Trollhunters: Defenders of Arcadia (Xbox One) é um jogo de plataforma e aventura baseado na animação Caçadores de Trolls, da Netflix. Tem qualidades pontuais, mas cai no limbo triste dos jogos infantis que não recebem a produção merecida.
Desenvolvimento: WayForward
Distribuição: Outright Games
Jogadores: 1-2 (local)
Gênero: Ação e Aventura
Classificação: 10 anos
Português: Legendas e Interface
Plataformas: PS4, Xbox One, PC e Switch
Duração: Sem registros
Viagem no tempo pra boi dormir
No papel do Caçador de Troll Jim, o jogador deve percorrer a linha do tempo do passado para impedir o vilão Porgon de alterar a realidade no presente.
A história de Defenders of Arcadia é legal o suficiente para divertir o jogador que é fã da série animada e para dar curiosidade àquele cujo primeiro contato com Jim e seus amigos está sendo pelo jogo. Os diálogos são cheios de piadinhas leves e entretém na medida apesar de personagens importantes, como Merlin, parecerem terem uma dublagem burocrática e desanimada.
Pulando e superando obstáculos
Como jogo de plataforma, Trollhunters é bem competente. O jogador percorre as diferentes fases coletando moedas para a compra de novas armaduras e itens diversos; e meias sujas e gnomos, que podem ser usados para conseguir itens especiais em uma lojinha no Mercado dos Trolls e em minigames de tiro ao alvo.
As fases são bem curtinhas e diretas, mas oferecem variedade tanto de cenários quanto de obstáculos. Seja nas ruas do subúrbio de Arcadia ou nas plataformas de neon rosa de Akiridion, o jogador encontra novos desafios de plataforma a todo momento graças às novas habilidades que Jim adquire conforme a aventura progride, além dos poderes especiais de personagens queridos, como o caçador de trolls Toby. Tais habilidades são ativadas com RB+LB, e servem para auxiliar o jogador a superar obstáculos específicos. Simples, mas eficiente.
Caçar trolls poderia ser mais divertido
Se por um lado Trollhunters oferece momentos de aventura e plataforma de qualidade, o mesmo não pode ser dito de seus combates. Jim ataca seus inimigos com sua espada em uma sequência de três golpes e… é isso. Não há novas opções de ataques exceto o uso de um bumerangue adquirido em certo ponto da história, mas cuja função principal é para a ativação de botões e interruptores nas fases.
O que mais decepciona em Trollhunters é a falta de reação dos inimigos ao serem atingidos por Jim e sua espada. A variedade de oponentes é boa, mas o combate se resume apenas a esmagar um botão, realizar os mesmos três golpes e vê-los se despedaçar ou virar pedra e então esfarelar. Falta aqui animações de qualidade. A espada de Jim atinge o inimigo e ele apenas tem um atraso da animação básica de movimento ou ataque, caso esteja no meio de um. Essa falta de detalhes empobrece qualquer título, e não é diferente em Defenders of Arcadia.
Os embates contra chefes de fase são o ponto mais acentuado de desafio, embora sejam simplórios com padrões de ataques fáceis de aprender. Não conseguem sustentar o game por si só, mas são uma adição bem-vinda pelo desafio oferecido, mesmo que possam ser facilmente superados esmagando o botão de ataque.
Esse jogo não rodaria no meu PC
Visualmente agradável, Trollhunters não chega a decepcionar neste aspecto. É simples e passa a sensação de jogo de baixo-orçamento, mas é o suficiente para sua proposta de aventura e plataforma em sidescrolling.
O que mais deixa a desejar na parte técnica de Defenders of Arcadia é justamente a taxa de quadros por segundo. É muito nítido que o jogo conta com taxa de quadros desbloqueada (salvo engano pois não tenho como medir a taxa de fps com nenhum software para tal). Quando o jogador percorre o Mercado dos Trolls, por exemplo, o jogo roda a 60 quadros por segundo, desde que haja poucos elementos visuais em primeiro plano (o plano em que o jogador está). Mas basta andar um pouco pelo local para ver essa taxa de quadros cair bruscamente. Nas fases, apenas uma rodou em 60. Todas as outras foram bem abaixo disso (30 fps, acredito, ou algo próximo disso, mas nunca abaixo – o que é um ponto positivo).
Todo esse parágrafo dedicado a criticar a taxa de quadros por segundo foi escrito pela minha surpresa em ver que meu Xbox One X simplesmente parece não ser capaz de rodar de forma fluida e estável um jogo cujos visuais são extremamente simples e que não possui efeitos especiais absurdos que possam pesar o console de alguma forma. Mas, a bem da verdade, a culpa não é do meu Xbox, e sim do jogo que parece não ter passado por quase nenhuma otimização.
Trollhunters: Defenders of Arcadia é mais um jogo de baixo orçamento baseado em uma animação. É divertido em seus momentos de plataforma e aventura, mas deixa muito a desejar nos combates. A variedade de cenários é boa, e o desafio é o ideal para jogadores mais novos e casuais. Além disso, oferece suporte a multiplayer cooperativo local para duas pessoas, o que é um ponto extremamente positivo para os pequenos que querem jogar com o(a) irmão(ã) ou com mais um amigo.
Review feita com chave digital cedida pelos produtores
Revisão: Bia Bock
Trollhunters: Defenders of Arcadia
Prós
- Desafios de plataforma divertidos
- Habilidades especiais variadas
- Visualmente simples, mas competente
- Variedade de inimigos e cenários
- Multiplayer coop local
Contras
- Combates insossos
- Falta de animações de qualidade nos inimigos
- Taxa de fps horrenda
