Remnant II

Review Remnant II (PC) – A volta do Souls de tiro

Remnant II dá continuidade ao RPG lançado em 2019 que combina mecânicas dos soulslikes com sistemas de jogos de tiro. Criado pela Gunfire Games, o título entrega uma jogabilidade refinada e uma jornada desafiadora, mas que é prejudicada por diversos problemas de desempenho em sua versão para computadores.

Desenvolvimento: Gunfire Games

Distribuição: Gearbox Publishing

Jogadores: 1 (local) e 1-3 (online)

Gênero: RPG, Ação, Tiro

Classificação: 16 anos

Português: Interface e legendas

Plataformas: PC, PS5, Xbox Series X|S

Duração: 19 horas (campanha)/79 horas (100%)

Viajando na aleatoriedade

Gameplay de Remnant II

Sem uma narrativa interessante, Remnant II se passa em um mundo pós-apocalíptico, colocando seus personagens para combater ameaças em universos interdimensionais. O fluxo da campanha é gerado proceduralmente, tornando cada jogatina em uma aventura única e diferente. É a partir dessa proposta que o título consegue oferecer muitas ambientações distintas, e todas elas são coesas devido aos temas fantasiosos e distópicos que permeiam todo o jogo.

O loop de gameplay consiste majoritariamente em conhecer algum NPC aleatório que dará uma missão específica, que, por sua vez, envolve a derrota de um chefe e a conclusão de um quebra-cabeça para se avançar na campanha.No geral, o design das missões proporciona quests simples, porém divertidas e enigmáticas. No entanto, justamente pelo fato delas serem meio criptográficas, é fácil se perder nas fases, já que não há nenhum marcador de objetivos fixo no mapa.

O game é dividido em um modo campanha, com um prosseguimento aleatorizado, e um modo aventura, que traz uma progressão linear, sendo o segundo ideal para revisitar o título depois de finalizar o modo principal. Apesar de contar com funcionalidades offline, Remnant II se concentra em proporcionar uma experiência multijogador, possibilitando que outros entrem em uma sessão para participar da exploração e das caçadas. O modo online é excelente, mas peca ao não oferecer o suporte ao crossplay e por não incluir funções básicas de comunicação, como um chat de voz ou mensagens de texto.

Um ótimo RPG de ação

Luta contra chefe

Remnant II reúne tudo que há de positivo na fórmula dos soulslikes. O RPG mescla tiro com mecânicas de combate corpo a corpo, como socos ou espadas, gerando uma gameplay refrescante até em comparação com outros shooters em terceira pessoa. As lutas contra os chefes são espetaculares, e as fases são muito satisfatórias de serem exploradas.

O jogo é focado em builds. Ao iniciar a campanha, é preciso optar por um arquétipo, podendo assumir vários papéis essenciais nas batalhas, como curandeiro ou caçador. Cada uma das categorias presentes possui vantagens especiais úteis para os confrontos, e Remnant II proporciona uma liberdade alta para escolher o estilo de jogo, permitindo ainda o uso de duas classes simultâneas. Todos os equipamentos e itens podem ser personalizados, e há um sistema de dificuldades que permite que ela seja ajustada conforme a preferência de cada jogador. Combinados, esses elementos fazem do título um RPG sensacional.

As limitações de sempre

Exploração em Remnant II

Naturalmente, tudo que há de ruim nos soulslikes também está presente em Remnant II. Não há um sistema de salvamentos decente, já que o progresso é guardado aleatoriamente e ao chegar perto de um checkpoint, e não existe a possibilidade de pausar – até no modo offline. Isso torna o título menos amigável para aqueles que precisam interromper a partida, mesmo que por alguns minutos. A dedicação total é vital sempre que o jogo estiver em execução, pois a ausência temporária não é uma alternativa – os oponentes atacam de surpresa, resultando em perda de progresso de qualquer maneira.

Qualquer inimigo tem golpes que tiram uma quantidade desproporcional dos pontos de vida do protagonista, encaixando Remnant II dentro do comum desse sub-gênero dos RPGs de ação. Persistência e resiliência são importantes para completar as tarefas, mas certos inimigos não são exatamente desafiadores, agindo mais como esponjas de bala. A experiência foi claramente desenvolvida para ser prestigiada com uma equipe completa, visto que o modo para um jogador é desbalanceado em relação ao número de adversários simultâneos.

O gunplay é ótimo, mas a jogabilidade é limitada por mecânicas de estamina, que restringem as ações que podem ser realizadas em um determinado período, consequentemente travando toda a jogatina – que só funciona bem no mouse e no teclado. Jogar com um controle é um desafio adicional, porque Remnant II requer uma precisão que os analógicos de um joystick simplesmente não conseguem oferecer. Mesmo no teclado, a gameplay é prejudicada por um inexplicável atraso nos comandos, que comprometem a precisão da movimentação do personagem jogável.

Otimização triste

Explorando o mapa

Remnant II é completamente prejudicado por sua performance lastimável. Mesmo após várias atualizações, a experiência é sofrível, apesar dos gráficos não serem tão avançados a ponto de justificar esse desempenho pavoroso. Existem até problemas de carregamentos em SSDs extremamente rápidos, denotando uma falta de otimização por parte dos desenvolvedores.

O título tem uma direção de arte impressionante, utilizando técnicas de iluminação e sombreamentos de um jeito excepcional. Entretanto, os visuais são prejudicados pela necessidade de recorrer a tecnologias de upscaling para se ter uma taxa de quadros aceitável durante a jogatina. Mesmo com o uso de filtros como o FSR e o XeSS, a experiência é afetada por quedas de frames, uma vez que o desempenho depende da quantidade de coisas ocorrendo simultaneamente, combinada com todo o processamento necessário para a fase em questão. Isso se agrava no modo online, que exige mais por conta da presença de jogadores adicionais no mapa.

O polimento é lamentável e afeta negativamente a experiência, até em máquinas com configurações acima dos requisitos divulgados pelos produtores. Infelizmente, Remnant II é um dos nomes atuais com uma das piores otimizações nos PCs, e os defeitos na apresentação não param por aí. A tradução para o português brasileiro está incompleta, contendo várias frases em inglês; e a mixagem sonora é péssima, com um balanceamento de canais ruim e sons que não são audíveis corretamente dependendo do posicionamento do jogador nos cenários.

Bom jogo, desempenho ruim

Remnant II poderia ser muito melhor do que é se sua otimização estivesse num estado tolerável, e se seus controles não sofressem com um atraso que prejudica a jogabilidade. Apesar de todos os problemas, a gameplay é sensacional, mas o conjunto da obra está totalmente aquém de seu potencial.

Cópia de PC cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Remnant II

8

Nota Final

8.0/10

Prós

  • Várias classes disponíveis
  • Ótima jogabilidade

Contras

  • Atraso nos comandos
  • Limitações chatas de sempre