Depois de passar algum tempo solitário no PC, o indie Islanders fez sua estreia nos consoles, especificamente no Switch. Através de uma jogabilidade relaxante, Islanders: Console Edition procura cativar aqueles que estão à procura de um tempo para esfriar a cabeça. Bom, isso ele faz com maestria.
Desenvolvimento: GrizzlyGames
Distribuição: Coatsink Software
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Estratégia, Simulação
Classificação: Livre
Português: Legendas e interface
Plataforma: PC, Switch, Xbox One, PS4
Duração: Sem registros
Brincando de criador do mundo
Em Islanders, somos um cursor e um menu horizontal. Sim, parece superficial, mas infelizmente a apresentação do jogo é completamente ausente. Iniciamos imediatamente no menu principal, com a opção de entrar no modo Highscore ou Sandbox. No primeiro, jogamos justamente por pontuações, a fim de aparecermos no placar mundial… por sabe-se lá quais motivos. Se você não faz o tipo competitivo, não existe tanto propósito assim para a luta por uma posição no ranking. O segundo permite relaxar aproveitando tudo aquilo que foi aprendido no tutorial de forma descompromissada, sem qualquer mecânica de alternância existente no modo principal, e que será explicado à frente.
A jogabilidade de Islanders aparenta ser interessante no início, passando a impressão de que tudo chegará em algum lugar depois de alguns minutos. Porém, nada progride e a gameplay não evolui. Recebemos uma ilha vazia assim que começamos a fase, com a possibilidade de escolher sempre entre “pacotes” de construção para povoar a ilha. Esses pacotes são temáticos, e podem trazer objetos como casas, cabanas de Xamãs, moinho, e afins. A parte mais interessante é como a pontuação acontece: cada construção possui uma vantagem e desvantagens, dependendo de qual tipo de construção ela estiver perto. Por exemplo, os moinhos concedem menos pontos ao jogador caso esteja posicionado no campo de visão de outro moinho, porém, recebe uma grande quantidade em sua pontuação caso seja colocado próximo a campos de plantio. Por isso, em poucos minutos é possível jogar que o principal objetivo aqui é a estratégia em qual local colocar o quê.
Uma vez atingido uma certa quantidade de pontos, podemos seguir para uma próxima ilha e começar tudo novamente, sem perder a pontuação adquirida até então. O objetivo principal é esse: terminar de preencher uma ilha, pular para a próxima, escolher seus temas preferidos, então repetir o ciclo ad infinitum.
Existem games parecidos, que passam uma vibe parecida com a de Islanders, e fica muito mais fácil recomendá-los por oferecerem objetivos claros e uma jogabilidade diversificada. Um deles é o Bad North, cuja premissa é colocar o jogador em uma ilha com visuais low poly, enquanto gerencia e comanda seu exército contra tropas de vikings que tentam invadir suas terras e destruir suas casas. Ou até mesmo títulos que garantem um modo construção com muito mais propósito, com senso de esforço e recompensa bem definidos.
Relaxa demais, quase como um sonífero
Apesar de relaxante e bem diferenciado pela sua proposta de calmaria, Islanders: Console Edition me pareceu algo bastante sem sentido. A jogabilidade permite com que aprendamos tudo disponível no jogo em menos de 10 minutos, empolgando para que algo aconteça em diante, até que, finalmente, nada ocorre. O resumo é povoar ilhas com construções temáticas e passar para a próxima, tudo isso acompanhado de uma trilha sonora de fundo bastante calma.
O modo Highscore é o único incentivo para continuar jogando, para atingir altos pontos no placar mundial. Fora isso, nada parece tão substancial ou duradouro, e nem mesmo com algum tipo de propósito. Não existem objetivos para cumprirmos, nem uma quantidade limitada de objetos a fim de fazer a menor quantidade de movimentos para chegar a uma máxima pontuação. Islanders é superficial, raso e um tanto quanto vazio. Existe uma oportunidade imensa perdida por aqui, já que visualmente e em termos de ambientação, o indie é um show para os olhos – e muito mais para os ouvidos.
Cópia de Switch cedida pelos produtores
Islanders: Console Edition
Prós
- Trilha sonora relaxante
- Ambientação e visuais belos
- Controles bem mapeados
Contras
- Completamente sem propósito
- Modo Highscore é raso demais
- Falta de conquistas internas para motivar o jogador
