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Review The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom (Switch) – Explore sua criatividade controlando a princesa

Depois de dois jogos colossais, a série The Legend of Zelda volta com um título de menor escala em The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom. Apesar de não ter toda a pompa dos grandes títulos no Switch, Echoes of Wisdom é mais um excelente jogo da série, com diversas inovações e uma jogabilidade divertida.

Desenvolvimento: Grezzo, Nintendo
Distribuição: Nintendo
Jogadores: 1 (local)
Gênero: Ação, aventura
Classificação: Livre
Português: Legendas e interface
Plataformas: Switch
Duração: 20,5 horas (campanha)/33,5 horas (100%)

A princesa é quem salva o herói

Em português, as galinhas foram chamadas de coricós
O tradicional vilarejo de Kakariko está presente, assim como as galinhas

Echoes of Wisdom tem um início bem tradicional, com Link partindo em uma jornada para salvar a princesa do vilão Ganon. No entanto, Link acaba sendo aprisionado em uma de muitas fendas que estão se alastrando por toda Hyrule. Zelda consegue escapar e, com a ajuda de uma fada chamada Tri, parte em busca de livrar o mundo dessas maldições e resgatar o tradicional herói. Dessa forma, temos o primeiro jogo da série em que a princesa do título é a personagem principal controlada (desconsiderando alguns games estranhos da época do CD-i e spin-offs).

Para além da mudança de protagonista, o enredo é bem tradicional da série, com diversos elementos, territórios e personagens já conhecidos dando as caras, além de algumas novidades. A história, ainda que simples e previsível, é divertida de ser acompanhada, com o adicional desse ser o primeiro título da franquia traduzido para português, em uma localização bastante bem feita e que soa muito natural.

Ecos, a mecânica central

Seria bom, porém, ter uma melhor organização dos ecos
Ecos podem ser escolhidos a qualquer momento do jogo

À primeira vista, percebemos que o game reaproveita a engine e o estilo de arte do remake de The Legend of Zelda: Link’s Awakening, lançado em 2019. Numa visão geral, o jogo tem o formato dos tradicionais jogos de Zelda, no qual o jogador explora o mapa derrotando monstros, conversa com moradores de Hyrule, coleta itens, descobre segredos e enfrenta as tradicionais dungeons, com vários quebra-cabeças e o chefe no final.

A grande diferença para Link é que Zelda não é uma guerreira, e, portanto, não empunha uma espada nem outras armas para sair destruindo inimigos. É aí que entra a mecânica principal do game, os ecos. Como é comum nos títulos da série, toda a jogabilidade gira em torno dessa mecânica principal. Com a ajuda de Tri e de um cajado, Zelda pode absorver objetos e monstros que encontrar pelo mapa e invocá-los a qualquer momento para auxiliar na aventura, seja na exploração ou para enfrentar inimigos. Cada eco possui um custo, e Zelda pode invocar apenas um certo número por vez, que aumenta ao longo da aventura.

Invocações para explorar e lutar

Inimigos voadores são melhor combatidos com ecos de monstros voadores
É importante escolher ecos adequados para enfrentar cada tipo de adversário

Os ecos são bastante variados e proporcionam uma grande liberdade para a jogabilidade, permitindo que cada jogador resolva os quebra-cabeças ou vença os inimigos da forma que escolher. Por exemplo, existem diferentes ecos que podem fazer você alcançar um lugar mais alto, como pedra, cama, cama elástica, cubos de água ou teia de aranha. De forma semelhante, para o combate existem diversos tipos de monstros que possuem maior ou menor eficiência em cada contexto, dependendo do ambiente e do tipo dos adversários.

Em suma, a mecânica de ecos é um ótimo sistema e foi uma estratégia muito boa para deixar Zelda como protagonista. Ela estimula bastante a criatividade e incentiva o jogador a sempre pensar em maneiras de vencer os obstáculos. Além disso, Zelda é capaz de assumir o corpo de Link por alguns segundos, atuando de forma mais tradicional. Essa possibilidade, por vezes, pode ser vista como um método de força bruta para vencer alguns inimigos, mas como seu uso é limitado no tempo e basicamente ao combate, não elimina o uso dos ecos.

Jogo menor, mas a diversão segue garantida

Cidades e raças comuns, como os Zora e os Gerudo são encontrados
Como sempre, locais e personagens familiares dão as caras

Ainda que Echoes of Wisdom seja um título menor que Breath of the Wild e Tears of the Kingdom, é possível ver algumas influências destes jogos. Existe o sistema de sucos, no qual misturamos ingredientes para gerar bebidas que curam corações e fornecem diversos benefícios. Além disso, a grande gama de ecos e seus efeitos com elementos do mapa lembra a interatividade do mundo dos jogos anteriores.

Assim como em Link’s Awakening, os gráficos e a direção de arte são excelentes, com ótimas animações e esbanjando fofura. Uma vantagem em relação a Link’s Awakening é que aqui o risco de você ficar totalmente perdido é bem menor, como é comum no remake do título de Game Boy – uma herança que veio da época do jogo original, quando isso era mais prevalente. Mesmo assim, explorar o mapa é bastante recompensador, pois ainda que a história principal seja fácil de ser seguida, os diversos segredos ficam à cargo da curiosidade do jogador, contando com as tradicionais dicas que podem ser encontradas conversando com os moradores de Hyrule.

Nem tudo precisa ser grandioso

The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom é mais um ótimo título da clássica série da Nintendo. Usando formato que normalmente era reservado para os consoles portáteis, o jogo caiu muito bem no console principal (e hoje, o único) da Nintendo, sendo um ótimo passatempo entre as grandes aventuras de Link.

Cópia de Switch adquirida pelo autor

Revisão: Julio Pinheiro

The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom

9

Nota final

9.0/10

Prós

  • Sistema de ecos é bastante amplo e divertido
  • Exploração recompensadora
  • Gráficos coloridos e bonitos
  • Ótima localização para o português

Contras

  • Menu de seleção de ecos poderia ser melhor