Com uma gameplay fortemente inspirada pela série Trauma Center, da ATLUS, Neo Harbor Rescue Squad é uma visual novel que coloca o jogador na pele de um paramédico em início de carreira. Desenvolvido pelos canadenses do estúdio indie BancyCo, o título traz uma experiência charmosa e cativante, embora um pouco repetitiva.
Desenvolvimento: BancyCo
Distribuição: BancyCo
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Simulação, Aventura
Classificação: Livre
Português: Não
Plataformas: PC, PS4, PS5
Duração: 15 horas (campanha)
No plantão médico
Marcado por um bom humor, Neo Harbor Rescue Squad é praticamente dividido em dois modos de jogo distintos: uma visual novel, que mergulha na vida cotidiana dos paramédicos, e os minigames, que retratam o trabalho da equipe médica em cenas de acidentes. O ritmo é dinâmico e equilibrado, alternando entre os atendimentos emergenciais, nos quais é preciso ativamente jogar, e os momentos que desenvolvem os personagens e o universo do game – principalmente uma pequena rixa interna entre os diferentes serviços de resgate da cidade, o que resulta em uma história leve e até engraçada em certos pontos.
Nos acidentes, é primordial trabalhar sempre com agilidade. Antes de tudo, é imprescindível realizar uma breve triagem para identificar e priorizar quem precisa de um atendimento urgente. Em seguida, ao atender uma pessoa, é preciso completar minigames que representam cada procedimento médico por meio de eventos de ação rápida.
Para isso, é necessário pressionar os gatilhos do controle no tempo correto para usar o desfibrilador, utilizar o analógico para mirar na região do corpo onde uma injeção precisa ser aplicada, segurar um botão para retirar estilhaços do corpo ou estancar sangramentos, entre outros – tudo para salvar os pacientes e evitar que o estado de saúde deles piore. A jogabilidade é divertida, mas acaba se tornando bastante monótona em pouco tempo, pois é necessário completar os mesmos minigames várias vezes durante a campanha, sem muitas variações.
Problemas de responsividade
Por ser uma produção independente de menor escala, Neo Harbor Rescue Squad não apresenta uma dublagem completa para os diálogos, nem textos localizados para diversos idiomas. Ainda assim, o título possui uma ótima direção artística, incluindo designs de personagens bem animados e uma interface colorida e chamativa. Entretanto, existem problemas com ela, uma vez que o game foi claramente projetado para ser jogado com um controle.
O mouse não funciona corretamente nos menus e nas interações, e os QTEs têm um esquema totalmente desajeitado para os teclados. A versão de PC não tem compatibilidade com o formato ultrawide e oferece poucas opções de resolução, além de contar com quedas inexplicáveis na taxa de quadros ao rodar o jogo em tela cheia, mesmo sendo um game com gráficos em 2D.
Adicionalmente, não há uma curva de aprendizado adequada na jogabilidade, sendo necessário pegar o ritmo ao longo dos atendimentos. Também existem erros de responsabilidade que comprometem a experiência, como um pequeno atraso de alguns segundos na transição de um minigame para que os controles funcionem adequadamente na cena da emergência.
Esses problemas resultam em uma sensação de que a gameplay não é ágil o suficiente, dificultando a execução dos procedimentos médicos com velocidade. Embora sejam falhas pontuais que podem ser corrigidas em atualizações futuras, elas, infelizmente, impedem que Neo Harbor Rescue Squad atinja o seu potencial completo, apesar da boa história contada pelo jogo.
Legal, mas imperfeito
Neo Harbor Rescue Squad é uma representação leve e, de certa forma, relativamente tranquila de um dos trabalhos mais estressantes que existem. No entanto, o título não é uma experiência excelente justamente por conta das pequenas falhas apresentadas pela jogabilidade, que apesar de não ser tão variada, diverte por um tempo.
Cópia de PC cedida pelos produtores
Revisão: Ailton Bueno