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Review Elex II (PS5) – Candidato a pior jogo de 2022?

Elex II é um jogo de RPG e aventura que coloca o protagonista do jogo anterior para encarar novos perigos em Magalan, enquanto tenta proteger o planeta.

Desenvolvimento: Piranha Bytes
Distribuição: THQ Nordic
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, RPG
Classificação: 16 anos
Português: Não
Plataformas: PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S, PC
Duração: 33 horas (campanha)/59 (100%)

O peso de se ter uma história

Diálogo com Caja

Devastado por conflitos entre seus habitantes, o mundo do protagonista Jax se vê à beira do colapso, com diversas facções surgindo e organizando seus núcleos sociais e regras por conta própria. Jax, por outro lado, deve se preocupar com a invasão de Magalan pela raça alienígena dos Skyands, cujo objetivo é terraformar o planeta para que ele beneficie sua raça.

O objetivo principal de Jax é formar uma aliança entre as facções para combater a invasão alienígena. Para isso, ele deve se relacionar com os líderes de cada grupo, cumprir missões pelas diversas regiões de Magalan e ganhar a confiança de todos.

Tente encontrar um personagem minimamente interessante e falhe miseravelmente. Jax é um poste ambulante careca, cujo carisma é o mesmo que o de um toco de árvore. Personagens secundários, como Caja, Bully e Adam são igualmente horrorosos. Os diálogos são tenebrosos, com sarcasmo e piadas baratas em cada linha, e são entregues de forma completamente insatisfatória pelos atores que dão vozes aos personagens.

Há uma inconsistência na personalidade de alguns indivíduos que pode ser facilmente notada também. Bully, por exemplo, em minhas escolhas de diálogos, definitivamente odiava meu Jax. Sendo designado pelo chefe de sua facção, os Outlaws, como meu vigia, a primeira linha de diálogo de Bully com meu protagonista foi como uma tentativa patética de aproximação, em que ele fala a respeito da cidadezinha onde estamos no momento. Não fez nenhum sentido.

Macetando monstros e morrendo por dentro no processo

Batalha contra grupo de inimigos

O combate de Elex II coloca Jax para enfrentar diversos inimigos por Magalan com armas corpo a corpo e de combate à distância, como arcos e flechas e escopetas. Para empunhar certos equipamentos, é preciso ter os atributos necessários, como Força, Constituição e Destreza. Ao subir de nível, o protagonista ganha 10 pontos de atributo, que podem ser alocados em uma das categorias mencionadas, fortalecendo seus parâmetros gerais e abrindo o leque de equipamentos utilizáveis.

Subir de nível também concede pontos de aprendizagem, chamados de LP. LPs são usados com NPCs em Magalan para aprender novas habilidades, como criação de itens e equipamentos, mineração e melhorias de combate e sobrevivência. As facções possuem algumas habilidades que só podem ser aprendidas nela, bem como oferecem equipamentos únicos recompensados a Jax por sua lealdade e cumprimento de missões.

As batalhas são cadenciadas, com Jax precisando ter atenção em sua barra de fôlego para realizar ações como golpear, defender e esquivar dos ataques inimigos. Tudo seria tranquilo, não fossem os controles por vezes pouco responsivo, a câmera inconsistente ou mesmo a movimentação travada dos bonecos. As lutas, que poderiam ser um pontinho positivo em Elex II, se tornam enfadonhas a partir do momento que desferir sequências de porradas não é divertido. Falta precisão tanto na execução de ataques quanto na execução de defesas e esquivas.

Para piorar a situação, perceba acima que está escrito “diversos monstros” e não “monstros diversos”. Muitos inimigos, especialmente advindos da vida selvagem em Magalan, possuem os mesmos ataques padrões, diferenciando-se somente por sua aparência física e, em alguns casos, por ataques específicos mas que mudam apenas sua propriedade, como envenenamento ou sangramento.

Um outro problema relacionado aos combates e que acaba atrapalhando a exploração de Magalan, é o fato de que o jogo coloca em seus cenários inimigos de níveis muito diversos de forma muito aleatória. Os oponentes podem ter sua dificuldade identificada por um ícone de caveira acima de sua barra de vida. Quanto mais caveiras, mais dano causarão a Jax com seus ataques. Embora isso instigue o desafio e a necessidade de fortalecimento do protagonista e seus atributos, não é incomum que dinossauros ou trolls que podem matar com apenas um golpe chegam do nada para participar de uma batalha cujo principal inimigo era um inseto ou um rato de esgoto fraquinho. O problema aqui não é a dificuldade em si, mas a inconsistência dos desafios.

Padrão de qualidade inexistente

Caverna dos Morkons

É inacreditável que Elex II tenha passado por algum teste de qualidade por parte dos desenvolvedores ou quem quer que seja. O desempenho é tenebroso. Elex II visa os 60 quadros por segundo, mas raramente atinge essa marca, flutuando entre números inferiores o tempo inteiro. Isso gera screen tearing (rasgos) constante na tela em qualquer situação, inclusive cutscenes. Além disso, em batalhas contra grupos de inimigos mais numerosos, a taxa de quadros costuma tomar um baque ainda maior, caindo para bem menos de 30 quadros e fazendo parecer que o PlayStation 5 não tem a força necessária para rodar o jogo de maneira adequada.

Há diversos bugs, com a câmera que começa a tremer do nada durante as batalhas, objetos do cenário sumindo e aparecendo conforme o ângulo da câmera e iluminação que estoura e causa um borrão de claridade se o personagem anda até um determinado ponto. Esse seja, talvez, o defeito que mais me desanimou em Elex II e apenas confirmou que o jogo não vale nenhum segundo que investi nele. Dois passos em certa área, e a imagem fica com o referido clarão de luz. Dois passos para trás, e a iluminação volta ao normal. É surreal esse tipo de coisa acontecer em pleno 2022.

A única salvação de Elex II está na quantidade de detalhes apresentada em seus ambientes, especialmente em áreas florestais. Porém, o constante pop-in de texturas, objetos e sombra em vários dos ambientes arrasta a riqueza de detalhes para baixo. Um ótimo exemplo é a caverna da facção dos Morkons. Durante o tour pela caverna, é possível ver nitidamente o surgimento dos elementos do cenário e da iluminação, que pipocam na tela de forma agressiva e pouco natural.

Conclusão

Elex II é, de longe, o pior título que joguei em 2022 e, pessoalmente, o pior que joguei para produção de texto no Jogando Casualmente. Ele é um jogo que quer que eu explore seus segredos, abra baús e cofres, plane e voe por aí com o auxílio de um jetpack e enfrente os aliens Skyands para salvar Magalan, mas não há nenhum esforço para que a aventura se torne interessante. Os combates são excessivamente travados por conta dos controles e da movimentação do personagem, a dificuldade inconstante dos monstros alocados aleatoriamente e sem balanceamento pelos cenários é terrível e o desempenho técnico patético do jogo o tornam a experiência a pior possível.

Cópia de PS5 cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Elex II

2

nota final

2.0/10

Prós

  • Alguns cenários são visivelmente ricos em detalhes

Contras

  • Personagens desinteressantes e diálogos insossos
  • Combate excessivamente travado e impreciso
  • Inconstância de dificuldade dos inimigos
  • Desempenho técnico sofrível