Review Tails of Iron Capa

Review Tails of Iron (Switch) – Quem não tem gato, reina com rato

Depois de muitos anos de guerra desenfreada, os ratos conseguiram se organizar ao proclamar um novo rei e, assim, venceram o Clã dos Sapos. Porém, como os ratos vivem 5 anos e os sapos 15, a paz não permaneceu por muito tempo. O rei Rattus foi envelhecendo, mas o líder dos sapos, Greenwart, ainda estava apto para a batalha. Assim sendo, no dia da provação de Redgi para se tornar o novo rei do Reino dos Ratos, os sapos invadem, destroem todo o reino, sequestram os irmãos do novo rei e, por consequência, matam o velho Rattus.

Desenvolvimento: Odd Bug Studio

Distribuição: United Label

Jogadores: 1 (local)

Gênero: Ação, Aventura

Classificação: 12 anos

Português: Interface e legendas

Plataformas: PC, PS4, PS5, Switch,  Xbox One, Xbox Series X/S

Duração: Sem registros

Stuart Little medieval

A guerra de anos entre ratos e sapos.

Tails of Iron é um conto narrado da história de Redgi reerguendo o Reino dos Ratos e, no percurso, achando os segredos escondidos em sua ascensão. Como não houve um preparo ou uma mentoria de seu pai, conforme o enredo se passa, vamos descobrindo as responsabilidade de um rei caído junto com Redgi. O que auxilia essa congruência de aprendizados é a narração feita por Doug Cockle, a voz do “bruxão” mais querido dos jogos, Geralt de Rívia, e ela é impecável! 

Com boas entonações e pontuais explicações de como Redgi se sente ou pensa, a narração facilita o sentimento de que somos um rei. Além disso, em conjunto com pontos da jogabilidade, as muitas responsabilidades que são recebidas, reforçam essa sensação. Talvez eu esteja sendo chato, mas, em alguns momentos, Redgi possui formas de pensar bem arrogantes e um pouco elitista. Isso é normal? Sim, até porque ele é um rei. Contudo, isso me fez torcer um pouco o nariz e me lembrou o filme do ratinho playboy que todo mundo já viu.

Ligeirinho em Dark Souls

Os inimigos dilaceram ao serem derrotados.

O corriqueiro Souls-like dá suas caras aqui, pois Tails of Iron é um RPG de aventura ambientado em uma era medieval sombria, então, combina. Como já é de se esperar de jogos que utilizam do sub gênero, os combates em Tales of Iron são brutais e não deixam erros saírem baratos, portanto, morrer algumas vezes não é incomum. Os chefes são os grandes causadores dessa infeliz situação que todos estamos propícios a experienciar. Porém, em uma batalha com 3 ou 4 inimigos, é possível esperar o mesmo, caso não consiga captar rapidamente as tentativas de ataques previsíveis.

Todos os inimigos de Tails of Iron, até os mais fracos, são passíveis de realizar ataques específicos em que cada um deles é sinalizado por uma marcação ao seu redor. Quando um ataque destes é de longe, o alerta é branco, sendo preciso defender-se com escudo. Já ataques muito fortes são representados com o mesmo sinal, só que em vermelho e é possível escapar deles com uma cambalhota. Todos os ataques podem ser aparados com escudo ao apertar os botões ZL e ZR junto, porém, os alertas amarelos indicam que irá atordoar o inimigo. E por fim, o mais irritante de todos, há o círculo pulsante vermelho que sinaliza um ataque em área, causando uma quantidade estrondosa de dano.

Não é difícil ver a complexidade nisso. Há uma variedade de inimigos e cada um deles é possuinte desses ataques. Estar preso em uma área com poucos deles é uma tentativa de sobrevivência desafiadora, visto que prestar atenção nesses alertas e, ainda por cima atacar de volta, nem sempre é fácil. Por isso é muito importante ser bem ligeiro aqui e, se não conseguir, Redgi deverá estar bem preparado para a guerra.

