Steel Assault é um indie feito na base do financiamento coletivo iniciado em 2015 por Sri Kankanahalli, e que possui influências de clássicos do gênero plataforma com elementos de tiro como Mega Man, Metal Slug e Contra. Aqui, somos Taro Takahashi, um super soldado da resistência que precisa derrubar um tirano líder da nação norte-americana em um futuro pós-apocalíptico. E isso é tudo que você precisa saber.
Desenvolvimento: Zenovia
Distribuição: Tribute Games
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Arcade, Plataforma, Ação
Classificação: 10 anos
Português: Sim
Plataformas: Switch, PC
Duração: 46 minutos (campanha)/59 minutos (100%)
O bom e velho plataforma
Takahashi utiliza uma espécie de chicote elétrico que acerta inimigos de longe, além da habilidade do pulo duplo, que se faz bem conveniente em muitas situações, e uma corda que pode ser atirada e transformada em uma tiroleza em até 8 direções. Essa última é, com toda a certeza, o maior diferencial de Steel Assault, já que expande a jogabilidade de forma admirável e utiliza variações da mecânica principalmente em lutas contra chefes, permitindo alcançar locais mais altos, se proteger em pequenos pontos cegos no cenário e se pendurar horizontalmente, ficando suspenso sobre uma superfície.
Existem caixas quebráveis ao longo das fases, contendo itens como escudos temporários, corações que curam a saúde e efeitos secundários para seu chicote que consomem uma barra no topo da tela. A arma principal também funciona como um eliminador de projéteis, já que pode destruir a maioria dos tiros a laser de inimigos e chefes.
Os inimigos são incrivelmente variados. Ao contrário de vários títulos da época 16 bits que usavam e abusavam dos mesmos inimigos com uma troca de cor apenas, Steel Assault consegue trazer o charme de antigamente e, ao mesmo tempo, bastante qualidade no quesito gráfico e criatividade – sem falar no sound design. Existem ameaças de todos os tipos nas fases, como os simples soldados com armaduras, lutadores de artes marciais, pilotos de motocicletas voadoras, entre outros tipos.
Experiência rápida, mas muito bem polida
Apesar de Steel Assault ser uma experiência incrível que me faz resgatar bastante o sentimento que eu tinha quando jogava Mega Man e seus semelhantes, não posso negar que seu término chega bem mais rapidamente do que o esperado. Em pouco mais de uma hora é possível terminar o jogo, mesmo morrendo diversas vezes entre uma fase e outra. Depois de finalizado o enredo, liberamos um papel de parede extra para ser usado de fundo.
Porém, as lutas com chefes são marcantes e o ponto mais alto de Steel Assault. Todas são bem desafiadoras, e exigem a memorização de padrões e tentativa e erro sem cair na frustração. Felizmente, o checkpoint é logo antes da luta iniciar, o que é muito feliz, considerando que alguns chefes tem mais de uma “forma” e exigem com que ambas sejam derrotadas em uma tacada só – algo bem recorrente, novamente, em jogos como Mega Man.
As fases em si também não ficam para trás, e algumas trazem até progressão vertical e a possibilidade de montarmos em armas de alto calibre, como uma metralhadora que permite atirar em até 6 direções. Porém, senti falta desses elementos serem mais usados ao longo da sua curta jogatina oferecida.
Como a maioria dos títulos com aspectos de jogos antigos, Steel Assault também traz filtros visuais como uma tela CRT, com possibilidade de deixar a imagem arredondada nas bordas como se fosse uma TV de tubo. Curiosamente, resolvi deixar esse filtro ativado, algo que não costumo fazer em games que se inspiram nos 16 bits, porque normalmente isso é aplicado de forma excessiva.
Feito com amor e carinho
Steel Assault é um indie espetacular, que dá um show em termos de jogabilidade e visuais. É nítido o carinho que o game teve em seu desenvolvimento, e isso é percebido nos mínimos detalhes. Cenários, animações, mecânicas e game design: tudo é incrível e de cair o queixo. É como se Steel Assault fosse um jogo da era GBA, de alguma empresa grande, que todo mundo deixou passar batido. Porém, se você for alguém que valoriza o famoso “tempo de jogo”, infelizmente este game pode não ser para você. Finalizando o enredo, a única opção é jogar tudo novamente ou se arriscar no modo Arcade, que é basicamente um sobrevivência.
Admito que recompensas melhores seriam muito bem-vindas, como acontece no indie brasileiro Blazing Chrome, por exemplo, o qual libera personagens novos com jogabilidade que transformam completamente a experiência em algo novo ao derrotarmos o último chefe. Teria sido uma maneira bacana de expandir o tempo de jogo através de um elemento surpresa que valoriza o fator replay que jogadores tanto adoram atualmente.
Código de Switch cedido pelos produtores