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Review Oddworld Stranger’s Wrath HD (Switch) – Edição definitiva

A Oddworld é uma empresa icônica por ter um universo cheio de personagens extremamente anormais e estranhos. E não digo isso de forma negativa, pois garanto que muitas pessoas que tiveram contato com a saga de Abe, se encantaram com a direção de arte e o carisma dos personagens.

Em Stranger’s Wrath, lançado originalmente no longínquo ano de 2005 para o primeiro Xbox, a empresa com certeza acertou novamente. Apesar disso, o jogo do (realmente) estranho animal caçador de recompensas nunca foi tão prestigiado assim, mesmo com sua jogabilidade fantástica, e consigo considerá-lo uma pérola escondida – principalmente nos dias de hoje.

Desenvolvimento: Oddworld
Edição: Oddworld
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura, Ação, FPS
Classificação indicativa:
 12 anos
Português: Interface e legendas
Plataformas: PC e Switch
Duração: 10 horas (campanha)/ 27 horas (100%)

Bora pra caçada

Capturando os fora da lei

Em Stranger’s Wrath você é Stranger, o caçador de recompensas extremamente mal encarado que dá nome ao jogo e guarda um segredo consigo.

Sua missão é basicamente ir à loja de caçadas e escolher uma tarefa para seguir. Em sua grande maioria as caçadas tem como objetivo ir atrás de malfeitores e trazê-los – vivos ou mortos – para a prisão da cidade. Se você os trouxer vivos, obviamente terá uma recompensa muito maior.

Melhorar os equipamentos é essencial

O jogo possui um mundo aberto bastante legal de se explorar. Em meio às suas caminhadas você encontrará cidades e pontos com criminosos no melhor estilo Velho Oeste de ser. Apesar de passar relativamente um bom tempo na primeira cidade do enredo, você conhecerá outras cidades estruturalmente parecidas, mas com design totalmente diferente.

A história de Stranger’s Wrath é muito interessante, e você fica sempre com vontade de saber o que está por vir. Grande parte disso se deve à simplicidade que ela possui, então não espere nada complexo, profundo ou filosófico num jogo como esse.

Bang!

Tiro, plataforma e ação

É um pouco complicado encaixar Stranger’s Wrath em apenas um gênero específico. O que a Oddworld fez por aqui já era algo bem único para a época, e não consigo discordar dessa afirmação até mesmo hoje em dia.

Existem desafios de puzzle (bem simplificados), plataforma e, algumas vezes, de tiro. Tudo variando muito bem entre eles, evitando a sensação de estar caindo em profunda repetição.

Stranger tem a habilidade de dar uma cabeçada e um soco giratório para auxiliar no combate. Mas, sem dúvida, sua principal arma é a de punho. As munições que você usa são vivas, feitas de animais exóticos encontrados pelas terras do jogo.

Stranger e seu próximo chefe

Batalhas marcantes

Cada animal usado como munição tem uma característica específica que vai te ajudar absurdamente em suas batalhas. São efeitos como nocautear inimigos por alguns segundos, manter eles amarrados numa teia de aranha, jogar um enxame em suas cabeças para desgoverna-los, entre outros.

Após deixar um inimigo qualquer em pleno estado de inconsciência, você vai e suga ele para dentro de sua arma – deve ter um buraco negro lá dentro. A mesma estratégia vale para os chefes, porém é claro que estes não são tão fáceis de nocautear quanto seus minions.

Certamente os momentos mais marcantes do jogo para mim foram as batalhas com os chefes, que são bastante desafiadoras e exigem uma boa estratégia. Não dá para simplesmente fazer como com os inimigos padrão do jogo, onde eu normalmente chegava na cara e coragem para bater de frente.

Fora isso, Stranger tem uma habilidade de recuperação de vida bastante interessante. No jogo você tem duas barras no HUD: a de vida e a de estamina. Quando você sofre muito dano e perde parte de sua vida, você pode recuperá-la facilmente batendo em seu corpo para curar os ferimentos, mas isso custará sua estamina – que recupera caso você não execute ações exigentes.

Nova interface

A versão HD para Switch

Existem algumas características que vem diretamente da versão original do jogo e que considero ruins, como a falta de legenda para diálogos em segundo plano e não apenas para cutscenes – o sotaque inglês de interior às vezes dificulta a compreensão -, a câmera nervosa que começa a tremer geralmente quando corremos nas quatro patas e algumas quedas de performance (não tão visíveis) dependendo do cenário onde você se encontra.

A editora, ao ser contatada por mim, disse que haviam lançado um patch que corrigiria isso, e aplicaria a legenda em todos os diálogos do jogo. Porém, o meu se encontra na última versão e este problema persiste.

Por outro lado, existem alguns facilitadores de vida e melhorias técnicas – algumas questionáveis – nesta versão para o console da Nintendo.

As melhores são:

  • Interface de usuário completamente atualizada
  • 60fps de performance
  • Sombras melhores
  • Suporte ao sensor de movimento dos controles
  • Anti-aliasing FXAA e MSAA
  • Opção de câmera atualizada

Já as negativas:

Anti-aliasing MSAA tem impacto no desempenho
Performance imperfeita no modo dock

Apesar disso, quero dizer que nenhum destes pontos estragam a experiência como um todo, a diversão continua constante mesmo com estes pequenos problemas.

Isso vai ser treta!

Um jogo que você precisa conhecer

Stranger’s Wrath certamente é um jogo que muita gente não conhece até hoje. Pra mim, que o conheci no mobile primeiramente, é um verdadeiro sonho realizado poder jogar ele de forma portátil como fazia em meu smartphone.

Melhor ainda é experienciar este divertido jogo em 60fps sem perda de desempenho (dependendo da configuração que você usar). Um dos jogos mais estranhos da Oddworld também é possivelmente um dos melhores de seu portfólio. Será que veremos a franquia Abe também no Switch? Aguardemos!

Este review foi feito com uma cópia para Switch cedida pelos produtores

Oddworld Stranger's Wrath HD

9

Nota final

9.0/10

Prós

  • 60fps
  • Interface atualizada
  • Mecânicas divertidas
  • Tiro em 1ª pessoa competente
  • História direta

Contras

  • Corpo-a-corpo mediano
  • Alguns problemas técnicos
  • Legendas inconstantes