Imagem do jogo Micetopia com o protagoista Rich no centro

Review Micetopia (Xbox One) – Rich ao resgate!

Em Micetopia encarnamos o corajoso rato Rich, que, ao notar que todo seu vilarejo foi raptado, decide partir em uma aventura para resgatar todos aqueles que ama. Viaje por cavernas cheias de perigos e desbrave florestas usando sua espada e arco para abrir caminho pelas fileiras de inimigos.

Desenvolvimento: Ninja Rabbit Studio
Distribuição: Ratalaika Games S.L.
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura, Ação, Plataforma
Classificação: Livre
Português: Não
Plataformas: PS4, Xbox One, Switch
Duração: 3 horas (campanha)

Cumprindo bem o básico

Imagem do cenário das cavernas no jogo Micetopia

A proposta do jogo é simples, porém bem honesta naquilo que promete e entrega. Existem basicamente três tipos de variação de cenário: sua vila, as cavernas e a floresta. A primeira funciona como hub, lá você poderá conversar com os moradores salvos, evoluir sua barra de saúde e receber dicas do que realmente está acontecendo à sua volta. As cavernas são o conjunto de salas iniciais, bem ao estilo Metroidvania, algumas áreas sendo acessíveis após o jogador liberar alguma nova mecânica. A dificuldade aqui é bem baixa, servindo para que você domine o básico.

A coisa muda totalmente de figura no cenário da floresta. Inimigos mais agressivos e com uma movimentação menos previsível tornam sua vida um tanto quanto complicada, mas não se deixe intimidar com isso, afinal não existe número finito de vidas. Caso você venha a morrer, o único inconveniente será retornar à sua vila e percorrer todo o caminho de volta, exceto se tiver descoberto os portais de atalho.

Seu arsenal é bem limitado, e Rich conta apenas com uma espada para inimigos curta distância e um arco para longa distância. Suas flechas são um tanto quanto lentas, mas conferem o mesmo dano que um acerto da espada, então use com cautela pois você pode acabar perdendo aquele ponto de vida que vai te fazer se complicar bonito no próximo cenário. Existem sim formas de recuperar saúde, através da boa e velha quebra de vasos, porém não são todos que contém o item de recuperação, então seja cuidadoso.

Existem alguns chefes de fase, contudo não é dada uma motivação para os mesmos estarem atazanando a vida do protagonista. Supere-os apenas para progredir no jogo, sem qualquer desenvolvimento ou recompensa por tê-lo superado.

Pixel art e nostalgia

A primeira coisa que me impressionou em Micetopia foi a pixel arte simples e bonita. O estilo visual me remete muito aos jogos do saudoso Gameboy Advance. Apesar da beleza, um olhar mais atento percebe que os sprites não são tão detalhados quanto poderiam, fazendo o projeto parecer simples até demais para um lançamento em consoles de mesa.

Outro fator que empobrece o projeto é o fato de que inimigos com uma movimentação mais complexa, como os chefes de sala, possuem menos sprites ainda. Se o intuito foi agilizar o processo de animação, essa economia custou bem caro e não foi nada efetiva, pois elas não são bem acabadas.

Narrativa? Que isso?

Sabe quando você anda meio perdido na vida e pensa que os fatos acontecem sem coesão alguma? Então, sua vida está com uma história tão bacana quanto Micetopia. Ao conversar com as pessoas do seu vilarejo, o protagonista é informado de que uma doença está fazendo com que os animais fiquem raivosos, em outro momento um personagem afirma que alguns estão atacando intencionalmente, talvez com algum propósito oculto.

Porém nada disso é desenvolvido de forma alguma. Não existem arquivos de texto ou diálogos que são desbloqueados ao superar um grande desafio, e a narrativa aqui é simplesmente inexistente. A única motivação que move o jogador é o fato da gameplay ser bem simples, fazendo de Micetopia algo ideal para ser intercalado com algo mais completo e refinado ou apenas para aquela jogatina para desestressar.

Bugs

Imagem do cenário da floresta no jogo Micetopia

Apesar da simplicidade, Micetopia não escapa de ser um produto quebrado de muitas formas, fazendo até brotar aquela desconfiança se os desenvolvedores não investiram tempo os criando – a começar pelos primeiros minutos do jogo. Existe aquele bom e velho tutorial indicando o que cada ação que os botões do controle executa, mas caso você use o gatilho esquerdo (LT, no caso do Xbox) o seu jogo simplesmente trava, fazendo com que seja necessário encerrar tudo e inicializar novamente.

Outra questão extremamente preocupante é o hit box dos inimigos, aquela área que determina os limites do objeto. Por vezes tive a impressão de que a distância que necessitava ter em relação a eles era variável por motivos que simplesmente desconheço, fazendo com que muitas vezes preferisse derrotá-los à distância com o arco do que com a espada para evitar o dano.

Preço módico, experiência sofrível

Pode colocar um breve resumo aqui? A conclusão também serve como uma forma de recapitular tudo.

Dito tudo isso, indico a compra do game apenas se o seu intuito for o aumento de gamerscore, no caso do Xbox. Caso essa não seja sua intenção, sugiro guardar suas economias para outros títulos do gênero plataforma, como Shovel Knight, Cyber Shadow e similares.

Cópia de Xbox One cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Micetopia

4

4.0/10

Prós

  • Pixel art

Contras

  • Bugs grotescos
  • Efeitos sonoros pobres
  • Ausência de narrativa