Jerry pronto para o combate

Para enfrentar tantos adversários, o arsenal de armas e o armário de armaduras são aspectos de muita necessidade. O brilho de Tails of Iron, depois da história e narração, fica pela variedade de itens de customização que podemos aderir a Redgi. É possível equipar capacetes, armaduras, escudos, armas primárias, secundárias e de longa distância.

Cada armadura possui um peso, variando entre leve, médio e pesado. As armas, por outro lado, são divididas em espada, machado e lança. Ampliar o inventário não é difícil, já que inimigos e missões sempre recompensam com novos itens. Por mais que a quantidade seja grande, ela não influi tanto no combate. Os grandes modificadores são as diferentes armas e o quão pesados estamos, fora que algumas armaduras dão defesa especial contra certos tipos de inimigos.

É preciso conseguir para reerguer o reino, por isso, missões secundárias são obrigatórias.

Quando Jerry… digo, Redgi, está equipado para a luta, ele deve ajudar as pessoas de seu reino a reconstruir ele aos poucos. Como já foi citado anteriormente, a sensação de que somos um rei caído é visível, e isso se dá por conta dessas missões. Em grande parte, as secundárias são muito interessantes pelos itens encontrados por aí e companheiros que conhecemos, mas também repetitivas por diferenciar apenas os inimigos enfrentados. Aqui, o objetivo é sempre o mesmo: ir até um local e derrotar ou pegar algo. Em alguns momentos, é necessário completá-las para conseguir dinheiro e avançar na missão principal. Isso é um pouco chato por impedir um avanço desejado, mas denota nossa responsabilidade em reformar o que chamamos de lar, mais especificamente, o seu castelo.

Ratatouille para o rei

Não é o prato que disse, mas parece suculento.

Redgi é um rei, e não há dúvida disso, já que suas obrigações e modos de pensar são o de um. Entretanto, nessas constantes batalhas, sua única alimentação é um suco de insetos que recupera sua vida. Não há uma forma de aumentar essa bebida, mas os insetos derrotados no decorrer da aventura permitem encher partes dela. Mas isso não é do paladar de um rei, sendo necessário uma melhoria nela.

Eu sei que o nome do rato no filme é Remy, mas aqui o que importa é a comida. Um dos irmãos de Redgi é um cozinheiro que sabe preparar tudo que há de melhor no reino. Para isso, os ingredientes necessários devem ser encontrados, o que não é nada fácil nas ruínas em que o Reino dos Ratos se encontra. Porém, conforme são encontrados e entregues para o Remy do jogo, a refeição é feita e aumenta a vida de Redgi.

Descansem em paz, fiéis amiguinhos.

Antes de concluir, é plausível fazer uma menção aos 7 ratos que serviram de modelo para Redgi e os demais ratos, pois, infelizmente, não sobreviveram para ver essa obra.

Mickey contra-ataca

Tails of Iron faz jus ao nome por exemplificar como Redgi, e a quem joga, a necessidade de ter uma cauda de ferro ao passar por momentos de ruína. A narração, o combate e as missões são a tríade para essa compreensão da dificuldade e desafio de reconstruir um reino. Porém, com isso, algumas missões secundárias são obrigatórias para conseguir ouro e reerguer o castelo, sendo irritante, pois eu só queria avançar na história.

De qualquer forma, Tails of Iron é um conto sobre aprender da forma mais difícil possível, em que você irá sentir as responsabilidades que um rei deve ter com seu reino, lembrando a presença do rato da Disney em um outro jogo.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming Hong

Tails of Iron

9

Nota final

9.0/10

Prós

  • História
  • Narração fantástica
  • Possibilidades de combate
  • Sensação de responsabilidade pelo reino
  • Variedade de itens para equipar.

Contras

  • Missões secundárias obrigatórias
  • Redgi não é humilde