A primeira vez que Phantom Breaker deu as caras foi em 2011, no Xbox 360. Por mais que alguns jogos de luta 2D tenham a enfadonha tradição de de sempre ganharem uma versão atualizada, Phantom Breaker: Omnia escapa dessa sina, pois nunca havia sido lançado mundialmente, de fato. Mesmo assim, tanto o original quanto suas releituras anteriores (Another Code e Extra) ficaram restritas ao território nipônico.
Desenvolvimento: Mages
Distribuição: Rocket Panda Games
Jogadores: 1-2 (local e online)
Gênero: Luta
Classificação: 12 anos
Português: Não
Plataforma: PC, PS4, Switch, Xbox One
Duração: 5 horas (100%)
Quer realizar o seu sonho?
Estamos no Japão e uma figura misteriosa chamada Phantom promove um torneio com uma premiação inusitada: o ganhador terá um desejo concedido, seja ele qual for. Todos que desejam participar ganham armas chamadas Fu-mension e, assim, realizam combates contra os demais oponentes espalhados pela ilha para conseguir o famigerado prêmio. Entretanto, logo fica bem óbvio que o misterioso organizador tem mais algumas intenções com o tal torneio.
Seguindo um modelo que era bastante comum nos jogos do gênero na década de 90, cada personagem tem seu modo história, composto por uma série de lutas acompanhadas de diálogos específicos que mostram quais as intenções dele e o porquê ele está ali. Infelizmente a esmagadora maioria desses diálogos não têm a menor importância para quem está no controle. Lógico que é possível ler fala por fala, até porque Omnia possui excelentes dublagens em inglês e japonês, mas infelizmente esse esforço não vale a pena.
Além disso, os lutadores Ende, Sophia, Shizuka e Gaito, que foram adicionados só na versão Extra do jogo (em 2013), têm um tipo diferente de missões de história. Em vez de só concluir as lutas determinadas, eles precisam realizar uma série de movimentos durante o round, como esquivas, contra ataques e especiais.
Parece simples, só que, assim que esses objetivos são concluídos, aparecem novas metas e a luta precisa ser repetida. Não é necessário fazer 100% de cada fase, mas é incômodo demais não saber o que precisa ser feito de primeira para triunfar totalmente em apenas uma tentativa.
Além do modo História, estão presentes outros clássicos do gênero, como Time Attack, Score Attack, Endless Battle e o Arcade, nos quais travamos uma série de lutas buscando a melhor pontuação. Por fim, uma extensa e bastante interessante Galeria, na qual podemos ver diversas ilustrações, artes conceituais e as cenas do modo História.
Sentiram falta de algo? Pois é, Phantom Breaker: Omnia não tem um tutorial. Apesar de existir um Treino livre, quem quiser dominar os comandos básicos e avançados terá que ler tudo em uma opção do menu principal, que funciona como um livro de referências. Nem mesmo a lista de golpes dos personagens está disponível, o que é realmente uma maneira controversa de colocar as coisas.
Também temos que colocar na balança outra escolha questionável. Os visuais, apesar de bonitos, parecem bastante datados, misturando cenários 3D com personagens em 2D e isso não acompanha a parte sonora, que ganhou uma excelente remixagem e o jogador ainda pode escolher a qualquer momento se prefere as faixas originais ou as novas.
Rápido, duro ou meio a meio
O principal chamariz no estilo de jogo são as três variantes disponíveis que influenciam na postura de cada integrante do elenco. No modo Quick, podemos dar pulos duplos, esquivar de ataques e emendar combos desacelerando o tempo; no Hard, temos o oposto, sacrificando nossa velocidade para ter um aumento de força e velocidade, além de trocar a esquiva por uma espécie de resistência imediata no momento do impacto do golpe. Por fim, o Omnia, que é a novidade que batiza esta versão de Phantom Breaker, se aproxima mais do Quick, mas possibilita acumular mais barras de especial, o dobro dos outros dois modos e esse total pode ser usado para desferir um poderoso ataque que acerta o rival a qualquer distância.
Tirando essas peculiaridades, o sistema de movimentos é bem simples e fácil de dominar. Todos os personagens sem exceção contam com a seguinte gama de truques: um golpe fraco, um golpe médio, um golpe forte e um botão para golpes especiais, que tem efeitos variados de acordo com o direcional, podendo ser um ataque melee, um projétil ou uma investida aérea.
Por mais que cada boneco seja bem próximo um do outro, isso não é um ponto negativo, visto que esse fator torna todos os personagens do elenco igualmente atrativos para qualquer jogador. A combinação da variante de jogo com o estilo de cada um cria situações únicas e ainda há mais um temperinho extra: sempre que os jogadores colidem, seja avançando um contra o outro ou se golpeando ao mesmo tempo, o impacto do choque anula a ação de ambos e isso abre espaço para uma reação do mais ágil.
Vale citar que toda essa estrutura já tem mais de uma década e ainda assim envelheceu muito bem, fazendo com que Phantom Breaker: Omnia consiga gerar combates tão acirrados quanto outros jogos de luta 2D de proposta similar, como BlazBlue, Under Night e Melty Blood.
Básico e competente
Phantom Breaker: Omnia não reinventa a roda e nem traz inovações avassaladoras, porém, ele consegue ser um bom título no seu nicho que consegue divertir de maneira honesta. Apesar dos deslizes e características que ficaram obsoletas, sua mecânica consegue se manter interessante e atrativa.
Cópia de PS4 cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong
Phantom Breaker: Omnia
Prós
- A jogabilidade tem adições interessantes e o clássico ainda entretém
- Grande número de personagens
- É muito fácil controlar qualquer lutador do elenco
- Excelente trilha sonora
Contras
- O visual não envelheceu tão bem, principalmente em relação aos cenários
- Deixar as explicações do comandos básicos no menu em vez de fazer um modo Tutorial
- Algumas missões do modo História não são claras desde o início