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Review Viewfinder (PS5) – uma aventura em perspectiva e profundidade

Viewfinder é uma daquelas experiências únicas e inovadoras que de tempos em tempos aparecem nos videogames. É até difícil de explicar: a partir de fotografias e outros recursos, você altera o mundo e a perspectiva ao seu redor para resolver puzzles e chegar no final da fase. É uma aventura em primeira pessoa diferente do que estamos acostumados, curta e bastante marcante.

Desenvolvimento: Sad Owl Studios
Distribuição: Thunderful Publishing
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura
Classificação: Livre
Português: Interface e legendas
Plataformas: PC, PS5
Duração: 3,5 horas (campanha)/6 horas (100%)

Uma aventura em perspectiva

Você pode rotacionar as fotos também, existindo muitas possibilidades
Formando uma ponte para chegar no outro lado e prosseguir na fase

Olhando de forma geral, Viewfinder é um conceito bastante simples: você precisa passar por várias fases, em que o objetivo é simplesmente chegar ao final de cada uma para liberar a próxima, até o final, além de alguns desafios opcionais. Porém, a forma de navegar pelos cenários é algo que vimos poucas vezes.

Você navega no mundo em primeira pessoa e pode redefini-lo a partir de fotografias. Você coleta fotos pelo cenário, as projeta em sua frente e, onde quiser, aperta um botão e a foto “toma vida” no cenário, podendo te auxiliar em atravessar o cenário para chegar no destino e concluir a fase. A animação abaixo ilustra a mecânica melhor do que qualquer explicação textual:

As fotos são em preto e branco, criando esse efeito interessante nos cenários
Esse gif do próprio desenvolver demonstra muito bem o princípio básico de Viewfinder

Claro, nem sempre você vai ter resultados “bonitos” como esses acima, em que a rampa encaixou perfeitamente, mas não importa. Tudo funciona surpreendentemente bem e você se acostuma rapidamente em como utilizar as fotografias para alcançar novos lugares ou itens, se adaptando a profundidade e aos outros ajustes. Se você errar, não tem problema: segurando um botão, o tempo vai voltando, e você pode retornar a qualquer ponto da fase e refazer os passos de forma que achar melhor. Com isso, o game incentiva o jogador a experimentar essa mecânica inovadora à vontade e sem medo de errar, explorando toda sua capacidade.

Além da premissa interessantíssima, o jogo não se contenta em apenas criar desafios de construir pontes ou criar declives para alcançar outras plataformas. Apesar de relativamente curto (é possível terminar todas as fases obrigatórias do jogo em poucas horas), praticamente todos os quebra-cabeças são inovadores, implementando soluções diferentes e te fazendo pensar. O jogo mantém constantemente o senso de novidade, com desafios sempre engajadores que não chegam a ser enjoativos.

Mecânicas e desafios além da projeção de fotos

Apenas é uma pena que desafios como esses acabam sendo usados poucas vezes
Esses desafios com portais que o mundo muda de filtro também são bastante interessantes

Além da mecânica básica de projetar as fotos e modificar o cenário, outras mecânicas são apresentadas aos poucos, como baterias, desafios de proximidade (som), portais de diferentes cores, fotocopiadoras, entre outras. Em certa altura do jogo, você ganha uma câmera, podendo agora tirar fotos de qualquer lugar do cenário para então projetá-las no cenário. Há, inclusive, fases sem fotos ou câmeras, mostrando a versatilidade da engine de Viewfinder. Um porém é que, apesar de diferentes entre si e bastante variados, no geral os puzzles não apresentam alta dificuldade, ficando a sensação de que a engine não foi utilizada para realmente quebrar a cabeça dos jogadores, nem que fosse em desafios opcionais.

Além da mecânica principal do jogo, há alguns extras. Existem diversos colecionáveis espalhados das fases, geralmente bem escondidos, para instigar o jogador a vasculhar cada pedaço dos bonitos cenários. Também existem algumas imagens diferentes que você pode imprimir na tela e que não ajudam a concluir a fase, mas fornecem um momento de distração explorando algum ambiente diferente, como uma foto do Stonehenge ou um cenário de desenho animado.

Pra quem quiser, há uma história

CAIT é um dos personagens da história, e o único que aparece rotineiramente
Você pode fazer carinho no gato

As quase 50 conquistas/troféus também incentivam o jogador a desbravar os cenários e a explorar a engine do jogo ao seu limite. Existe uma história no jogo, mas pessoalmente não me apeguei muito. É algo um pouco confuso, bem abstrato e de pouca importância para a aventura. Mas, para quem interessar, está lá e pode ser explorada mais a fundo por meio de itens espalhados pelos cenários que expandem esse lore. E, por fim, mas não menos importante, você pode sempre acariciar o gato CAIT quando ele estiver ao seu alcance.

Um jogo diferente, curto e excelente

Viewfinder é um jogo diferente do que vemos por aí. A partir de uma premissa simples, mas inovadora e muito bem implementada, temos um dos jogos de puzzles mais bem elaborados dos últimos anos. O título entrega uma campanha curta, mas marcante, que com certeza vale a pena ser experimentada.

Cópia de PS5 cedida pelos produtores

Revisão: Julio Pinheiro

Viewfinder

8.5

Nota final

8.5/10

Prós

  • Mecânica inovadora
  • Fases sempre com diferentes soluções
  • Cenários bonitos e variados

Contras

  • Curta duração, mais fases seriam bem vindas
  • Faltam puzzles que fazem pensar mais profundamente