Ghostrunner capa

Review Ghostrunner (Switch) – Morrer nunca foi tão chato

Em um mundo onde o último refúgio conhecido da humanidade é a Torre Dharma, você é Jack, um Ghostrunner. Seu papel no sistema é ser o mantenedor da paz, um agente da lei e da ordem. Mas, e se o próprio sistema voltar contra você? O que levou Mara, a guardiã das chaves, a trair o Arquiteto e instaurar um sistema ditatorial?

Desenvolvimento: One More Level, 3D Realms, Slipgate Ironworks
Distribuição: 505 Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura, Ação
Classificação: 18 anos
Português: Legendas e interface
Plataformas: Xbox One, PS4, PC e Switch
Duração: 6.5 horas (campanha)/8 horas (100%)

Ninja Piruleta

Torre de obstáculos na qual o protagonista deve subir

O que posso dizer aqui vai chocar um pouco vocês, mas trata-se de um jogo de puzzle. Por debaixo do parkour, bullet time e todas as mecânicas bacanas que você talvez já tenha visto em outros jogos, existe um modus operandi bem definido. Durante as fases você encontrará dois tipos de desafio: um que exigirá que você supere obstáculos, e outro em que será necessário derrotar inimigos. Para isso, você deverá assimilar bem as 3 mecânicas básicas: correr nas paredes, parar o tempo e uso da espada.
Jack não tem um leque de armas ao seu dispor, apenas a espada e habilidades adquiridas ao longo da campanha que facilitaram e maximizaram sua eficiência.


O mesmo pode ser dito da sua árvore de habilidades que conferirá ao jogador a habilidade de ricochetear projéteis ao brandir a espada, aumentar a duração da habilidade de parar o tempo e por aí vai. Mecanicamente, o game é primoroso, e você se sente recompensado ao aplicar de forma correta tudo o que aprendeu – pena que nem tudo são flores.

O “Fator Switch”

Antes mesmo de iniciar esse review, eu coloquei em mente que não poderia fazer comparativos da versão de Ghostrunner do Swtich com outras plataformas. O hardware do pequeno notável da Nintendo é o mais modesto se comparado ao das concorrentes, e sacrifícios sempre são feitos quando se diz respeito a jogos third party. Com exceção dos jogos da própria Nintendo que são produzidos tendo o Switch como versão principal, todo o resto é portado para a plataforma, sofrendo adaptações ou cortes para se adequar. Em alguns casos vemos versões com um esmero sem igual, como foi o caso de Doom Eternal, porém, Ghostrunner não é um desses.

Vamos começar pelos controles, podemos combinar que os Joy-con não são apropriados para jogatinas frenéticas? A altura dos analógicos impede que os movimentos precisos e rápidos requeridos pelo game sejam executados de forma intencional. E isso vai impactar negativamente quando você se ver em uma situação em que é necessário repelir projéteis ou usar o parkour para chegar do outro lado da fase. O game não te permite mapear livremente os botões e a maioria dos esquemas disponíveis vai colocar comandos vitais nos botões de ombro (L/R) o que por si só acrescenta uma problemática à jogatina.

Não se julga um livro pela capa, mas…

Cenário de um templo em estilo oriental

Ghostrunner roda em 30 fps bem estáveis, mas o preço para isso foi alto – bem alto. Mesmo no modo Dock, em que o Switch está conectado à base para jogar na TV, o ganho gráfico é ínfimo, para não dizer nenhum. Em certas fases, principalmente nas menos frenéticas e mais contemplativas, o jogador vai se pegar caindo do mapa simplesmente por não entender onde está a plataforma ou onde o parkour deve ser realizado. Quando a baixa resolução afeta o gameplay, se torna um problema maior do que “feio ou bonito”. E no modo portátil o cenário não é muito melhor, mesmo o game rodando em uma tela menor.

Valorize seu tempo (e dinheiro)

Falhou!

Tento ao máximo me dedicar aos jogos que faço review, pois vocês talvez usem meus textos como referência de compra. Caso os problemas que citei acima sejam algo irrelevante ou que você já esteja acostumado pelo seu tempo na plataforma e você queira investir mesmo assim em Ghostrunner, tudo bem. Mas caso você possa ter acesso ao game em outra plataforma eu recomendo fortemente que o faça. Tanto para sua experiência ser mais agradável quanto para o seu dinheiro ser investido num produto mais bem acabado e que realmente valerá o investimento.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Ghostrunner

2

2.0/10

Prós

  • Portabilidade

Contras

  • Gráficos
  • Controles
  • Desempenho