Já joguei diversos títulos da franquia Tales of e, apesar de ter a versão original de Tales of Symphonia Remastered, essa foi a primeira vez que tive o prazer de desfrutar deste excelente jogo de verdade. Ainda que seja chamado de remaster, se é que podemos falar assim, já que há quase nenhuma novidade. Embora o game em si seja o bastante para chamar a atenção. E vou mais além: ele serve até como lição para os futuros lançamentos.
Desenvolvimento: Bandai Namco Entertainment Romania
Distribuição: Bandai Namco
Jogadores: 1-4 (local)
Gênero: RPG
Classificação: 12 anos
Português: Não
Plataformas: PS4, PS5, Switch, Xbox Series X/S, PC
Duração: 47 horas(Campanha)/100%(64 horas)
Temos que salvar o mundo!

A história a princípio é bastante clichê: Colette, amiga do nosso protagonista, é a escolhida para ser a salvadora e purificar o mundo. Lloyd Irving e seu amigo, Genis Sage, acabam se envolvendo em muitas confusões e são expulsos da vila, e finalmente conseguem se juntar ao grupo da salvadora em sua missão de liberar os selos e assim se tornar um anjo e finalmente cumprir sua tarefa.
Claro que com o passar do tempo vamos descobrindo mais coisas, e outros personagens se juntam ao bando, mas é preciso ressaltar a forma como isso é feito. As coisas acontecem de forma tão natural que dá até gosto de ver. Mas o que mais gostei foi o fator de tomar pequenas decisões e mudar os caminhos seguidos. Fazia muito tempo que um jogo não me trazia tamanha satisfação.
Além disso, há inúmeras atividades extras que podemos fazer. Tudo é muito sutil, não fica muito na cara se há alguma missão a mais para se cumprir ali, por isso é importante falar com todo mundo e também prestar bastante atenção nos diálogos.
Por fim, há as pequenas cenas com diálogos que aprofundam ainda mais os eventos que acabaram de acontecer. Senti muita falta de uma dublagem nessas partes, principalmente para nos manter engajado, já que ver os personagens movendo a boca e ficar lendo os textos é muito sem graça. E sobre os textos, a Bandai Namco escorregou no tomate ao não trazer pelo menos legendas em português. Ao abrir o jogo, há um termo de licenças no nosso idioma, contudo, é só isso. Faltou um pouco de carinho com os brasileiros.
Dupla empunhadura, meu soldado

O combate é extremamente gostoso. No começo quando temos poucas Arts, as técnicas especiais de Tales of Symphonia, é tudo um pouco chato. Mas com o desenrolar da jornada, liberamos outras e aí é só partir pro abraço. Os inimigos são visíveis no mapa, então podemos fugir deles ou partir pro combate.
As lutas acontecem em arenas circulares e podemos nos movimentar somente para frente e para trás. É possível controlar qualquer personagem do grupo e também dar comandos para eles, como fazê-los usar um item ou um golpe especial. O botão de defesa é extremamente importante, já que os inimigos podem te destruir facilmente caso fique apertando para atacar “loucamente”.
Aprender novos golpes é um caso de repetição, já que temos que usar várias vezes o mesmo movimento para liberar o próximo nível. É possível checar sempre que isso vai acontecer. E usá-los é a melhor parte do jogo, já que são bonitos e devastadores.
Ops…

Uma coisa que detestei em Tales of Symphonia foi o fato de não ser possível customizar livremente qual botão faz o quê. Por exemplo, estou acostumado a atacar com o quadrado, mas por algum motivo não foi possível fazer essa troca, e tive que ficar com os comandos originais.
Outra coisa péssima é a câmera do mundo. Entendo que no lançamento original fosse quase obrigatório manter poucos elementos na tela, mas nada foi alterado nesse remaster, e só temos “uma folga” quando montamos em Noishe, o animal de estimação de Lloyd, mas ainda assim é muito ruim.
Ótimo, mas podia ser melhor
Tales of Symphonia já entrou para meu top 3 jogos da franquia. Seus personagens são bastante carismáticos e conhecê-los mais a fundo é muito divertido. A falta de legendas em português com toda certeza afastará muitos jogadores, mas ainda assim recomendo bastante o game. Essa versão basicamente nos possibilitou jogar nos consoles da atual geração, o que é muito bom, mas eles poderiam ter acertado algumas coisas, como adicionar a dublagem nas esquetes e também arrumar a câmera horrenda do mundo aberto. No mais, o gráfico está bom e a trilha sonora é bacana.
Indico muito Tales of Symphonia para os fãs da franquia, e também para quem quer conhecer agora e nunca teve contato com nenhum título anterior. A esperança que fica é que em breve seja lançado a sequência, chamada Tales of Symphonia: Dawn of the New World.
Cópia de PS5 cedida pelos produtores
Revisão: Jason Ming Hong