Flatland Vol. 2 para Nintendo Switch

Review Flatland Vol. 2 (Switch) – Na velocidade da luz neon

Se há uma saturação nos jogos de plataforma, é importante identificar aqueles que valem a pena. Flatland Vol. 2  é difícil, frenético e justo. Com um movimento agradável, ele oferece muito conteúdo para jogar e se desenvolver, principalmente com um pós jogo robusto e adaptável aos interesses do jogador.

Desenvolvimento: Minimol Games

Distribuição: QUByte Interactive

Jogadores: 1 (local)

Gênero: Aventura, Puzzle, Plataforma, Estratégia

Classificação: Livre

Português: Não

Plataformas: Switch, PC

Duração: 2 horas (campanha)

Movimento

Corrida, salto e arranque: os principais movimentos de Flatland.

Um pequeno quadrado neon percorre fases luminosas até encontrar portais que o levam adiante. Flatland Vol. 2 segue seu antecessor com uma narrativa vaga que fica completamente em segundo plano. É preciso avançar e sobreviver – e isso basta para engajar o jogador. Esse protagonista geométrico e sem nome é capaz de alguns movimentos simples: andar para os lados, pular, e se arremessar no ar em qualquer direção, nada muito diferente de outros jogos do gênero.

Cada uma dessas mecânicas possui camadas de complexidade que estão disponíveis desde o começo, mas passam a ser exigidas progressivamente ao longo das fases. É possível saltar pelas paredes, correr, aumentar ou diminuir o momento do movimento de acordo com a direção segurada. Isso, é claro, além de lidar frequentemente com novos elementos – refis de dash, plataformas que desaparecem, blocos que explodem, espinhos, inimigos, etc. Todos esses elementos garantem uma curva de aprendizagem gradual e sempre crescente. São 108 fases no total, divididas em capítulos temáticos, que focam em um ou outro tipo de obstáculo.

Neon!

Às vezes, Flatland exagera no neón...

Do ponto de vista estético, a escolha por elementos geométricos, luminosos e coloridos dá um ar futurista e conversa muito bem com a jogabilidade frenética. Apenas em alguns momentos fica a impressão de que há um excesso de estímulos visuais na tela, o que introduz um desafio não previsto e, por vezes, injusto. As partículas que indicam a direção do movimento e explosões que não causam dano são pouco distinguíveis de certos obstáculos. Embora isso não seja um problema tão grande nas fases curtas, pode se tornar um pouco cansativo ao longo da experiência.

A trilha sonora é composta por 23 músicas de autoria de Matsune Hikku. As obras são diferentes entre si, com uma mistura de ritmos, andamentos e ideias harmônicas. Sua unidade está no timbre eletrônico dos sintetizadores, algo que conversa diretamente com o neon e o aspecto futurista do visual. Elas podem ser trocadas a qualquer momento, sem nem mesmo precisar pausar o jogo. Isso dá bastante versatilidade ao jogador para que construa o clima que quiser ou que for mais confortável para amenizar a ansiedade de cada fase ou motivar a superação dos obstáculos.

100% e além

Há muito o que fazer no pós-jogo de Flatland Vol 2.

Jogos de plataforma oferecem desafios cada vez maiores e promovem uma curva de aprendizado de suas técnicas que muitas vezes não se restringem ao próprio escopo. Depois de algum tempo aprendendo a dominar os movimentos, é comum que os mais dedicados voltem para recomeçar os níveis, ou criem para si mesmos desafios que lhes permitam prosseguir. Nesse espírito, os plataforma, tanto tradicionais quanto os mais modernos, são terreno fértil para speedrunners e para a criação de mods e versões customizadas. Nesse sentido, sempre merece destaque quando desenvolvedores incluem no jogo modos, ferramentas e desafios que permitem continuar após os créditos finais.

Flatland V. 2 promove isso com bastante diversidade. O modo Time Attack  permite repetir o jogo original com um limite de tempo em cada nível. O modo introduz em cada uma das fases o chefe final, que persegue o jogador. É possível até mesmo calibrar os movimentos desse chefe, liberando suas transformações e ataques mais avançados. Ao longo do progresso, também é possível encontrar fases bônus, bastante mais difíceis, que são facilmente acessadas do menu principal.

Com todo esse cuidado com pessoas dedicadas, o único motivo de lamentação é que não existem marcadores (mesmo que puramente estéticos) para registrar conquistas e a superação de desafios. Se aqueles que buscam completar os jogos terão bastante material para trabalhar, não receberão um parabéns sequer por isso.

Explosão de cores

Há ainda outro tipo de jogador que não recebe a mesma atenção. Flatland Vol. 2 se trata de um jogo de precisão que demanda reação rápida e sequências específicas de comandos. Ao longo de 108 fases, é provável que muitos fiquem pelo caminho, frustrados por algum desafio especialmente difícil. Nesse ponto, é possível sentir falta de um recurso que tem sido comum nesse tipo de game: um modo fácil ou mesmo opções de assistência. Não é necessário que jogos sejam ideais para todo o público, mas mesmo uma opção limitada de pular certas fases poderia torná-lo mais acessível para mais pessoas. Quem se aventurar por Flatland pode esperar alguma dificuldade e, se precisar, dê um passo atrás, descanse um pouco e, quem sabe, troque a música.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Flatland Vol. 2

9

Nota Final

9.0/10

Prós

  • Movimento preciso e agradável
  • Curva de aprendizagem gradual e justa
  • Bastante conteúdo pós-jogo

Contras

  • O visual futurista pode promover um excesso de estímulos
  • Não há opções de acessibilidade