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Review Skautfold: Shrouded in Sanity (Switch) – História de terror inspirado em Lovecraft

Skautfold é um nome para uma série de jogos desenvolvidos unicamente por Steve Gal. Ainda que os games possuam gêneros distintos, todos compartilham do mesmo universo, o qual exploramos uma Grã-Bretanha no século dezenove tomada por horrores cósmicos. Ou seja, estamos falando de monstros e ambientações inspiradas nas histórias insanas de Lovecraft. Portanto, você talvez saia dessa experiência com alguns parafusos a menos.

Desenvolvimento: Pugware

Distribuição: Red Art Games

Jogadores: 1 (local)

Gênero: Ação, Aventura

Classificação: 18 anos

Português: Não

Plataformas: PC, PS4, Switch, Xbox One, Xbox Series X/S

Duração: 3 horas (campanha)/8.5 horas (100%)

Contratos abusivos e sem vitalidade

Contrato para acabar com o mal de Berelai.

Skautfold: Shrouded in Sanity é o primeiro da franquia originalmente lançado para PC em 2016. Mesmo sendo pouco reconhecido, o game detém avaliações muito positivas na Steam, além de receber uma versão gratuita com novas adições chamada de Freebirth.

Shrouded in Sanity é uma mistura interessante e aterrorizante de outros jogos de terror. Há quem o classifique como um Hack ‘n’ Slash ou Souls-like, já que o combate corpóreo e o controle de estamina lembram tais subgêneros. Porém, toda a ambientação e escassez de ferramentas importantes para a sobrevivência o denotam mais como um Survival Horror.

A história é muito fragmentada e enigmática, inerente ao livro Sussurros na Escuridão de Lovecraft que, diga-se de passagem, é a obra mais referenciada aqui. Toda a compreensão do enredo é levada pela curiosidade de quem joga e sua coragem em averiguar os horrores em sua jornada.

Waltham e Eleanore na mansão.

De forma introdutória, uma névoa envolveu a Mansão Berelai, fazendo com que todos os indivíduos ali fossem levados à insanidade. Então, Waltham e um coveiro desenterram Eleanore, contratando-a para se aprofundar na mansão e seus arredores para acabar com essa loucura. 

Não sabemos quem era Eleanore, só que ela estava enterrada no cemitério da mansão. Agora, ela deve sua imortalidade a apenas descobrir o que está acontecendo e como acabar com essa loucura desenfreada. Portanto, ela não é afetada pela névoa e irá presenciar todo tipo de horrores inimagináveis.

Horror em Berelai

Indivíduos estranhos estão por todos os cantos.

Embora eu seja um tanto suspeito para avaliar uma ambientação que se inspira em Lovecraft, Shrouded in Sanity consegue fazer jus ao seu nome. Por isso, é legal apontar tudo presente no game como uma mistura de Bloodborne, Castlevania e Resident Evil 1 em uma pixel art que lembra o SNES.

Primeiramente, Eleanore tem a aparência quase idêntica de Alucard, fora que Berelai detém uma decoração vitoriana. Muitos cenários são pouco iluminados, como os corredores estreitos da mansão, onde inimigos surpreendem e assustam, como na mansão Spencer. E, por fim, os encontros com as criaturas mais bizonhas, assim como os inimigos, denunciam a profundidade do terror cósmico naquele ambiente, como em Bloodborne.

Shrouded in Sanity não possui um mapa da mansão e seus arredores, e isso pode confundir muito quem o joga. O grande potencializador para esse infortúnio são as entradas e portas má indicadas, logo, é difícil identificar com quais podemos interagir. Portanto, as descobertas ficam à mercê da tentativa e erro.

Ambientes com sangue é normal nesse local.

Ainda que detenha uma tensão terrorífica causada pela ambientação, Shrouded in Sanity não ostenta o mesmo com o seu design de áudio. Para início de conversa, caminhar pela mansão é uma jornada silenciosa, o que é muito bom. No entanto, isso poderia amplificar muito a tensão com sons indicativos de perigos iminentes ou não. No fim, o grande culpado pelos arrepios nas espinhas são os inimigos e seus ataques mortíferos.

Há castigos piores do que a morte

Morrer não é o fim, apenas tempo perdido.

Para ser muito honesto, o combate de Shrouded in Sanity é o seu menor atrativo. Ele é travado, mas fácil de pegar o jeito. A composição de movimentos é pequena: ataque fraco, forte, tiro, cura e pegar sangue. O grande diferencial fica pela falta de uma esquiva. O máximo que é disponibilizado é uma corrida capenga, possibilitando uma fuga ínfima de inimigos com ataques rápidos e poderosos.

Falando desses monstros escrupulosos, a variedade é interessante e medonha. É possível encontrar antigos trabalhadores na mansão totalmente enlouquecidos ou tentáculos que saem do subterrâneo. Os chefes mantêm o mesmo nível de característica que perturba a mente até dos mais sãos. Porém, infelizmente, eles não demandam nenhum desafio ou merecem ser lembrados.

Uma ambientação parcialmente escura no cemitério da mansão.

Por fim, amplificando a minha percepção sobre Eleanore parecer Alucard, ela retém necessidades que um vampiro também teria. Para se curar, é preciso usar um frasco de sangue. Além disso, seringas devem ser economizadas para conseguir sangue de inimigos, sendo este a “moeda” de Shrouded in Sanity. Saber quando usar os frascos e as seringas fazem total diferença na experiência, dando um ar de Survival Horror.

Merece mais atenção

Após terminar Skautfold: Shrouded in Sanity e fazer pesquisas para escrever esta análise, percebi que ele merecia muito mais atenção. Claro que não é um game estrondoso e aclamado, mas foi feito por apenas uma pessoa, e ainda sim consegue entregar uma ambientação de terror espetacular. Talvez eu pense isso por ser um grande fã de Lovecraft? Talvez sim, mas não dá para ignorar como essa experiência consegue capturar o melhor do terror cósmico pouco visto em outros jogos. Enfim, estou ansioso pela chegada dos demais jogos aos consoles.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Skautfold: Shrouded in Sanity

7.5

Nota final

7.5/10

Prós

  • Ambientação clássica inspirada em Lovecraft
  • Monstros e criaturas insanas
  • História com bases boas

Contras

  • Combate e chefes ruins
  • Falta de sons ambientais