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Review Lone Ruin (Switch) – Mal consegui me mover

Desta vez temos em mãos uma obra sueca, vinda diretamente dos escandinavos da Cuddle Monster Games. Recebemos Lone Ruin, um Twin-Stick Shooter com um design procedural em seus níveis.

Então, será que os nossos colegas escandinavos conseguiram nos entregar um game sólido e divertido na sua segunda tentativa de emplacar uma boa obra? É o que vamos descobrir. 

Desenvolvimento: Cuddle Monster Games
Distribuição: Super Rare Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Tiro, Aventura
Classificação: Livre
Português: Legendas e Interfaces
Plataformas: PC, Switch 
Duração: Sem registro 

E a narrativa? 

Iniciamos uma história da qual não sabemos absolutamente nada

Assim que o jogo é carregado e vemos o menu do nosso Switch, iniciamos uma história da qual não sabemos absolutamente nada. Tudo que sabemos é que nossa personagem está de frente para um castelo, e entra nele. É isso! Não há nenhuma explicação, nenhuma linha de texto que nos mostra um pouco mais sobre os meandros dessa narração que cabe em um uma lapada de texto. 

Para desvendar a história, você deve acessar a página do eshop do título de Cuddle Monster Games para descobrir que, na verdade, personificamos um misterioso explorador e que ele é misterioso, e que está em busca do poder do milênio em uma cidade antiga localizado acima de uma fonte de magia. Teremos, portanto, que mergulhar nas profundezas dessas ruínas para obter o que viemos buscar, seja lá o que isso for.

Geralmente, os jogos se esforçam para nos apresentar o universo em que somos colocados e evoluímos. Aqui, infelizmente, estamos lidando com o grau zero da narração, e é uma pena. 

O que é Twin-Stick? 

Lone Ruin não sabe aproveitar o gênero

Segundo nossa querida Wikipedia, “Um jogo de tiro com dois sticks é um subgênero dos videogames shoot ’em up. É um shooter multidirecional em que o personagem do jogador é controlado por dois analógicos: um para movimentação em plano plano, e outro para mirar e disparar tiros nos inimigos. Nesses jogos, há um botão adicional que deve ser pressionado.”

Lone Ruin já começa a não saber aproveitar tanto o gênero, e isso é um problema. Vamos começar lembrando que o Switch hospeda grande parte dos games obrigatórios do gênero: The Binding of Isaac, Enter the Gungeon, ou Hotline Miami: a competição é inevitavelmente acirrada, e o novo game sueco não chega nem perto desses citados, sendo um caso particularmente complicado. 

Do ponto de vista da originalidade, nem a nossa chegada a estas ruínas é interessante. Um personagem desconhecido, que parece querer continuar assim, nos avisa que nossa busca é perigosa e nos oferece a possibilidade de escolher entre diferentes feitiços possíveis  – igualzinho às obras Hades ou Dandy Ace. 

Entre os feitiços disponíveis, três deles oferecem um impulso inicial. Esses três mudam a cada nova partida, já que o jogo é um roguelike. Isso nos encoraja a cada nova empreitada  tentar uma nova abordagem. É uma ideia muito boa e contribui para a rejogabilidade deste título. 

Tudo muito parecido

Tudo igual sempre

Para zerar Lone Ruin, teremos que superar vinte e um pequenos níveis. Mas realmente muito são bem curtos. Entre eles, se escondem três covis de chefes e três lojas. Resumindo, faltam apenas quinze níveis para completar o game para ver o triste final desta melancólica história. E essas pinturas estão muito longe de nos manter em suspense por um tempo suficientemente longo. Com uma duração máxima de cinco minutos em cada um deles para superar os monstros que aparecem, o título parece durar muito pouco. 

Mais um problema vem do fato de que cada tentativa é idêntica à anterior. A geração dos níveis é sempre feita com os mesmos elementos gráficos, e sentimos muito rapidamente o cansaço e até ânsia de enjoo. Os inimigos são sempre os mesmos, e temos no game no máximo seis ou sete monstros diferentes. Tudo bem que estes têm ataques muito distintos com padrões que precisamos entender para derrotá-los, mas tudo acontece tão rápido que a obra acaba não nos surpreendendo nas outras tentativas.

Quanto aos três chefes do game: tudo é ainda pior. Todos são verdadeiros sacos de batata com pontos de vida cujos ataques são muito limitados. Feita esta observação, lembramos que existem apenas três chefes que, pra variar, aparecem sempre na mesma ordem, é muito pouco para que Lone Ruin tente sequer batalhar contra os outros games do gênero disponíveis pro console da BIG N.

Só tristeza

O resultado aqui é sólido, mas sem nenhuma originalidade, e falta aquele “algo a mais”. Controlamos nosso avatar com o analógico esquerdo enquanto o direito é usado para direcionar nosso ataque. Isso é acionado com as teclas ZR, L ou R enquanto o botão ZL é usado para acionar o traço, que vai na direção do controle esquerdo. Esses controles respondem perfeitamente e nunca causam problemas. Pessoalmente, não vi tanta maestria na gameplay, ela é sólida e menos intuitiva que em outras obras do tipo. 

As escolhas em relação aos gráficos são mais questionáveis. A falta de renovação já é uma dor, mas o fato de as paletas de cores dos inimigos serem muito próximas das das decorações costuma causar problemas de legibilidade. Além disso, certos elementos da decoração parecem mais ou menos porosos. Assim podemos subir alguns pisos sem passar pelas escadas e alguns monstros surpreendem ao atravessar elementos rochosos que eram para ser intransponíveis.

Em resumo, se à primeira vista Lone Ruin parece ser um interessante game graças a uma escolha inicial entre feitiços muito diferentes que modificam profundamente a jogabilidade. Muito rapidamente, torna-se repetitivo tanto a nível de gráficos como de jogabilidade e vida útil. Temos sempre as mesmas situações nos mesmos cenários e não é a triste narrativa montada que nos vai motivar. O título de Cuddle Monster Games está longe dos padrões do gênero, mas creio que eles podem fazer melhor na próxima tentativa. 

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Lone Ruin

5.5

Nota final

5.5/10

Prós

  • Boa variedade de skills
  • Escolha de cores

Contras

  • Grau zero da narração
  • Gameplay estranha
  • Pouco original
  • Níveis e monstros sempre iguais
  • Obra rápida e confusa