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Review Super Monkey Ball Banana Mania (PS4) – É assim que se comemora um aniversário

Em um ano que algumas franquias da Sega, como Sonic e Virtua Fighter, retornaram aos holofotes, já não era de se surpreender que os macaquitos mais bagunceiros do mundo virtual dessem as caras também com Super Monkey Ball Banana Mania. Para celebrar seu vigésimo aniversário, a trupe de símios ganhou um remake caprichado do Ryu Ga Gotoku Studio, responsável pela série Yakuza, e o resultado não poderia ter sido melhor.

Desenvolvimento: Ryu Ga Gotoku Studio

Distribuição: Sega

Jogadores: 1-4 (local)

Gênero: Plataforma

Classificação: 10 anos

Português: Não

Plataforma: PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One, Xbox Series X/S

Duração: 6 horas (campanha)/20 horas (100%)

Pegando de tudo um pouco

20 anos fazendo jogadores perderem a cabeça com fases loucas

Banana Mania traz todo o conteúdo de Super Monkey Ball 1 (2001), SMB2 (2002) e SMB Deluxe (ou DX, de 2005). Ou seja, são mais de 300 fases únicas – ou quase. O jogo é dividido em um modo história, diversos outros desafios e modos de prática. Então invariavelmente é inevitável esbarrar em cenários iguais em ambientes diferentes e modalidades diferentes. Ainda assim, são poucas as vezes que isso acontece.

O objetivo principal é sempre o mesmo: conduzir seu macaquito dentro de uma bola até a meta de cada trajeto antes do tempo acabar, superando as peculiaridades de cada percurso. Eles variam entre buracos, obstáculos móveis, viradas repentinas e até plataformas que te arremessam para longe. Pode parecer simples, mas a diversão de tudo está em o quão criativo e absurdo é cada fase. Ao mesmo tempo que podemos fazer curvas sinuosas na floresta ou descer um tobogã no meio de um vulcão, temos que desviar de um parasita, que mora dentro de uma baleia, enquanto a linha de chegada não mantém sua posição fixa.

Prepare-se para cair muitas vezes

O modo história, inspirado em SMB 2 e DX, possui 100 fases, divididas em dez ambientes diferentes e com uma escalada de desafio bastante justa, por mais que alguns estágios pareçam mais complexos do que são. Além disso, é possível fazer diversos desafios de percurso inspirados nos jogos originais, com um número de estágios que varia entre 20, 40, 60 ou até mais, e não há repetição entre eles. Logo, não ache que terá vida fácil achando que vai rolar um repeteco de certa parte do curso. Não há misericórdia para quem desiste fácil.

Por fim, também tem os modos extras, com metas variadas. Em alguns, precisamos coletar todas as bananas douradas; em outros, é necessário desviar das bananas roxas; tem ainda alguns percursos em que o ponto de partida é invertido com a chegada, logo ele começará de maneira extremamente complicada e terá um desfecho mais simples; e por fim existe o Original Mode, que preserva a identidade e estrutura de 23 fases do primeiro Super Monkey Ball. 

Alguns estágios são mais simples do que parecem

Bastante coisa, não é? Mas ainda tem mais! Banana Mania também conta com 12 party games para até quatro jogadores, todos eles vindos das fontes originais. Eles variam de disputas esportivas, como futebol, beisebol, corrida, boxe e tênis, até modalidades mais casuais, como bilhar, boliche, “voo ao alvo” e batalha aérea. Ter esses minijogos é bacana justamente para compensar a solidão dos modos principais, que não permite mais de um jogador.

Só que, diferente das fases principais que tem uma jogabilidade bem simples, os minigames podem causar algumas confusões. Como eles têm comandos variados, algumas situações de o quê e quando fazer não ficam claras, e não existe um tutorial ou demonstrativo para explicar. Apenas leia o que cada botão faz e boa sorte na tentativa e erro. Para quem joga mais tempo, a intuição ajuda, mas nem todo mundo teve contato com Super Monkey Ball ao longo dos anos, não é mesmo?

Também é possível se divertir em grupo com alguns minigames bacanas

A cereja do bolo fica por conta dos rankings online, que servem para registrar o tempo dos aventureiros mais intrépidos. Mas o que mudou de fato, então?

Existem duas características que não estavam presentes nos originais e que foram muitíssimo bem-vindas. A primeira, e essencial, é poder usar o analógico direito para controlar a câmera. Infelizmente ainda acontecem alguns momentos de confusão quando nosso personagem é rebatido por algum obstáculo e não achamos um ângulo apropriado para entender o que está acontecendo. Ainda assim, é muito bom poder definir nossa visão para achar o melhor caminho.

Como que faz para passar disso!?

O segundo é o pulo, que só foi introduzido na série algum tempo depois. Porém, há um pequeno revés em usá-lo. As fases são projetadas para serem concluídas apenas com a habilidade e criatividade do jogador, tanto que a habilidade de pular tem que ser adquirida pela lojinha (por acaso, é a coisa mais cara que tem lá). Assim que o jogador opta por usar o pulo nas fases, ele automaticamente perde o direito de registrar seu tempo nos rankings, já que se trata de uma “trapaça”. Vai de cada um escolher o que vale mais a pena.

