The Otterman Empire-capa

Review The Otterman Empire (Switch) – Um shooter que parou no tempo

Imaginem um shooter que seja atrativo para um público mais jovem. Um game que nos permita reunir uma galera pra jogar de forma descompromissada. Que não contenha violência explícita e que, apesar da premissa de ter que atirar no “coleguinha”, tenha um visual colorido e uma pegada leve e divertida. Não! Eu não estou falando de Splatoon. Mas bem que a Tri-Heart Interactive com o jogo The Otterman Empire tentou.

Desenvolvimento: Tri-Heart Interactive
Distribuição: Tri-Heart Interactive
Jogadores: 1-4 (local)
Gênero: Tiro, Party, Ação, Arcade, Multiplayer
Classificação indicativa: Livre
Português: Não
Plataformas: PC, Switch e Xbox One
Duração: Sem registro

Controle lontras com suas arminhas d’água.
Controle animais com suas arminhas d’água

Em uma galáxia muito, muito, muito distante

Trata-se de um shooter em terceira pessoa, onde controlamos animais munidos de um jetpack e sua poderosa arminha d’água. O jogo se resume em cumprirmos algumas metas dentro de arenas fechadas e cronometradas (geralmente com dois minutos). Temos ao todo oito objetivos (squiditch, target range, detonator, battery banker, King of the hill, repair robot, bombardment e hoop dive) que vão desde coletar bolas e jogá-las em aros a desarmar bombas espalhadas pelas arenas.

Ao final vemos os nossos resultados da fase.
Ao final vemos os nossos resultados da fase.

A história? É a mais genérica possível. Em uma galáxia muito, muito, muito distante, um vilão de nome Otterly Tiko tenta invadir e dominar as colônias do Império Otterman utilizando uma legião de robôs e ferramentas tecnológicas. Entre as estrelas um sinal com pedido de socorro foi emitido. Agora cabe a você evitar a consolidação do plano maligno de Tiko. Acredito que o roteiro nem um pouco original e que força no estereótipo do “vilão dominador” seja algo proposital. Uma tentativa de aproximar o jogo às historinhas maniqueístas dos desenhos animados – feito para as crianças assistirem – e que tratam de um jeito bem descompromissado e humorado a luta entre o bem e o mal.

O modo campanha funciona como uma espécie de tutorial para o jogo, que é focado no multiplayer. Temos ao todo oito arenas com três níveis cada. Cada fase concluída te concede estrelas (de acordo com seu desempenho na partida) que são necessárias para desbloquear as arenas seguintes. Conforme avançamos, conseguimos desbloquear novos personagens (um para cada fase completada) e itens de customização: skins, jetpacks, capacetes etc.

Escolha e personalize sua lontra.
Escolha e personalize seu personagem

Lute sozinho ou acompanhado

The Otterman Empire tenta resgatar os áureos tempos em que dividíamos o jogo com o irmão ou amigos numa disputa com tela dividida. Situações cada vez menos comum atualmente, dado o distanciamento social provocado pelo mundo digital em que vivemos.

Dessa forma, aqui as fases podem ser desbravadas sozinhas ou em coop local, de até quatro jogadores, com a boa e velha tela dividida. A diversão de fato se encontra no multiplayer, seja no cooperativo ou no competitivo. São duas experiências completamente diferentes. Sozinho o jogo se transforma em algo extremamente monótono. Os objetivos das fases são rasos, pouco inspirados e vivem se repetindo.

Jogue sozinho ou acompanhado.
Jogue sozinho ou acompanhado.

O modo competitivo local é a forma correta de se aproveitar o game. Podemos escolher qualquer uma das oito arenas e selecionar quais objetivos teremos que completar em cada uma das três rodadas. Convém mencionar que os objetivos podem ser desligados caso se queira apenas curtir um “mata, mata” básico. A desenvolvedora prometeu que implementaria um multiplayer online em futuras atualizações. Porém, ainda não temos uma data definida para o mesmo. Em todo caso, lançar um shooter, pensado como uma experiência multiplayer, sem essa opção é algo imperdoável.

Gráficos datados e jogabilidade confusa

Gráficos coloridos, mas datados.
Gráficos coloridos, mas datados.

Graficamente The Otterman Empire parece ter parado no tempo. Os gráficos apesar de coloridos e cartunescos são datados e simples. Me fizeram lembrar o visual dos jogos de plataforma 3D, lançados no final dos anos 90 e inicio dos anos 2000. Os personagens são inexpressivos, feios e sem carisma. As músicas são bem genéricas, assim como os efeitos sonoros. E em relação à performance, o game apresenta algumas quedas de framerate quando há muito elementos em tela, mas não chega a atrapalhar a jogatina como um todo.

A jogabilidade é confusa, às vezes você morre sem nem saber de onde veio o tiro. Os controles são dificultados por conta da câmera. Não raramente você irá se perder nas arenas ou se frustrar tentando mirar em algo, sem sucesso, enquanto toma uma sovada de tiros dos inimigos. O jetpack – que deveria ser algo que agregasse valor ao gameplay – não responde como deveria. A imprecisão acaba fazendo com que você desista da ideia de usá-lo (a não ser que o objetivo te force a isso).

Otterly Tiko tenta invadir o Império Otterman.
Otterly Tiko tenta invadir o Império Otterman.

Em The Otterman Empire não podemos ficar parado em momento algum. Além dos jatos d’água, cada personagem possui um especial diferente (ativado com o botão X). Para vencer é necessário continuar se movimentando pelo cenário, sempre atentos não só nos objetivos e inimigos como nos marcadores de vida, tiro e jetpack situados no canto inferior esquerdo da tela. Os mesmos se esgotam conforme os utilizamos ou tomamos dano em batalha, e para recuperá-los há itens de cura espalhados pelo cenário.

Um shooter party para curtir com a galera

Fruto de um projeto que vinha sendo desenvolvido há cerca de três anos, The Otterman Empire desembarcou no último dia 02 de julho para o Nintendo Switch, PC e Xbox One, com a proposta de ser aquele shooter party para curtir com a galera reunida numa boa bagunça. Porém, a ausência do multiplayer online, os problemas técnicos e o game design datado estragam a experiência.

Esta review foi feita com uma cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Jason Ming

The Otterman Empire

6

Nota final

6.0/10

Prós

  • Juntar os amigos para jogar (depois da quarentena)
  • Temática leve

Contras

  • Gráficos datados
  • Câmeras confusas
  • Problemas técnicos
  • Sem multiplayer online