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Review Emio – The Smiling Man: Famicom Detective Club (Switch) – Um dos contos mais sombrios da Nintendo

O Clube de Detetives é uma série da época do Nintendinho trazida de volta à vida para o Switch. Enquanto os dois primeiros games lançados no híbrido da Nintendo são remakes dos clássicos, Emio – The Smiling Man: Famicom Detective Club, o terceiro jogo da série, é um conto totalmente original, trazendo uma história sombria, até mesmo para os padrões da Nintendo (e sim, estou levando até Metroid Fusion em consideração!).

Desenvolvimento: Nintendo, Mages
Distribuição: Nintendo
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Aventura, Terror
Classificação: 16 anos
Português: Não
Plataformas: Switch
Duração: 10 horas (campanha)

Uma lenda urbana se torna realidade

Gráfico bonito, colorido e cativante, seja na tela do Switch ou na TV.

Na pele de dois jovens protagonistas, Ayumi e um personagem que você pode nomear, é preciso desvendar o assassinato de um rapaz que foi encontrado morto com um saco na cabeça – e nesse saco há um desenho de uma face sorrindo. Sim, é sinistro e, para evitar spoilers sobre este incrível (e sombrio) mistério, irei evitar de dar mais detalhes da narrativa. 

Caso você tenha tido a oportunidade de jogar os dois primeiros jogos da série remasterizada no Switch, notará que há diversos personagens secundários que retornam em Emio, trazendo diálogos emotivos e engraçados (e cuidado para onde você olha ao encontrar com a oficial de polícia do jogo anterior – sim, ela não tem nome). Porém, nenhuma dessas informações, apesar de interessantes, são necessárias para entender e investigar este novo mistério.

A narrativa é envolvente, e a Nintendo sabe como deixar o jogador a par de tudo o que ocorre no jogo, mas é notável que há partes que poderiam ser encurtadas. Isso parece ser uma recorrência comum em visual novels que, ao que tudo indica, usam cenas extras só para aumentar o tempo de jogo. Infelizmente, a Nintendo também caiu nesse mesmo ciclo vicioso, comum neste gênero.

Para dar um exemplo real do que quero dizer, quando visitamos um asilo para idosos na primeira vez para interrogar uma pessoa, o personagem entra, dialoga com a recepcionista e, ao ter a visita negada, ele volta para fora do estabelecimento só para compreender que não há outra saída a não ser voltar e tentar novamente. Desperdício de diálogo que só reduz o bom ritmo que o jogo possui. Esses momentos não são corriqueiros como em muitas novelas gráficas de mistério, mas estão presentes em Emio.

Uma novela gráfica de mistério com gráficos acima da média

Com seu caderno de anotações, você está sempre por dentro da trama.

Como amante de jogos de aventura e de mistério gráfico, já me deparei com títulos com visuais bem impressionantes dentro e fora do sistema da Nintendo, como Yuru Kill (que possui partes de navinha no jogo) e The Pillars of the Earth. Mas Emio está em outro nível. Foi a primeira característica que me chamou a atenção, tanto jogando no portátil quanto na televisão. 

As animações são extremamente fluidas. Em vez de ser composto somente de artes estáticas ou desenhos semi-animados, o jogo possui animações para diversas ações, numa fluidez indescritível e com desenhos, tanto do cenário quanto dos personagens, muito bonitos e coloridos.

É necessário jogar para entender o que estou falando. Qualquer mínima ação de algum personagem, como, por exemplo, abrir uma janela e alguém chamar sua atenção, há uma animação da abertura da janela e do personagem olhando para trás em um movimento fluido e belo.

É incrível a quantidade de movimentos sucintos que um desenho 2D em um estilo de novela gráfica pode realizar para representar as ações dos personagens. O jogo, por si só, já tem uma grande atmosfera, mas a qualidade gráfica dele consegue maximizar ainda mais os efeitos de felicidade, apreensão e outros sentimentos que envolvem a atmosfera da trama.

Gameplay sem muitos retoques

Mensagens importantes são destacadas. Para jogadores mais hardcore, elas podem ser desligadas no menu de opções.

É difícil fazer algo inovador na limitada jogabilidade de uma novela gráfica. Alguns jogos conseguiram impressionar, como o já mencionado Yuru Kill, que inseriu partes de navinha em sua jogabilidade, ou o fenomenal Paranormasight, da Square Enix, que conseguiu ser ainda mais inovador com os poderes que cada personagem possui.

Em Emio, a jogabilidade segue uma premissa básica. O jogador pode chamar, ouvir, pegar, telefonar, viajar e realizar outras ações através de um menu – que, por alguma razão, só funciona no controle, sem suporte para a função de toque na tela.

Há momentos em que você pode escolher respostas que darão resultados diferentes nas próximas cenas e, no final de cada capítulo, há uma revisão com perguntas, nas quais o jogador terá que escolher as respostas certas. É uma ótima forma de fazer os jogadores lembrarem das principais pistas que surgiram no decorrer da narrativa.

Em algumas ocasiões, será necessário escrever um nome com o teclado do Nintendo Switch, trazendo uma interação um pouco mais completa e desafiadora para o jogo. 

Ao carregar um jogo salvo, há também um resumo dos últimos acontecimentos, para o caso do jogador ter ficado muito tempo sem jogar.

Um mistério cativante

Emio – The Smiling Man: Famicom Detective Club é mais uma prova de que, quando a Nintendo entra em um gênero, ela faz com cuidado e maestria. Com uma história mais sombria do que a companhia está acostumada a fazer, este jogo merece ser experimentado por todos os amantes de novelas gráficas, adventures e fãs de investigação criminal.

Cópia de Switch cedida pelos produtores

Revisão: Julio Pinheiro

Emio – The Smiling Man

9

Nota Final

9.0/10

Prós

  • História prende o jogador do início ao fim
  • Controles simples e fáceis de usar
  • Trilha sonora e atuação de voz excelentes
  • Gráficos e animações impressionantes

Contras

  • Alguns diálogos e cenas são desnecessários
  • Não há função touch para jogar o game
  • Língua portuguesa não disponível