Arte de Resident Evil 4 Remake

Resident Evil: qual jogo deve ser refeito em seguida?

Em junho de 2022, o que era inimaginável até então se tornou realidade: Resident Evil 4, um dos jogos mais importantes da história, teve sua revitalização anunciada pela Capcom. Nove meses depois, a nova versão foi lançada, alcançando um sucesso comercial estrondoso, com quatro milhões de vendas em apenas duas semanas.

Não à toa, a Capcom já sinalizou que dará um tratamento semelhante para mais jogos, já que o estúdio decidiu questionar a comunidade a respeito do assunto em uma pesquisa. Dado que nada está fora de possibilidade, o seguinte questionamento surge: qual será o próximo jogo da franquia a receber um remake?

Resident Evil 5

RE5

Naturalmente, o título que dá sequência aos eventos de RE4 pode ser a próxima parada da Capcom. Lançado em 2009, RE5 refina a fórmula de seu antecessor e troca o que restou do terror por uma aventura cooperativa com outro jogador, seja localmente ou online. Um remake poderia aprimorar a jogabilidade, que ainda mantinha a clássica filosofia de não poder atirar e andar ao mesmo tempo.

Além disso, uma nova versão pode também corrigir a questionável representação da região em que a narrativa é situada, além de expandir o papel de Jill Valentine durante a campanha. No entanto, a história dificilmente fará sentido para novos jogadores sem a devida apresentação do arco de vilania de Albert Wesker.

Resident Evil: Code Veronica X

RECVX

Code Veronica é o jogo que de fato apresenta o grande vilão da série, tornando o título uma parte fundamental de Resident Evil que foi misteriosamente esquecida pela Capcom nos últimos anos. A produtora nunca sequer converteu a versão HD do game para novas plataformas, e hoje ela está disponível somente através da retrocompatibilidade do Xbox.

Uma recriação seria uma ótima ideia para encerrar o arco narrativo iniciado no remake de RE2, já que o game aborda o ato final da busca de Claire por Chris na Europa. Sendo um dos primeiríssimos títulos da geração do Dreamcast e também a estreia dos gráficos completamente em 3D na franquia, a apresentação gráfica não envelheceu tão bem em comparação a RE0 e RE1, produzidos para o GameCube. A Capcom tem em mãos uma excelente oportunidade de retratar o drama na Ilha Rockfort com uma fidelidade técnica impressionante, proporcionada pelo motor gráfico utilizado pela empresa.

Resident Evil Revelations

RE Revelations

Com um roteiro assinado por Dai Sato (Ergo Proxy, Ghost in the Shell), Revelations apresenta uma campanha incrível, que desenvolve a relação de Chris e Jill por meio de uma aventura em alto mar repleta de reviravoltas e tramas mirabolantes. Situado antes dos eventos de RE5 e logo após o fim da Umbrella, o título introduz a BSAA (Aliança de Segurança e Avaliação em Bioterrorismo), servindo como uma ponte essencial entre as diferentes fases da franquia.

Revelations foi projetado com as limitações de um Nintendo 3DS em mente, e a remasterização feita pela Capcom em 2013 não é boa o suficiente. O jogo possui visuais ultrapassados, além de mapas pouco detalhados e uma baixa variedade de ameaças. Uma revitalização poderia adequar a apresentação do título à altura de sua narrativa, que é estruturada como uma série de TV.

Remake de Resident Evil 1 Remake

RE1 Remake

A definição de survival horror foi refeita há 20 anos sob o comando de Shinji Mikami, criador e diretor do game original. Só que o remake não adota a mesma jogabilidade das reimaginações recentes, mantendo as câmeras fixas e controles tanques da versão de 1996.

Existe uma chance única de homogeneizar toda a série numerada através de um remake com uma câmera sob os ombros. Conectar os eventos deste primeiro jogo com os acontecimentos de RE0 seria uma ótima ideia, já que aprimorar a narrativa é uma necessidade. RE1 precisa de uma história coesa que se encaixe com o cânone da franquia, já que é impossível testemunhar um final que faça sentido em relação ao restante da série.

Resident Evil Outbreak

RE Outbreak

Apesar de ter um potencial alto, a primeira empreitada da Capcom no multiplayer não terminou bem. Focado no cooperativo e na narrativa, Outbreak é considerado pelos fãs como um padrão do que um título online de Resident Evil deve ser. Contudo, a Capcom nunca retornou ao conceito e desde então investe pouco em jogos do gênero, oferecendo sempre experiências decepcionantes e mal feitas, como Umbrella Corps ou Re:Verse.

Atender um pedido antigo da comunidade é uma ideia fantástica, e essa oportunidade pode ser aproveitada para ampliar o arco de setembro de 98 retratado em RE2 e RE3. A Capcom possui uma divisão especializada em games online, e utilizar os talentos dos desenvolvedores que hoje se dedicam a títulos como Monster Hunter e Exoprimal seria uma decisão excelente para garantir um multiplayer de alta qualidade, o que é raridade para a franquia.

Ou simplesmente jogos realmente novos

RE7

Durante esse período em que a Capcom decidiu focar em revisitar clássicos, os jogos inéditos entre lançamentos principais foram deixados de lado pela empresa. Desde a adoção da RE Engine em 2017, recebemos cinco jogos novos, mas apenas dois deles são obras originais. RE7 e Village surpreenderam e alcançaram um grande sucesso por conta da excelente mixagem de novidades e elementos característicos da franquia. O mesmo cuidado narrativo e técnico do remake de RE4 aplicado em projetos novos seria o melhor caminho possível para Resident Evil, que não precisa ficar vivendo das glórias de seu passado.

Revisão: Jason Ming Hong