Haja banana!

Nem sempre a melhor ideia é sair correndo em disparada até o final

Citamos, acima, que Banana Mania tem seu conteúdo retirado dos três primeiros jogos da franquia, mas não é só isso que ele pega emprestado de outros títulos. Quem jogou Super Monkey Ball: Banana Blitz HD, lançado em 2019 e que foi um remaster do lançado para o Wii com o mesmo nome, vai reconhecer o padrão dos menus e o modelo dos personagens. Já as músicas foram refeitas do zero e combinaram muito bem com o clima leve e divertido daqui, servindo como um bom apoio para o ambiente de cada lugar. Graças ao céus, apenas isso foi reutilizado de Blitz HD, já que todo o resto pode ser deixado para lá (não vamos entrar em detalhes). 

Logo, todos os personagens contam com um modelo atualizado bem bonito. E por falar no elenco, ele ganhou adições consideráveis e muito divertidas. Além dos quatro principais, (AiAi, MeeMee, GonGon e Baby), também estão presentes no início Doctor e YanYan, que já tinham modelos novos graças ao remaster de Banana Blitz HD. Entretanto, a farra não para por aí, já que mais gente foi convidada, até de outros lugares.

AiAi é um funcionário exemplar, que veste a camisa da empresa

Na loja de pontos, aquela onde temos que comprar a habilidade de pular, existem diversas outras coisas para serem adquiridas, como filtros para o modo foto, itens de customização, modos de jogo, fantasias para os macaquitos e uma galera muito especial da Sega. Jam e Jet são outros dois primatas que debutaram em jogos posteriores da franquia e também foram incluídos. Além deles, estão presentes, para se juntar à aventura, Sonic, Tails, Kazuma Kiryu (de Yakuza) e Beat (de Jet Set Radio). Todos eles podem ser adquiridos jogando, o que traz aquela sensação dos bons tempos em que desbloquear personagens não fazia uso de dinheiro de verdade. 

Toda essa patota só pode ser usada nos modos principais. Minigames e customização só estão disponíveis para os seis principais. Entretanto, isso não faz tanta diferença, pois a customização não chega a ser tão interessante assim, uma vez que todos os personagens dispõem dos mesmos itens, os quais são pouco variados em estilo, só alternando cores. Vale mais a pena deixá-los como estão, ou vestir pelo menos a camiseta da Sega (propaganda da firma sempre vai bem).

E não se preocupe em ficar pensando como gastar seus pontos da melhor maneira para não correr o risco de ficar sem comprar aquele item que você tanto queria. Existem mais de 700 desafios no jogo, que variam desde coisas simples como concluir uma fase, coletar todas as bananas em um estágio e visitar todos os menus da galeria, até metas mais complexas, como bater pontuações específicas nos minigames ou completar os percursos de desafio inteiros caindo menos de 10 vezes. Oportunidades para juntar uma quantidade bacana de pontos não faltam.

É claro que o cara de pau do Sonic ia fazer questão de marcar presença nessa festa

Agora, quem tiver uma grana sobrando para investir em DLC, pode adquirir algumas coisas mais inusitadas, como usar os consoles da Sega como personagens controláveis e fazer uso de modelos e trilha sonoras originais. Ter algumas coisas extras nunca é demais, mas quem optar por ficar só com o que está no pacote inicial do jogo já estará muito bem servido.

Lembram que eu citei Banana Blitz HD como um jogo ruim? Pois então, tem um único aspecto que ele tinha e que Banana Mania poderia ter pego para si. Os personagens tinham valores diferentes de velocidade, pulo e peso que viriam muitíssimo bem a calhar aqui. É legal escolher com quem irá jogar e tudo mais, mas, no fim das contas, controlar todos é a mesma coisa, sem uma variação sequer que não seja estética.

Folia Primata

Super Monkey Monkey Ball Banana Mania cumpre com louvor o papel de celebrar os 20 anos dessa franquia que traz cores, risos e muitos momentos de estresse para os jogadores. Quem ainda não conhecia a história dos macaquitos, pode usar esse título como uma bela porta de entrada, que une a casualidade dos minigames com todo o desafio proposto que fez a série famosa.

Lógico que poder jogar com mais de um participante apenas nos party games é pouco, uma vez que, com tantas fases diferentes, seria sensacional alinhar uma disputa, local ou em rede, para ver quem chega ao objetivo final primeiro. Mesmo assim, este título tem bastante charme e nostalgia aliados ao seu favor, o que torna a experiência tão satisfatória quanto saborear uma banana split geladinha.

Cópia de PS4 cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Super Monkey Ball Banana Mania

8

Nota Final

8.0/10

Prós

  • Adição do pulo e do controle da câmera
  • Quantidade absurda de fases e conteúdo extra
  • Grande elenco com personagens de outras franquias da Sega
  • Ótima remodelagem visual e remixagem das músicas
  • Inclusão de Party games da série

Contras

  • Alguns party games têm comandos estranhos
  • Controlar a câmera ao mesmo tempo que joga pode gerar alguns pontos cegos
  • Não existe variação de jogabilidade entre os personagens
  • Modos principais são apenas para um jogador