Capa de Shin chan: Shiro and the Coal Town

Review Shin chan: Shiro and the Coal Town (PC) – Uma aventura dupla

Crayon Shin-chan é uma das obras mais longevas da cultura japonesa, embora não seja tão conhecida fora de seu país de origem. Criado pelo desenhista Yoshito Usui, o mangá retrata a vida diária de um menino de 5 anos e sua família e já vendeu mais de 140 milhões de cópias, além de ter uma adaptação em anime com mais de 1200 episódios. Naturalmente, todo esse sucesso e longevidade se estenderam aos games, resultando no lançamento de 52 jogos diferentes para consoles, PC e portáteis ao longo dos anos. Shin chan: Shiro and the Coal Town, o mais recente deles, oferece uma experiência agradável para os fãs de títulos tranquilos e relaxantes.

Desenvolvimento: h.a.n.d., Inc.

Distribuição: Neos Corporation

Jogadores: 1 (local)

Gênero: Aventura

Classificação: Livre

Português: Não

Plataformas: PC, Switch

Duração: Sem registros

A vida num vilarejo

Jogabilidade de Shin chan: Shiro and the Coal Town

Com todo o senso de humor leve e irreverente da série, o jogo retrata Shinnosuke, o protagonista, numa viagem com sua família para a Prefeitura de Akita, mais especificamente para um vilarejo situado em uma região rural. Shin chan: Shiro and the Coal Town segue o estilo slice of life, mostrando seu personagem principal passando dias de férias com seu avô, cachorro e outros habitantes da cidade, sem nenhuma grande narrativa por trás de tudo.

Como base para a gameplay, o título adota algumas mecânicas características de Boku no Natsuyasumi, cujos criadores trabalharam no lançamento anterior dessa franquia de Shin chan em lugares relaxantes. Assim como nesse clássico dos primeiros consoles da Sony, o game disponibiliza um pequeno mundo aberto com várias missões lineares a serem completadas, além de uma jogabilidade focada em tarefas como caçar insetos, pescar, plantar e colher alimentos, e a procura de itens pelo mapa. É simples de jogar, bastando apenas que o jogador explore a cidade e interaja com as pessoas e objetos, sem muita dificuldade.

Alternando para um mundo urbano

Coal Town

Entretanto, há uma pequena sacada em Shin chan: Shiro and the Coal Town: em adição à jogabilidade no vilarejo, o game traz uma leve mudança na tradicional fórmula de Boku no Natsuyasumi. Em certo dia, Shiro, o cachorrinho da família de Shin, surge coberto de fumaça. Ao investigar o ocorrido, o cão leva Shin em direção a outra cidade, a Coal Town, uma região que antes era dedicada à mineração de carvão. Após conhecer os moradores locais, o jovem protagonista recebe a missão de melhorar a vida dos habitantes, ajudando uma inventora a produzir novos equipamentos.

Claro, a ajuda de Shin se resume, principalmente, a coletar itens nas duas cidades exploráveis. Essa novidade muda o cenário, passando das belas paisagens rurais do vilarejo para um ambiente urbano, mas ainda mantendo os mesmos conceitos da gameplay, centrada no recolhimento de itens. Há até mesmo um modo de corrida, que também distribui objetos como recompensa.

Restaurante na Coal Town

Contudo, a coleta de itens pode se tornar um pouco entediante com o tempo, uma vez que muitos deles são distribuídos aleatoriamente ou demoram bastante para serem adquiridos, sem um critério claro para obtê-los. Mas, no geral, a jogabilidade é excelente e se encaixa bem na proposta do game, que diverte e é fiel à identidade da franquia que adapta.

Belos visuais, mas há problemas na conversão para PC

Vilarejo de Shin chan: Shiro and the Coal Town

Um detalhe interessante do jogo é que os desenvolvedores usaram representações gráficas dos personagens e objetos interativos em 3D, enquanto os cenários são pré-renderizados em 2D. Isso faz com que o jogo pareça um pouco datado, e a falta de uma ambientação tridimensional prejudica a exploração, que fica restrita a um único plano – exceto nas corridas, que são em 3D e funcionam melhor por conta disso. Porém, vale destacar a qualidade das artes de fundo, que são muito belas e bem desenhadas, dando uma personalidade marcante ao game.

Shin chan: Shiro and the Coal Town está chegando aos computadores por meio de uma conversão simples, que evidencia que o jogo foi projetado com as limitações do Switch em mente. Apesar do trabalho ser competente, os responsáveis poderiam ter dado mais atenção a alguns aspectos do port. Por exemplo, não há configurações técnicas nem filtros para combater serrilhados, que prejudicam os modelos em 3D do game e afetam a coesão dos visuais.

Plantação em Shin chan: Shiro and the Coal Town

A taxa de quadros é fixada em 30 fps, gerando uma imagem pouco fluida para as cenas e os momentos de exploração e sem a opção de remover essa limitação. Também não há um bom suporte ao mouse e teclado, e o ideal é jogar com um controle – nesse ponto, o jogo acerta, pois há suporte nativo aos joysticks do PlayStation, Xbox e do Switch. Embora esses problemas possam ser resolvidos com atualizações, eles não deveriam estar presentes na versão de lançamento do game – e, felizmente, não afetam tanto a experiência.

Interessante

Apesar de sua popularidade, Crayon Shin-chan é uma obra de nicho. Como Shin chan: Shiro and the Coal Town é baseado nessa franquia, é necessário ter um conhecimento prévio e apego aos personagens para realmente gostar do jogo. No Brasil, esse título é provavelmente mais direcionado àqueles que assistiam os canais FOX Kids e Animax na década de 2000, que exibiram o anime. Ainda assim, o game oferece uma aventura cativante, mesmo que, às vezes, possa se tornar lentamente repetitiva.

Cópia de PC cedida pelos produtores

Revisão: Ailton Bueno

Shin chan: Shiro and the Coal Town

8

Nota Final

8.0/10

Prós

  • Cenários bonitos
  • Jogabilidade legal

Contras

  • Pode ficar repetitivo
  • Versão de PC inconsistente