El Shaddai: Ascension of the Metatron é um título que remete à era do Xbox 360, evocando a grandiosidade de jogos icônicos como God of War e Dante’s Inferno. Naquela época, muitos games excêntricos surgiam no mercado, com empresas menores buscando seu lugar ao sol ao se arriscar em experiências que imitavam esses grandes nomes da indústria. Revisitar El Shaddai após anos foi uma oportunidade de avaliar sua evolução gráfica, e ver se ele ainda rende alguma diversão.
Desenvolvimento: Crim
Distribuição: Crim
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação
Classificação: 12 anos
Português: Não
Plataformas: Switch, PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X|S
Duração: 8.5 horas (campanha)
A essência do jogo
Em El Shaddai, você assume o papel de Enoch (Enoque, em PtBr), personagem bíblico que se alia a Lucifel, um arcanjo celestial com o poder de viajar no tempo. Lucifel mantém contato constante com o “deus” do jogo, marcando esses momentos como os pontos de salvamento do progresso. Sua principal missão aqui é basicamente ir atrás de anjos caídos.
Para um cristão como eu, o game se apresenta como uma versão fictícia da Bíblia sob uma ótica japonesa. Imagine a série Sant Seiya (Cavaleiros do Zodíaco) com uma pegada cristã: isso é El Shaddai. A armadura do personagem se desfaz conforme os inimigos atacam, remetendo claramente ao anime japonês.
Jogabilidade que não resiste ao tempo
Alguns jogos envelhecem bem, outros nem tanto. El Shaddai é uma mistura disso. As mecânicas e jogabilidade são datadas. A precisão falha nos controles e a plataforma é frustrante demais, te obrigando a performar saltos desajeitados que frequentemente resultam em sua morte.
Assim como em God of War, é necessário enfrentar hordas de inimigos em espaços confinados. O combate é o ponto alto de tudo aqui, apesar de não ser perfeito, permitindo bloquear golpes, executar combos e infligir danos depois de algumas acrobacias. Novos combos e movimentos são desbloqueados gradualmente, adicionando variedade. No entanto, o combate torna-se repetitivo rapidamente, inclusive nas batalhas contra chefes. Um foco maior em combates contra chefes aqui poderia ter beneficiado a experiência e saturado menos.
A versão para Switch roda a 30fps, com opção para 60fps. Contudo, mesmo na configuração mais alta, o desempenho no hardware da Nintendo é instável, com quedas de framerate que afetam a jogabilidade – e a paciência do jogador. No mais, a trilha sonora também é bem irritante, com sons ambientes e vocais que deixam qualquer um incomodado. Os gráficos também não são aquelas coisas, além de que mostram a idade de quase 15 anos do produto.
Um produto com falhas da época
Embora a história seja interessante, misturando a Bíblia com uma visão japonesa da fé cristã, El Shaddai deixa a desejar demais nas mecânicas de jogo. Como elemento central de qualquer game, é decepcionante jogar um título que atrai bastante a atenção por conta de sua trama maluca, ao mesmo tempo que frustra. Vale a curiosidade, mas não espere uma experiência cinematográfica à altura de jogos como God of War.
Cópia de Switch cedida pelos produtores