres podem ser usadas para viagem rápida entre si e na instalação de transmissores que impedem os zumbis de reaparecerem quando o protagonista descansa ou dorme em uma fogueira.

Sendo honesto, o reaparecimento natural dos monstros não é muito bem-vindo. Sendo um jogo cujo vai-e-vem em busca de materiais é constante, ter de enfrentar hordas repetitivas de inimigos se torna cansativo, e exigir com que o jogador gaste preciosos recursos para impedir esse reaparecimento é incômodo.

A experiência simples definitiva

Dysmantle se tornou facilmente meu jogo favorito de exploração, criação e sobrevivência graças à sua simplicidade na execução desses aspectos. A constante sensação de progresso, a facilidade em adquirir materiais para criar e melhorar equipamentos e o grande foco na exploração de seu mapa enorme, aliados a um visual bastante colorido e puxado para o cartunesco, fazem do título a experiência simples definitiva, capaz de atrair novatos para o gênero/subgênero e agradar veteranos. Por fim, ele é mais do que recomendado.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Dysmantle

9

nota final

9.0/10

Prós

  • Coleta de materiais e criação de itens é simples e direta
  • Sensação de progressão constante
  • Grande foco na exploração dos cenários

Contras

  • Chefes são apenas versões aprimoradas de inimigos simples
  • Reaparecimento de monstros desnecessário